O mundo tem formado pessoas
desequilibradas em sua sexualidade
O mundo vive um
processo de “genitalização”, onde o que conta é o sexo, e quase tudo visa a
pornografia, a sensualidade e o erotismo. Onde vamos parar com tanto lixo
entrando em nossa vida, seja pela televisão, pelas revistas, pelos jornais,
filmes e outros meios? Isso tudo tem formado pessoas desequilibradas em sua
sexualidade.
As pessoas têm absorvido ensinamentos contra a fé e perdem
sua identidade sexual natural por aquilo que as ideologias pagãs têm ordenado,
falando que é certo. Percebemos que Deus precisa curar a nossa afetividade e o
nosso corpo. É preciso deixá-Lo tocar nas marcas e feridas. Existem pessoas que
são feridas na sua afetividade por não receberem o verdadeiro amor de pai e
mãe. Acabam buscando fora para satisfazer suas carências e, com isso,
abrem um buraco na sua afetividade, que desemboca numa genitalidade
desregrada.
Por causa do crescente índice de pornografia em nosso meio,
as famílias começam a se desestruturar e saem do projeto de Deus. Por
isso, têm crescido assustadoramente os abusos sexuais de filhos pelos pais,
parentes, vizinhos. As crianças crescem com traumas, feridas que levarão pelo
resto da vida se não buscarem cura. Assim, podem desembocar em tendências
sexuais desordenadas. Não podemos achar normal tudo isso, precisamos ser
agentes de transformação em uma sociedade doente que precisa de Deus.
Abismos
causados por uma vida desregrada
Os jovens estão se tornando feios, sem vida, sem razão para
viver, estão ficando velhos antes do tempo por causa de uma sexualidade
desregrada. E as consequências de tudo isso são: um crescente índice
de abortos, AIDS, toda espécie de doenças sexualmente transmissíveis, e
uma total libertinagem homossexual. Só tolo não percebe que o mundo está caindo
em um abismo, que é capaz de ser irreversível, a não ser pelo poder de Deus e a
força do Espírito Santo.
Em quem colocar a culpa? Será que é em Deus? Claro que não!
Somos responsáveis, pois estamos fazendo a opção pelo mal, dizendo ‘não’ à vida
em Deus. É com uma vida no Senhor que poderemos mudar e seremos curados na
nossa afetividade. Estou propondo para você, que precisa de ajuda, que tem
traumas, tendências, que foi ferido na sua sexualidade e genitalidade, buscar
ajuda. Você tem jeito sim, não importa o que fez ou sofreu, nem o nível de seu
trauma. Deus quer curá-lo.
Há
salvação para você. Deus o ama e o espera com Sua misericórdia, para acolhê-lo.
Mesmo que as pessoas falem que você não tem jeito ou que é caso perdido, eu
digo que é mentira! Deus o ama e quer você de volta.
Padre
Reinaldo Cazumbá
Sexualidade e castidade
Muitos hoje, em um grande pré-conceito em relação à fé católica,
acreditam que a Santa Igreja vê o sexo como algo mau, impuro ou pecaminoso, e
isso é um engano.
Um olhar mais
aprofundado sobre a doutrina católica mostra a imensa dignidade na qual a Santa
Igreja vê a sexualidade. Diz o Catecismo da Igreja Católica que "a união
do homem e da mulher no casamento é uma maneira de imitar na carne a
generosidade e a fecundidade do Criador. (…) Dessa união procedem todas as
gerações humanas." (Catecismo da Igreja Católica, 2335).
Diz também o Catecismo
ainda que, pela sexualidade, “os esposos participam do poder criador e da
paternidade de Deus.” (Catecismo da Igreja Católica, 2367) Isso está claro já
nos primeiros capítulos da Sagrada Escritura, quando Deus cria o homem e a
mulher à sua imagem e semelhança, e lhes diz: “Frutificai, e multiplicai-vos,
enchei a terra e submetei-a.” (Gn 1,28) E mais adiante: “Por isso o homem deixa
seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só
carne.” (Gn 2,24)
Se, portanto, a Santa
Igreja crê que:
*
pela sexualidade o homem e a mulher imitam a generosidade de Deus
* Deus condiciona ao ato sexual nada menos do que a geração de uma nova vida humana
* pelo ato sexual os esposos participam do poder criador de Deus
* o próprio Deus ordena que, em sua vocação natural, o homem e mulher se unam no ato sexual
* Deus condiciona ao ato sexual nada menos do que a geração de uma nova vida humana
* pelo ato sexual os esposos participam do poder criador de Deus
* o próprio Deus ordena que, em sua vocação natural, o homem e mulher se unam no ato sexual
Como se poderá afirmar
que a fé católica vê o sexo como algo mau, impuro ou pecaminoso?
Foi o próprio Deus,
ainda, que dispôs a natureza de forma à haver prazer no ato que perpetua a
espécie humana – da mesma forma que normalmente há prazer natural em todos os
atos humanos necessários para a sobrevivência e perpetuação da espécie: comer,
beber, dormir, e assim por diante.
O Sagrado Magistério da
Igreja ensina ainda que não há problema algum em os esposos desejarem este
prazer no ato sexual e o gozarem, desde que isso seja vivido nos justos
limites. Nesse sentido, o saudoso Papa Pio XII nos ensina: "O próprio
Criador estabeleceu que nesta função os esposos sentissem prazer e satisfação
no corpo e no espírito. Portanto, os esposos não fazem nada de mal em procurar
este prazer e em gozá-lo. Eles aceitam o que o Criador lhes destinou. Contudo,
os esposos devem manter-se nos limites de uma moderação justa." (Catecismo
da Igreja Católica, 2362)
Finalidades
procriadora e unitiva
Quais seriam estes
justos limites? É aquilo que a fé católica chama de virtude da castidade. O
Catecismo da Igreja Católica nos ensina: "A castidade significa a
integração correta da sexualidade na pessoa." (Catecismo da Igreja
Católica, 2347) E ainda: "Todos os fiéis de Cristo são chamados a levar
uma vida casta segundo seu estado de vida." (Catecismo da Igreja Católica,
2348) Ou seja, a virtude da castidade consiste na maneira correta de viver a
sexualidade. Cada membro da Santa Igreja é chamado por Nosso Senhor Jesus
Cristo à viver a castidade segundo a sua vocação.
Para isso, precisamos
compreender que o ato sexual naturalmente tem duas finalidades: a finalidade
unitiva, que diz respeito ao bem e à santificação do casal, e a finalidade
procriadora, que diz respeito à geração da vida. Diz o Catecismo:
"Salvaguardando esse dois aspectos essenciais, unitivo e procriador, o ato
conjugal conserva integralmente o sentido de amor mútuo e verdadeiro e sua
ordenação para altíssima vocação do homem para a paternidade." (Catecismo
da Igreja Católica, 2369)
O prazer é consequência
natural do ato conjugal, e não finalidade do ato. Assim, qualquer atitude que
faça uso da sexualidade buscando o “prazer pelo prazer”, fora da sua finalidade
unitiva ou fechando-se intencionalmente à sua finalidade procriadora, é uma
atitude imoral.
3. Pecados contra a
castidade
O Catecismo especifica:
"Entre os pecados gravemente contrários à castidade é preciso citar a
masturbação, a fornicação, a pornografia e as práticas homossexuais."
(Catecismo da Igreja Católica, 2396)
A masturbação atenta
tanto contra a finalidade unitiva do ato sexual, quanto contra a finalidade
procriadora, e por isso é si mesmo imoral. Diz o Catecismo: "Por
masturbação se deve entender a excitação voluntárias dos órgãos genitais a fim
de conseguir um prazer venéreo. (…) A masturbação é um ato intrínseca e
gravemente desordenado. Qualquer que seja o motivo, o uso deliberado da
faculdade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade."
(Catecismo da Igreja Católica, 2352)
Embora a masturbação
seja em si mesmo imoral, certos fatores psicológicos podem atenuar a
culpabilidade do ato, de forma que, em certas circunstâncias, possa ser apenas
um pecado venial ou não ser nem mesmo pecado, embora seja sempre um ato imoral
(Catecismo da Igreja Católica, 2352).
A fornicação é a
"união carnal fora do casamento entre um homem e mulher livres."
(Catecismo da Igreja Católica, 2353) Atenta contra a finalidade unitiva do ato
sexual, pois é praticado fora do compromisso definitivo entre homem e mulher
que se dá no matrimônio. O contexto adequado para o ato sexual é, portanto, o
matrimônio, e jamais o namoro, nem mesmo o noivado. A fornicação "é
gravemente contrária à dignidade das pessoas e da sexualidade humana,
naturalmente ordenada para o bem dos esposos, bem como para a geração e
educação dos filhos." (Catecismo da Igreja Católica, 2353)
Diz o Catecismo que
"a homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem
atração sexual, exclusiva ou predominantemente, por pessoas do mesmo sexo. (…)
Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves, a
tradição sempre declarou que os atos de homossexualidade são intrinsecamente
desordenados. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida.
Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso
algum podem ser aprovados. As pessoas homossexuais são chamadas à
castidade." (Catecismo da Igreja Católica, 2357)
A Santa Igreja, porém,
acolhe e respeita o homossexual enquanto pessoa, embora não aprove as práticas
homossexuais; ela ama o pecador, mas odeio o pecado. Diz o Catecismo: "Um
número não negligenciável de homens e mulheres apresenta tendências
homossexuais inatas. Não são eles que escolhem sua condições homossexual; para
a maioria, pois, esta constitui uma provação. Devem ser acolhidos com respeito,
compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de descriminação
injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus na sua vida e,
se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que
podem encontrar por causa de sua condição. As pessoas homossexuais são chamadas
à castidade. Pelas virtudes de autodomínio, educadoras da liberdade interior, às
vezes pelo apoio de uma amizade desinteressada, pela oração e pela graça
sacramental, podem e devem se aproximar, gradual e resolutamente, da perfeição
cristã." (Catecismo da Igreja Católica, 2359)
Castidade no matrimônio
Opõe-se à castidade no
matrimônio:
* O
adultério
* O espaçamento do nascimento dos filhos sem razões justas (sejam elas físicas, psicológicas, econômicas, etc)
* O espaçamento do nascimento dos filhos por métodos contraceptivos artificiais, que tornam o ato sexual intencionalmente infecundo
* O espaçamento do nascimento dos filhos sem razões justas (sejam elas físicas, psicológicas, econômicas, etc)
* O espaçamento do nascimento dos filhos por métodos contraceptivos artificiais, que tornam o ato sexual intencionalmente infecundo
No matrimônio, "os
dois se doam definitiva e totalmente um ao outro. Não são mais dois, mas formam
doravante uma só carne. A aliança contraída livremente pelos esposos lhes impõe
a obrigação de a manter una e indissolúvel." (Catecismo da Igreja
Católica, 2364) O adultério designa a "infidelidade conjugal. Quando dois
parceiros, dos quais um é casado, estabelecem entre si uma relação sexual,
mesmo efêmera, cometem adultério." (Catecismo da Igreja Católica, 2380)
Como no matrimônio há
uma união indissolúvel, se o matrimônio é válido e uma das partes do casal
contrai a chamada "segunda união", comete adultério. Se, por
condições particulares, a convivência enquanto casal torna-se impossível, e
havendo dúvidas sobre a validade do matrimônio supostamente contraído (existem
diversas razões que podem haver comprometido sua validade), deve-se procurar os
Tribunais Eclesiásticos para avaliar se o matrimônio realmente existiu ou não.
Sobre isso, assim se
expressou recentemente o Santo Padre Bento XVI: "Nos casos em que surjam
legitimamente dúvidas sobre a validade do Matrimônio sacramental contraído,
deve fazer-se tudo o que for necessário para verificar o fundamento das mesmas.
Há que assegurar, pois, no pleno respeito do direito canônico, a presença no
território dos tribunais eclesiásticos, o seu caráter pastoral, a sua atividade
correta e pressurosa; é necessário haver, em cada diocese, um número suficiente
de pessoas preparadas para o solícito funcionamento dos tribunais
eclesiásticos. (…) Enfim, caso não seja reconhecida a nulidade do vínculo
matrimonial e se verifiquem condições objetivas que tornam realmente
irreversível a convivência, a Igreja encoraja estes fiéis a esforçarem-se por
viver a sua relação segundo as exigências da lei de Deus, como amigos, como
irmão e irmã; deste modo poderão novamente abeirar-se da mesa eucarística, com
os cuidados previstos por uma comprovada prática eclesial." (Sacramentum
Caritatis, 29)
Deve-se observar que um
matrimônio consumado jamais poderá ser anulado, mas sim, declarado que, por
condições específica, sempre foi inválido.
Diz o Catecismo: "A
fecundidade é um dom, um fim do matrimônio, porque o amor conjugal tende
naturalmente a ser fecundo. (…) A Igreja, que está do lado da vida, ensinada
que qualquer ato matrimonial deve estar aberto à transmissão da vida."
(Catecismo da Igreja Católica, 2366) Porém, "por razões justas, os esposos
podem querer espaçar o nascimento dos filhos. Cabe-lhes verificar que seu
desejo não provém do egoísmo, mas está de acordo com a justa generosidade de
uma paternidade responsável. Além disso, regularão seu comportamento segundo os
critérios objetivos da moral. (…) A continência periódica, os métodos de
regulação da natalidade baseados na auto-observação e no recurso aos períodos
infecundos estão de acordo com os critérios objetivos da moralidade. Estes
métodos respeitam o corpo dos esposos, animam a ternura entre eles e favorecem
a educação de uma liberdade autêntica. Em compensação, é intrinsecamente má
toda ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou
também durante o desenvolvimento de suas consequências naturais, se proponha,
como fim ou como meio, tornar impossível a procriação." (Catecismo da
Igreja Católica, 2368-2370).
Como foi dito acima, as
razões justas para espaçar o nascimento podem ser tanta físicas, como
psicológicas, financeiras, e assim por diante (ver encíclica Humanae Vitae, n.
16), e isso é moralmente lícito se for feito através do métodos naturais.
Existe um método de observação do corpo da mulher chamado método Billings,
muito seguro se bem utilizado (segurança de 97%, segundo a Organização Mundial
da Saúde). Uma rápida pesquisa na Internet mostrará muitas informações sobre
ele, mas para aprender a utilizá-lo é importante procurar um instrutor
experiente.
Por outro lado, é
absolutamente imoral o uso de métodos contraceptivos que tornam o ato sexual
infecundo (tais como: camisinha, pílula anticoncepcional, DIU, laqueadura e
vasectomia), se utilizados com a intensão de fechar o ato sexual para a geração
da vida. Nesses casos, e nos casos que mesmo por meios naturais o casal espaça
o nascimento dos filhos sem razões justas para isso, a atitude se reveste de
grande gravidade, pois o casal se fecha para a geração de vidas que se comprometeu
à acolher quando assumiu o Matrimônio.
Luta pela castidade
O Catecismo cita ainda a
luxúria como "um desejo desordenado ou um gozo desordenado do prazer
venéreo. O prazer sexual é moralmente desordenado quando buscado por si mesmo,
isolado das finalidade da procriação e du união." (Catecismo da Igreja
Católica, 2351) Aqui deve-se destinguir entre o "sentir" e o
"consentir"; o sentir desejo sexual de forma desordenada é natural
devido as consequências do pecado original em nós, e por isso mesmo não é
imoral; o "consentir" no desejo desordenado, isto é, a atitude que
tomamos em relação à este desejo desordenado é que pode ser virtuosa ou imoral,
pois o pecado implica vontade. Esta atitude imoral pode ser tanto um
comportamento externo ou uma atitude interna de "curtir" o desejo
desordenado – e nesse sentido Nosso Senhor Jesus Cristo fala em cometer um
adultério através do olhar (Mateus 6, 27-28).
Com toda a certeza são
necessárias renúncias para viver a castidade. O próprio Senhor nos diz:
"Aquele que quer me seguir, tome a sua cruz e siga-me. De que vale ganhar
o mundo inteiro se vier à perder a sua alma?" (Mateus 16, 16) Por outro
lado, reconhecer a necessidade da renúncia da sexualidade desordenada de forma
nenhuma significa que o sexo, em si mesmo, é algo mau, impuro ou pecaminoso.
Muito pelo contrário! Significa que a sexualidade é algo tão cheio de dignidade
que não pode ser vivido de qualquer maneira.
O próprio Santo Padre
Bento XVI escreveu à respeito do amor que os gregos chamavam de
"eros", isto é, o amor entre homem e mulher: "Na crítica ao
cristianismo que se foi desenvolvendo com radicalismo crescente a partir do
iluminismo, esta novidade foi avaliada de forma absolutamente negativa. Segundo
Friedrich Nietzsche, o cristianismo teria dado veneno a beber ao eros, que,
embora não tivesse morrido, daí teria recebido o impulso para degenerar em
vício. Este filósofo alemão exprimia assim uma sensação muito generalizada: com
os seus mandamentos e proibições, a Igreja não nos torna porventura amarga a
coisa mais bela da vida? Porventura não assinala ela proibições precisamente
onde a alegria, preparada para nós pelo Criador, nos oferece uma felicidade que
nos faz pressentir algo do Divino? Mas, será mesmo assim? O cristianismo
destruiu verdadeiramente o eros? (…) São necessárias purificações e
amadurecimentos, que passam também pela estrada da renúncia. Isto não é
rejeição do eros, não é o seu « envenenamento », mas a cura em ordem à sua
verdadeira grandeza." (Deus Caritas Est, 3-5)
Santo Afonso de Ligório,
doutor da Igreja, nos ensina: "Depois da queda de Adão, rebelaram-se os
sentidos contra a razão, e não há para o homem mais difícil virtude a praticar
do que a castidade." (Glórias de Maria, Tratado 3, cap. VI) Mas já dizia
um grande sábio que "a juventude não foi feita para o prazer, mas para o
heroísmo."
Para viver a castidade,
é necessário, portanto, buscarmos:
* Busca do Sacramento da Confissão sempre
que for necessário * Jejum em
busca de força e equilíbrio
* Vida de oração profunda
* Participação frequente no Sacrifício da Missa e na Comunhão Eucarística
* Devoção à Santíssima Virgem, grande modelo de castidade
* Vigilância em relação à tentações
* Fuga das ocasiões mais prováveis de queda
* Vida de oração profunda
* Participação frequente no Sacrifício da Missa e na Comunhão Eucarística
* Devoção à Santíssima Virgem, grande modelo de castidade
* Vigilância em relação à tentações
* Fuga das ocasiões mais prováveis de queda
É um desafio que vale a
pena!
---------------------------------------------------------------------------
A sexualidade é um presente de Deus e envolve toda
a nossa pessoa! Tudo que fazemos e somos, está impregnado das riquezas da nossa
sexualidade. Aqui é importante não confundir com genitalidade!
Os órgãos genitais ou a genitalidade é apenas um
aspecto da sexualidade humana. Os nossos órgãos genitais compõe a nossa
genitalidade que se expressa na relação sexual, para a união entre os
esposos, consagrados no matrimônio e a geração de filhos.
A sexualidade é algo tão de Deus e tão santo, que
Ele mesmo quis preservar pelo mandamento da castidade.
A virtude que mais nos une a Deus é a castidade.
Por isso, o demônio tem feito tanta anarquia nessa área. E a palavra é anarquia
mesmo, um ”sistema”’ sem o governo de Deus na nossa sexualidade.
O Maligno quer nos jogar no chão, ”desplugar” a
nossa relação com o criador, ”desconectar” a nossa alma do sistema de Deus. Até
nos retirar totalmente do caminho do Senhor, amarrando a gente em modismos
infernais, disfarçados numa falsa idéia de liberdade.
No casal, a castidade se manisfesta na fidelidade
conjugal e em não viver práticas sexuais contra a natureza e a dignidade
do matrimônio. Isso no que diz respeito ao sexo no casamento, mas fidelidade
conjugal vai muito além disso, não vou tratar desse assunto hoje.
No matrimônio, os esposos devem se amar de corpo e
alma, pois existe uma consagração, um compromisso que torna legítima a relação
sexual do casal.
Na vida do solteiro é diferente, ele não
está sob a graça do sacramento, não tem o ”selo” do alto, para
sustentar algo tão profundo e tão íntimo. O sexo vivido fora dessa dimensão
espiritual do sacramento, torna-se uma fonte de feridas, traumas e deixam
sequelas na alma de quem se entrega, deliberadamente, a qualquer um, fora
do casamento.
As consequencias disso já sabemos:
desintegração afetiva, falta de compromisso, esfriamento na fé, depressão,
abortos, impotência sexual, gravidez na adolescência (na maioria das vezes
indesejada), doenças, vícios sexuais, doenças psíquicas (compulsão sexual),
aberrações sexuais, etc.
Que o Sangue de Cristo, cura as
feridas da nossa sexualidade!
Vamos pedir ao Sangue de Cristo , que cure e
liberte-nos:
Sangue de Cristo , derramado na cruz , cure
a minha sexualidade. Lava a minha afetividade tão ferida pelos meus
pecados!
Sangue de Cristo, perdoe os meus pecados de
impureza, desregramento e insubmissão a Deus!
Sangue do lado de Cristo, lava a minha imaginação,
sensibilidade, e afetos, para que eu não me renda aos apelos da minha carne!
Que o teu amor me sustente na minha fraqueza!
Sangue de Cristo, restaura a minha sexualidade
machucada, pelos inúmeros relacionamentos sem compromisso!
Sangue de Cristo, liberta-me das amarras do
Maligno, de toda contaminação espiritual nessa área!
Sangue de Cristo, elevado no cálice da Santa Missa,
liberta-me da dependência sexual, do sexo com animais, sexo com objetos.
Liberta-me de filmes, revistas e sites de
pornografia.
Sangue de Cristo, preço da minha Salvação,
liberta-me de relacionamentos “abertos”, relação de troca de casais,
relações homossexuais, envolvimentos com pessoas casadas, e relações
sexuais sado-masoquistas e de compulsão sexual.
Sangue de Cristo, vinho que salva e que me dá
coragem, regenera a minha afetividade e sexualidade, para que eu tenha a vida
em abundância! Amé !
Se você sentir necessidade, se confesse e retome a
sua vida com Deus! Não importa o que você fez ontem, importa o que fará a
partir de agora. O que passou, passou!
1. “É bom caminhar pela força de Seu amor em
sentido contrário às nossas inclinações, sem outro prazer e contentamento senão
o de não ter nenhum, porquanto deve bastar-nos que nosso bom Deus fique
contente do modo e forma que lhe apraz”.
2. “Sou um círio ardente para o Santíssimo
Sacramento. Será meu maior desejo de ali consumir minha vida como um círio
diante de meu Bem-amado”.
3. “Ah! como é bom amar tão-somente por amor
dele mesmo… pois sem esse amor a vida é dura morte”.
4. “Jesus Cristo é o único verdadeiro amigo de
nossos corações que não foram feitos senão para ele só. Assim, não podem encontrar
repouso, alegria, nem plenitude senão Nele”.
5. “O diabo me fez furiosos assaltos e mil vezes
teria sucumbido, não fora ter sentido um poder extraordinário que me amparava e
combatia por mim”.
6. “Nada confunde tanto Satanás, nem o faz mais
impotente a nosso respeito, do que a sincera acusação de nossas faltas”.
7. “Um espírito estranho, pleno de orgulho e
ambição não busca senão arruinar no instituto o espírito de humildade e de
simplicidade que é o fundamento do edifício que Satanás procura destruir, o que
não poderá executar, tendo este sagrado Coração por defensor e esteio”.
8. “No Coração de Jesus quero viver, padecer e
agir de acordo com os seus desígnios e é por ele que quero amar e aprender a
sofrer bem”.
9. “Entrego-lhe todas as minhas ações, para que
delas disponha conforme sua vontade e repare as faltas que cometerei”.
10. “Todas as mais amargas amarguras não são mais
que doçura neste adorável Coração, onde tudo se muda em amor”.
11. “Queres dar-Me teu coração para fazer
repousar meu amor sofredor que todo mundo despreza?”
12. “Querer amar a Deus sem sofrer por seu amor é
ilusão”.
A-RITOS INICIAIS
1- Acolhida carinhosa e motivadora
CANTO DE ACOLHIDA
Em nome do pai e do filho e do espirito santo.
Leigo:
O Senhor, que encaminha os nossos corações para o amor de Deus e a constância de cristo, esteja conosco.
Resp. Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
2- Atos Penitenciais
Irmãos e irmãs reconheçamos nossas culpas para celebrarmos dignamente os santos mistérios.
Oremos
4 - Orações do Dia (coleta)
B-RITO DA PALAVRA OU LITURGIA DA PALAVRA
5-Primeira Leitura
6-Salmo de Meditação ou Salmo Responsorial
7-Aclamação ao Evangelho
Leigo: O Senhor esteja conosco.
Resp. Ele está no meio de nós.
Leigo: Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo,...
Rep. Gloria a vós Senhor.
8-Uso da palavra ou reflexão
9-Profissão de Fé
10-Oração dos fieis ou Oração Universal
10-Ofertório (A nossa vida)
11-Oração
Irmãos: Agradecidos, elevemos nossos louvores ao Pai. Com braço forte Ele conduziu seu povo e continua, com a luz de seu Espirito, a acompanhar a Igreja peregrina neste mundo.
Bendito e louvado seja Deus, Pai que tanto amor demonstra a todos nós.
Leigo:
O Senhor esteja conosco
Ele está no meio de nós.
Elevemos ao Senhor nosso louvor
É nossa alegria e salvação.
Nós vos damos graças, ó Pai, por toda a vossa criação e por tudo e que fizeste no meio de nós, por intermédio de Jesus Cristo, vosso filho e nosso irmão, que nos deste como imagem viva do vosso amor e de vossa bondade.
Por nós fez maravilhas, louvemos o Senhor!
Envie sobre nós, aqui reunidos, o vosso Espirito e dai a esta terra que nos sustenta uma nova face. Que haja paz em nossas famílias e cresça em nossa comunidade a alegria de sermos vosso por Cristo, nosso Senhor.
Por nós fez maravilhas, louvemos o Senhor!
Pela Palavra do Evangelho de Vosso Filho, fazei que as Igrejas do mundo inteiro caminhem na unidade com o Papa Francisco e sejam sinais da presença do Cristo ressuscitado. Tornais esta comunidade cada vez mais sinal de vossa bondade e unida na caminhada com a Diocese sob a orientação do nosso Bispo Dom Antônio Roberto Cavulto.
Por nós fez maravilhas, louvemos o Senhor!
Lembrai-vos, ó Pai, dos nossos irmãos e irmãs que morreram na paz de Cristo... (lembrar os falecidos da comunidade), e de todos os falecidos, cuja fé só vós conheceste; acolhei-os junto a vós, na luz da vossa infinita misericórdia.
Por nós fez maravilhas, louvemos o Senhor!
Ó Deus, criador do céu e da terra, os nossos louvores e as nossas preces cheguem a vós pelas mãos daquele que é nosso único mediador, Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém!
C-RITO DA COMUNHÃO ou COMUNHÃO EUCARÍSTICA
Oração do Pai-nosso
Antes de participarmos do banquete da eucaristia, sinal de reconciliação e vinculo de união fraterna, rezemos junto, como o Senhor nos ensinou:
Pai nosso que estais no céu,...
Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto vivendo a esperança, aguardamos a vinda do Cristo Salvador.
Vosso é o reino, o poder e a gloria para sempre!
Rito da Paz( Não se reza a Oração da Paz que é própria do Padre.)
Leigo
A paz do Senhor esteja sempre conosco!
O amor de Cristo nos uniu...
Em Jesus, que nos tornou todos irmãos e irmãs com sua Cruz, saudemo-nos com um sinal de reconciliação e de paz.
Oremos
Senhor todo-poderoso, criastes todas as coisas e nos deste alimento que nos sustentam, concede-nos crescer na vida espiritual pelo pão da vida que vamos receber. Por Jesus Cristo vosso Filho, na unidade do Espirito Santo! Amem.
Felizes os convidados para a Ceia do Senhor.
Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mondo.
Senhor, eu não sou digno (a) de que entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei salvo (a).
COMUNHÃO:
Oração após a Comunhão
Alma de Cristo, santificai-me.
Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó bom Jesus, ouvi-me.
Dentro de Vossas chagas, escondei-me.
Não permitais que me separe de Vós.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora da minha morte, chamai-me
e mandai- me ir para Vós,
para que com os vossos Santos Vos louve
por todos os séculos dos séculos.
Amém.
Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó bom Jesus, ouvi-me.
Dentro de Vossas chagas, escondei-me.
Não permitais que me separe de Vós.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora da minha morte, chamai-me
e mandai- me ir para Vós,
para que com os vossos Santos Vos louve
por todos os séculos dos séculos.
Amém.
Oração
Senhor nosso Deus e Pai, pelo mistério da Páscoa que celebramos, fazei crescer em nossos corações e me nossas vidas os frutos da vossa aliança que hoje renovastes conosco. Dai-nos a alegria de vos servir, apesar das muitas dificuldades de cada dia.
Por Cristo nosso
Senhor! Amem.
Oração para os demais Tempos Litúrgicos
Restaurados à vossa mesa pelo Pão da vida. Nós vos pedimos, ó Deus, que este alimento da caridade fortifique os nossos corações e nos leve a vos servir em nossos irmãos. Por Cristo nosso Senhor. Amém
D – RITOS FINAIS ou RITOS DE CONCLUSÃO
Benção Final
O Senhor esteja conosco!
Resp. Ele está no meio de nós.
Abençoe-nos o Deus todo-poderoso, em nome do Pai e do Filho e do Espirito Santo.
Amém.
Despedida
A alegria do Senhor seja a nossa força; vamos em paz e o Senhor nos acompanhe.
Graças a Deus.
Canto Final
A MISSA PARTE POR PARTE
A missa é o culto mais sublime que oferecemos ao
Senhor. Nós não vamos à missa somente para pedir, mas também para louvar,
agradecer e adorar a Deus. A desculpa de que rezar em casa é a mesma coisa que
ir à missa é por demais pretensiosa! É querer fazer da reza particular algo
melhor que a missa, que é celebrada por toda uma comunidade! Assim, vamos à
missa para ouvir a Palavra do Senhor e saber o que o Pai fala e propõe para a
sua família reunida. Não basta ouvir! Devemos pôr em prática a Palavra de Deus
e acertarmos nossas vidas (conversão). O fato de existir pessoas que freqüentam
a missa, mas não praticam a Palavra jamais deve ser motivo de desculpa para nos
esquivarmos de ir à missa; afinal, quem somos nós para julgarmos alguém? Quem
deve julgar é Deus! Ao invés de olharmos o que os outros fazem, devemos olhar
para o que Cristo faz! É com Ele que devemos nos comparar!
A DIVISÃO DA MISSA
A missa está dividida em quatro partes bem
distintas:
1. Ritos
Iniciais
Comentário Introdutório à missa do dia, Canto de
Abertura, Acolhida, Antífona de Entrada, Ato Penitencial, Hino de Louvor e
Oração Coleta.
2. Rito
da palavra
Primeira Leitura, Salmo Responsorial, Segunda
Leitura, Aclamação ao Evangelho, Proclamação do Evangelho, Homilia, Profissão
de Fé e Oração da Comunidade.
3. Rito
Sacramental
1ª Parte - Oferendas: Canto/Procissão das
Oferendas, Orai Irmãos e Irmãs, e Oração Sobre as Oferendas;
2ª Parte - Oração Eucarística: Prefácio, Santo,
Consagração e Louvor Final;
3ª Parte - Comunhão: Pai Nosso, Abraço da Paz,
Cordeiro de Deus, Canto/Distribuição da Comunhão, Interiorização, Antífona da
Comunhão e Oração após a Comunhão.
4. Ritos
Finais
Mensagem, Comunicados da Comunidade, Canto de Ação
de Graças e Bênção Final.
POSIÇÕES DO CORPO
Os gestos são importantes na liturgia. Nosso corpo
também "fala" através dos gestos e atitudes. Durante toda a
celebração litúrgica nos gesticulamos, expressando um louvor visível não só a
Deus, mas também a todos os homens.
Quando estamos sentados, ficamos
em uma posição confortável que favorece a catequese, pois nos dá a satisfação
de ouvir evitando o cansaço; também ajuda a meditar sobre a Palavra que está
sendo recebida.
Quando ficamos de pé, demonstramos respeito e consideração, indicando prontidão e disposição para obedecer.
Quando nos ajoelhamos ou inclinamos durante a missa, declaramos a nossa adoração sincera a Deus todo-poderoso, indicando homenagem e, principalmente, total submissão a Ele e à sua vontade.
Ao juntarmos as mãos, mostramos confiança e fé em Deus.
Quando ficamos de pé, demonstramos respeito e consideração, indicando prontidão e disposição para obedecer.
Quando nos ajoelhamos ou inclinamos durante a missa, declaramos a nossa adoração sincera a Deus todo-poderoso, indicando homenagem e, principalmente, total submissão a Ele e à sua vontade.
Ao juntarmos as mãos, mostramos confiança e fé em Deus.
1. A missa é ação de graças
A missa também pode ser chamada de eucaristia, ou
seja, ação de graças. E a partir da passagem do servo de Abraão pudemos ter uma
noção do que é uma oração eucarística ou de ação de graças. Pois bem, esta
atitude de ação de graças recebe o nome de berakah em
hebraico, que traduzindo-se para o grego originou três outras palavras: euloguia,
que traduz-se por bendizer; eucharistia, que significa gratidão pelo
dom recebido de graça; e exomologuia, que significa reconhecimento
ou confissão.
Diante da riqueza desses significados podemos nos
perguntar: quem dá graças a quem? Ou melhor, dizendo, quem dá dons, quem dá
bênçãos a quem? Diante dessa pergunta podemos perceber que Deus dá graças
a si mesmo, uma vez que sendo uma comunidade perfeita o Pai ama o Filho e
se dá por ele e o Filho também se dá ao Pai, e deste amor surge o Espírito
Santo. Por sua vez, Deus dá graças ao homem, uma vez que não se
poupou nem de dar a si mesmo por nós e em resposta o homem dá graças a
Deus, reconhecendo-se criatura e entregando-se ao amor de Deus. Ora,
o homem também dá graças ao homem, através da doação ao próximo a
exemplo de Deus. Também o homem dá graças à natureza, respeitando-a e
tratando-a como criatura do mesmo Criador. O problema ecológico que
atravessamos é, sobretudo, um problema eucarístico. A natureza também
dá graças ao homem, se respeitada e amada. A natureza dá graças a
Deus estando a serviço de seu criador a todo instante.
A partir desta visão
da ação de graças começamos a perceber que a Missa não se reduz apenas a uma
cerimônia realizada nas Igrejas, ao contrário, a celebração da Eucaristia é a
vivência da ação de Deus em nós, sobretudo através da libertação que Ele nos
trouxe em seu Filho Jesus. Cristo é a verdadeira e definitiva libertação e
aliança, levando à plenitude a libertação do povo judeu do Egito e a aliança
realizada aos pés do monte Sinai.
2. A missa é
sacrifício
Sacrifício é uma palavra
que possui a mesma raiz grega da palavra sacerdócio, que do latim
temos sacer-dos, o dom sagrado. O dom sagrado do homem é a vida,
pois esta vem de Deus. Por natureza o homem é um sacerdote. Perdeu esta
condição por causa do pecado. Sacrifício, então, significa o que é feito
sagrado. O homem torna sua vida sagrada quando reconhece que esta é dom de
Deus. Jesus Cristo faz justamente isso: na condição de homem reconhece-se como
criatura e se entrega totalmente ao Pai, não poupando nem sua própria vida.
Jesus nesse momento está representando toda a humanidade. Através de sua morte
na cruz dá a chance aos homens e às mulheres de novamente orientarem suas vidas
ao Pai assumindo assim sua condição de sacerdotes e sacerdotisas.
Com isso queremos
tirar aquela visão negativa de que sacrifício é algo que representa a morte e a
dor. Estas coisas são necessárias dentro do mistério da salvação, pois só assim
o homem pode reconhecer sua fraqueza e sua condição de criatura.
3. A Missa também é
Páscoa
A Páscoa foi a
passagem da escravidão do Egito para a liberdade, bem como a aliança selada no
monte Sinai entre Deus e o povo hebreu. E diante desses fatos o povo hebreu
sempre celebrou essa passagem, através da Páscoa anual, das celebrações da
Palavra aos sábados, na sinagoga e diariamente, antes de levantar-se e
deitar-se, reconhecendo a experiência de Deus em suas vidas e louvando a Deus
pelas experiências pascais vividas ao longo do dia. O povo judeu vivia em
atitude de ação de graças, vivendo a todo instante a Páscoa em suas vidas.
RITOS INICIAIS
Instrução Geral ao
Missal Romano, n.º 24:
“Os ritos iniciais ou
as partes que precedem a liturgia da palavra, isto é, cântico de entrada,
saudação, ato penitencial, Senhor, Glória e oração da coleta, têm o caráter de
exórdio, introdução e preparação. Estes ritos têm por finalidade fazer com que
os fiéis, reunindo-se em assembléia, constituam uma comunhão e se disponham
para ouvir atentamente a Palavra de Deus e celebrar dignamente a Eucaristia”.
1. Comentário Inicial
Este tem por fim
introduzir os fiéis ao mistério celebrado. Sua posição correta seria após a
saudação do padre, pois ao nos encontrarmos com uma pessoa primeiro a saudamos
para depois iniciarmos qualquer atividade com ela.
2. Canto de Entrada
“Reunido o povo, enquanto
o sacerdote entra com os ministros, começa o canto de entrada. A finalidade
desse canto é abrir a celebração, promover a união da assembléia, introduzir no
mistério do tempo litúrgico ou da festa, e acompanhar a procissão do sacerdote
e dos ministros”(IGMR n.25)
Durante o canto de
entrada percebemos alguns elementos que compõem o início da missa:
a) O canto
Durante a missa,
todas as músicas fazem parte de cada momento. Através da música participamos da
missa cantando. A música não é simplesmente acompanhamento ou trilha musical da
celebração: a música é também nossa forma de louvarmos a Deus. Daí a
importância da participação de toda assembléia durante os cantos.
b) A procissão
O povo de Deus é um
povo peregrino, que caminha rumo ao coração do Pai. Todas as procissões têm
esse sentido: caminho a se percorrer e objetivo a que se quer chegar.
c) O beijo no altar
Durante a missa, o
pão e o vinho são consagrados no altar, ou seja, é no altar que ocorre o
mistério eucarístico. O presidente da celebração ao chegar beija o altar, que
representa Cristo, em sinal de carinho e reverência por tão sublime lugar.
Por incrível que
possa parecer, o local mais importante de uma igreja é o altar, pois ao
contrário do que muita gente pensa, as hóstias guardadas no sacrário nunca
poderiam estar ali se não houvesse um altar para consagrá-las.
3. Saudação
a) Sinal da Cruz
O presidente da
celebração e a assembléia recordam-se por que estão celebrando a missa. É,
sobretudo pela graça de Deus, em resposta ao seu amor. Nenhum motivo particular
deve sobrepor-se à gratuidade. Pelo sinal da cruz nos lembramos que pela cruz
de Cristo nos aproximamos da Santíssima Trindade.
b) Saudação
Retirada na sua
maioria dos cumprimentos de Paulo, o presidente da celebração e a assembléia se
saúdam. O encontro eucarístico é movido unicamente pelo amor de Deus, mas
também é encontro com os irmãos.
4. Ato Penitencial
Após saudar a
assembléia presente, o sacerdote convida toda assembléia a, em um momento de
silêncio, reconhecer-se pecadora e necessitada da misericórdia de Deus. Após o
reconhecimento da necessidade da misericórdia divina, o povo a pede em forma de
ato de contrição: Confesso a Deus Todo-Poderoso... Em forma de
diálogo por versículos bíblicos: Tende compaixão de nós... Ou
em forma de ladainha: Senhor, que viestes salvar... Após,
segue-se a absolvição do sacerdote. Tal ato pode ser substituído pela aspersão
da água, que nos convida a rememorar-nos o nosso compromisso assumido pelo
batismo e através do simbolismo da água pedirmos para sermos purificados.
Cabe aqui dizer, que
o “Senhor, tende piedade” não pertence necessariamente ao ato penitencial. Este
se dá após a absolvição do padre e é um canto que clama pela piedade de Deus.
Daí ser um erro omiti-lo após o ato penitencial quando este é cantando.
5. Hino de Louvor
Espécie de salmo
composto pela Igreja, o glória é uma mistura de louvor e súplica, em que a
assembléia congregada no Espírito Santo, dirige-se ao Pai e ao Cordeiro. É
proclamado nos domingos - exceto os do tempo da quaresma e do advento - e em
celebrações especiais, de caráter mais solene. Pode ser cantado, desde que
mantenha a letra original e na íntegra.
6. Oração da Coleta
Encerra o rito de
entrada e introduz a assembléia na celebração do dia.
“Após o convite do
celebrante, todos se conservam em silêncio por alguns instantes, tomando
consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente seus
pedidos. Depois o sacerdote diz a oração que se costuma chamar de ‘coleta’, a
qual a assembléia dá o seu assentimento com o ‘Amém’ final” (IGMR 32).
Dentro da oração da
coleta podemos perceber os seguintes elementos: invocação, pedido e
finalidade.
O RITO DA PALAVRA
O Rito da Palavra é a segunda parte da missa, e também a segunda mais
importante, ficando atrás, somente do Rito Sacramental, que é o auge de toda
celebração.
Iniciamos esta parte sentados, numa posição cômoda que facilita a
instrução. Normalmente são feitas três leituras extraídas da Bíblia: em geral
um texto do Antigo Testamento, um texto epistolar do Novo Testamento e um texto
do Evangelho de Jesus Cristo, respectivamente. Isto, porém, não significa que
será sempre assim; às vezes a 1ª leitura cede espaço para um outro texto do
Novo Testamento, como o Apocalipse, e a 2ª leitura, para um texto extraído dos
Atos dos Apóstolos; é raro acontecer, mas acontece... Fixo mesmo, apenas o
Evangelho, que será extraído do livro de Mateus, Marcos, Lucas ou João.
1.Primeira Leitura
Como já dissemos, a primeira leitura costuma a ser extraída do Antigo
Testamento.
Isto é feito para demonstrar que já o Antigo Testamento previa a vinda
de Jesus e que Ele mesmo o cumpriu (cf. Mt 5,17). De fato, não poucas vezes os
evangelistas citam passagens do Antigo Testamento, principalmente dos profetas,
provando que Jesus era o Messias que estava para vir.
O leitor deve ler o texto com calma e de forma clara. Por esse motivo,
não é recomendável escolher os leitores poucos instantes antes do início da
missa, principalmente pessoas que não têm o costume de freqüentar aquela comunidade.
Quando isso acontece e o "leitor", na hora da leitura, começa a
gaguejar, a cometer erros de leitura e de português, podemos ter a certeza de
que, quando ele disser: "Palavra do Senhor", a resposta da
comunidade, "Graças a Deus", não se referirá aos frutos rendidos pela
leitura, mas sim pelo alívio do término de tamanha catástrofe!
Ora, se a fé vem pelo ouvido, como declara o Apóstolo, certamente o
leitor deve ser uma pessoa preparada para exercer esse ministério; assim, é
interessante que a Equipe de Celebração seja formada, também, por leitores
"profissionais", ou seja, especial e previamente selecionados.
2.Salmo Responsorial
O Salmo Responsorial também é retirado da Bíblia, quase sempre (em 99%
dos casos) do livro dos Salmos. Muitas comunidades recitam-no, mas o correto
mesmo é cantá-lo... Por isso uma ou outra comunidade possui, além do cantor, um
salmista, já que muitas vezes o salmo exige uma certa criatividade e
espontaneidade, uma vez que as traduções do hebraico (ou grego) para o português
nem sempre conseguem manter a métrica ou a beleza do original.
Assim, quando cantado, acaba lembrando um pouco o canto gregoriano e, em
virtude da dificuldade que exige para sua execução, acaba sendo simplesmente -
como já dissemos - recitado (perdendo mais ainda sua beleza).
3.Segunda Leitura
Da mesma forma como a primeira leitura tem como costume usar textos do
Antigo Testamento, a segunda leitura tem como característica extrair textos do
Novo Testamento, das cartas escritas pelos apóstolos (Paulo, Tiago, Pedro, João
e Judas), mais notadamente as escritas por São Paulo.
Esta leitura tem, portanto, como objetivo, demonstrar o vivo ensinamento
dos Apóstolos dirigido às comunidades cristãs.
A segunda leitura deve ser encerrada de modo idêntico ao da primeira
leitura, com o leitor exclamando: "Palavra do Senhor!" e
a comunidade respondendo com: "Graças a Deus!".
4.Canto De Aclamação Ao Evangelho
Feito o comentário ao Evangelho, a assembléia a se põe de pé, para
aclamar as palavras de Jesus. O Canto de Aclamação tem como característica
distintiva a palavra "Aleluia", um termo hebraico que significa
"louvai o Senhor". Na verdade, estamos felizes em poder ouvir as
palavras de Jesus e estamos saudando-O como fizeram as multidões quando Ele
adentrou Jerusalém no domingo de Ramos.
Percebemos, assim, que o Canto de Aclamação, da mesma forma que o Hino
de Louvor, não pode ser cantado sem alegria, sem vida. Seria como se não
confiássemos Naquele que dá a vida e que vem até nós para pregar a palavra da
Salvação. O Canto deve ser tirado do lecionário, pois se identifica com a
leitura do dia, por isso não se pode colocar qualquer música como aclamação,
não basta que tenha a palavra aleluia.
Comprovando este nosso ponto de vista está o fato de que durante o tempo
da Quaresma e do Advento, tempos de preparação para a alegria maior, também a
palavra "Aleluia" não aparece no Canto de Aclamação ao Evangelho.
5.Evangelho
Antes de iniciar a leitura do Evangelho, se estiver sendo feito uso de
incenso, o sacerdote ou o diácono (depende de quem for ler o texto), incensará
a Bíblia e, logo a seguir, iniciará a leitura do texto.
O texto do Evangelho é sempre retirado dos livros canônicos de Mateus,
Marcos, Lucas e João, e jamais pode ser omitido. É falta gravíssima não
proceder a leitura do Evangelho ou substituí-lo pela leitura de qualquer outro
texto, inclusive bíblico.
Ao encerrar a leitura do Evangelho, o sacerdote ou diácono profere a
expressão: "Palavra da Salvação!" e toda a
comunidade glorifica ao Senhor, dizendo: "Glória a vós,
Senhor!". Neste momento, o sacerdote ou diácono, em sinal de veneração
à Palavra de Deus, beija a Bíblia (rezando em silêncio: "Pelas
palavras do santo Evangelho sejam perdoados os nossos pecados") e todo
o povo pode voltar a se sentar.
6.Homilia
A homilia nos recorda o Sermão da Montanha, quando Jesus subiu o Monte
das Oliveiras para ensinar todo o povo reunido. Observe-se que o altar já se
encontra, em relação aos bancos onde estão os fiéis, em ponto mais alto,
aludindo claramente a esse episódio.
Da mesma forma como Jesus ensinava com autoridade, após sua ascensão, a
Igreja recebeu a incumbência de pregar a todos os povos e ensinar-lhes a
observar tudo aquilo que Cristo pregou. A autoridade de Cristo foi, portanto,
passada à Igreja.
A homilia é o momento em que o sacerdote, como homem de Deus, traz para
o presente aquela palavra pregada por Cristo há dois mil anos. Neste momento,
devemos dar ouvidos aos ensinamentos do sacerdote, que são os mesmos
ensinamentos de Cristo, pois foi o próprio Cristo que disse: "Quem
vos ouve, a mim ouve. Quem vos rejeita, a mim rejeita" (Lc
10,16). Logo, toda a comunidade deve prestar atenção às palavras do sacerdote.
A homilia é obrigatória aos domingos e nas solenidades da Igreja. Nos
demais dias, ela também é recomendável, mas não obrigatória.
7.Profissão De Fé (Credo)
Encerrada a homilia, todos ficam de pé para recitar o Credo. Este nada
mais é do que um resumo da fé católica, que nos distingue das demais religiões.
É como que um juramento público, como nos lembra o PE Luiz Cechinatto.
Embora existam outros Credos católicos, expressando uma única e mesma
verdade de fé, durante a missa costuma-se a recitar o Símbolo dos Apóstolos,
oriundo do séc. I, ou o Símbolo Niceno-Constantinopolitano, do séc. IV. O
primeiro é mais curto, mais simples; o segundo, redigido para eliminar certas
heresias a respeito da divindade de Cristo, é mais longo, mais completo. Na
prática, usa-se o segundo nas grandes solenidades da Igreja.
8.Oração Da Comunidade
A Oração da Comunidade ou Oração dos Fiéis, como também é conhecida,
marca o último ato do Rito da Palavra. Nela toda a comunidade apresenta suas
súplicas ao Senhor e intercede por todos os homens.
Alguns pedidos não devem ser esquecidos pela comunidade:
o
As necessidades da Igreja.
o
As autoridades públicas.
o
Os doentes, abandonados e desempregados.
o
A paz e a salvação do mundo inteiro.
o
As necessidades da Comunidade Local
A introdução e o encerramento da Oração da Comunidade devem ser feitas
pelo sacerdote. Quando possível, devem ser feitos espontaneamente. As preces
podem ser feitas pelo comentarista, mas o ideal é que sejam feitas pela equipe
de Liturgia, ou ainda pelos próprios fiéis. Cada prece deve terminar com
expressões como: "Rezemos ao Senhor", entre outras,
para que a comunidade possa responder com: "Senhor, escutai a
nossa prece" ou "Ouvi-nos, Senhor”
Quando o sacerdote conclui a Oração da Comunidade, dizendo, por
exemplo: "Atendei-nos, ó Deus, em vosso amor de Pai, pois vos
pedimos em nome de Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor nosso”. a
assembléia encerra com um: "Amém!".
RITO SACRAMENTAL
Na liturgia
eucarística atingimos o ponto alto da celebração. Durante ela a Igreja irá
tornar presente o sacrifício que Cristo fez para nossa salvação. Não se trata
de outro sacrifício, mas sim de trazer à nossa realidade a salvação que Deus
nos deu. Durante esta parte a Igreja eleva ao Pai, por Cristo, sua oferta e
Cristo dá-se como oferta por nós ao Pai, trazendo-nos graças e bênçãos para
nossas vidas.
É durante a liturgia
eucarística que podemos entender a missa como uma ceia, pois afinal de contas
nela podemos enxergar todos os elementos que compõem uma: temos a mesa - mais
propriamente a mesa da Palavra e a mesa do pão. Temos o pão e o vinho, ou seja,
o alimento sólido e líquido presentes em qualquer ceia. Tudo conforme o
espírito da ceia pascal judaica, em que Cristo instituiu a eucaristia.
E de fato, a
Eucaristia no início da Igreja era celebrada em uma ceia fraterna. Porém foram
ocorrendo alguns abusos, como Paulo os sinaliza na Primeira Carta aos
Coríntios. Aos poucos foi sendo inserida a celebração da palavra de Deus antes
da ceia fraterna e da consagração. Já no século II a liturgia da Missa
apresentava o esquema que possui hoje em dia.
Após essa lembrança
de que a Missa também é uma ceia, podemos nos questionar sobre o sentido de uma
ceia, desde o cafezinho oferecido ao visitante até o mais requintado jantar
diplomático. Uma ceia significa, entre outros: festa, encontro, união, amor,
comunhão, comemoração, homenagem, amizade, presença, confraternização, diálogo,
ou seja, vida. Aplicando esses aspectos a Missa, entenderemos o seu
significado, principalmente quando vemos que é o próprio Deus que se dá em
alimento. Vemos que a Missa também é um convívio no Senhor.
A liturgia
eucarística divide-se em: apresentação das oferendas, oração eucarística e rito
da comunhão.
1. Apresentação das
Oferendas
Apesar de
conhecida como ofertório, esta parte da Missa é apenas uma apresentação dos
dons que serão ofertados junto com o Cristo durante a consagração. Devido ao
fato de maioria das Missas essa parte ser cantada não podemos ver o que
acontece durante esse momento. Conhecendo esses aspectos poderemos dar mais
sentido à celebração.
Analisemos
inicialmente os elementos do ofertório: o pão o vinho e a água. O que
significam? De fato foram os elementos utilizados por Cristo na última ceia,
mas eles possuem todo um significado especial:
1) o pão e o vinho representam a vida do homem, o que ele é, uma vez que ninguém vive sem comer nem beber;
2) representam também o que o homem faz, pois ninguém vai à roça colher pão nem na fonte buscar vinho;
3) em Cristo o pão e o vinho adquirem um novo significado, tornando-se o Corpo e o Sangue de Cristo. Como podemos ver, o que o homem é, e o que o homem faz adquirem um novo sentido em Jesus Cristo.
1) o pão e o vinho representam a vida do homem, o que ele é, uma vez que ninguém vive sem comer nem beber;
2) representam também o que o homem faz, pois ninguém vai à roça colher pão nem na fonte buscar vinho;
3) em Cristo o pão e o vinho adquirem um novo significado, tornando-se o Corpo e o Sangue de Cristo. Como podemos ver, o que o homem é, e o que o homem faz adquirem um novo sentido em Jesus Cristo.
E a água? Durante a
apresentação das oferendas, o sacerdote mergulha algumas gotas de água no
vinho. E o porquê disso? Sabemos que no tempo de Jesus os judeus bebiam vinho
diluído em um pouco de água, e certamente Cristo também devia fazê-lo, pois era
verdadeiramente homem. Por outro lado, a água quando misturada ao vinho adquire
a cor e o sabor deste. Ora, as gotas de água representam a humanidade que se
transforma quando diluída em Cristo.
Os tempos da
preparação das oferendas:
a) Preparação do
altar
“Em primeiro lugar
prepara-se o altar ou a mesa do Senhor, que é o centro de toda liturgia
eucarística, colocando-se nele o corporal, o purificatório, o cálice e o
missal, a não ser que se prepare na credência”(IGMR 49).
b) Procissão das
oferendas
Neste momento,
trazem-se os dons em forma de procissão. Lembrando que o pão e o vinho
representam o que é o homem e o que ele faz, esta procissão deve revestir-se do
sentimento de doação, ao invés de ser apenas uma entrega da água e do vinho ao
sacerdote.
c) Apresentação das
oferendas a Deus
O sacerdote apresenta
a Deus as oferendas através da fórmula: Bendito sejais... e o
povo aclama: Bendito seja Deus para sempre! Este momento passa
despercebido da maioria das pessoas devido ao canto do ofertório. O ideal seria
que todo o povo participasse desse momento, sendo o canto usado apenas durante
a procissão e a coleta fosse feita sem as pessoas saírem de seus locais. O
canto não é proibido, mas deve procurar durar exatamente o tempo da apresentação
das oferendas, para que o sacerdote não fique esperando para dar prosseguimento
à celebração.
d) A coleta do
ofertório
Já nas sinagogas
hebraicas, após a celebração da Palavra de Deus, as pessoas costumavam deixar
alguma oferta para auxiliar as pessoas pobres. E de fato, este momento do
ofertório só tem sentido se reflete nossa atitude interior de dispormos os
nossos dons em favor do próximo. Aqui, o que importa não é a quantidade, mas
sim o nosso desejo de assim como Cristo, nos darmos pelo próximo. Representa o
nosso desejo de aos poucos, deixarmos de celebrar a eucaristia para nos
tornarmos eucaristia.
e) O lavar as mãos
Após o sacerdote
apresentar as oferendas ele lava suas mãos. Antigamente, quando as pessoas
traziam os elementos da celebração de suas casas, este gesto tinha caráter
utilitário, pois após pegar os produtos do campo era necessário que lavasse as
mãos. Hoje em dia este gesto representa a atitude, por parte do sacerdote, de
tornar-se puro para celebrar dignamente a eucaristia.
f) O Orai Irmãos...
Agora o sacerdote
convida toda assembléia a unir suas orações à ação de graças do sacerdote.
g) Oração sobre as
Oferendas
Esta oração coleta os
motivos da ação de graças e lança no que segue, ou seja, a oração eucarística.
Sempre muito rica, deve ser acompanhada com muita atenção e confirmada com o
nosso amém!
2. A Oração
Eucarística
É na oração
eucarística em que atingimos o ponto alto da celebração. Nela, através de
Cristo que se dá por nós, mergulhamos no mistério da Santíssima Trindade,
mistério da nossa salvação:
“A oração eucarística
é o centro e ápice de toda celebração, é prece de ação de graças e
santificação. O sacerdote convida o povo a elevar os corações ao Senhor na
oração e na ação de graças e o associa à prece que dirige a Deus Pai por Jesus
Cristo em nome de toda comunidade. O sentido desta oração é que toda a
assembléia se una com Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação
do sacrifício” (IGMR 54).
a) Prefácio
Após o diálogo
introdutório, o prefácio possui a função de introduzir a assembléia na grande
ação de graças que se dá a partir deste ponto. Existem inúmeros prefácios,
abordando sobre os mais diversos temas: a vida dos santos, Nossa Senhora,
Páscoa etc.
b) O Santo
É a primeira grande
aclamação da assembléia a Deus Pai em Jesus Cristo. O correto é que seja sempre
cantado, levando-se em conta a maior fidelidade possível à letra da oração
original.
c) A invocação do
Espírito Santo
Através dele Cristo
realizou sua ação quando presente na história e a realiza nos tempos atuais. A
Igreja nasce do espírito Santo, que transforma o pão e o vinho. A Igreja tem
sua força na Eucaristia.
d) A consagração
Deve ser toda
acompanhada por nós. É reprovável o hábito de permanecer-se de cabeça baixa
durante esse momento. Reprovável ainda é qualquer tipo de manifestação quando o
sacerdote ergue a hóstia, pois este é um momento sublime e de profunda
adoração. Nesse momento o mistério do amor do Pai é renovado em nós. Cristo
dá-se por nós ao Pai trazendo graças para nossos corações. Daí ser esse um
momento de profundo silêncio.
e) Preces e
intercessões
Reconhecendo a ação
de Cristo pelo Espírito Santo em nós, a Igreja pede a graça de abrir-se a ela,
tornando-se uma só unidade. Pede para que o papa e seus auxiliares sejam capazes
de levar o Espírito Santo a todos. Pede pelos fiéis que já se foram e pede a
graça de, a exemplo de Nossa Senhora e dos santos, os fiéis possam chegar ao
Reino para todos preparados pelo Pai.
f) Doxologia Final
É uma espécie de
resumo de toda a oração eucarística, em que o sacerdote tendo o Corpo e Sangue
de Cristo em suas mãos louva ao Pai e toda assembléia responde com um
grande “amém”, que confirma tudo aquilo que ela viveu. O sacerdote
a diz sozinho.
3. Rito da Comunhão
A oração
eucarística representa a dimensão vertical da Missa, em que nos unimos
plenamente a Deus em Cristo. Após alcançarmos a comunhão com Deus Pai, o
desencadeamento natural dos fatos é o encontro com os irmãos, uma vez que
Cristo é único e é tudo em todos. Este é o momento horizontal da Missa. Tem
também esse momento o intuito de preparar-nos ao banquete eucarístico.
a) O Pai-Nosso
É o desfecho natural
da oração eucarística. Uma vez que unidos a Cristo e por ele reconciliados com
Deus, nada mais oportuno do que dizer: Pai nosso... Esta
oração deve ser rezada em grande exaltação, se for cantada, deve seguir
exatamente as palavras ditas por Cristo, quando as ensinou aos discípulos. Após
o Pai Nosso segue o seu embolismo, ou seja, a continuação do último
pensamento da oração. Segue aqui uma observação: o único local em que não
dizemos “amém” ao final do Pai Nosso é na Missa, dada a continuidade da oração
expressa no embolismo.
b) Oração pela paz
Uma vez reconciliados
em Cristo, pedimos que a paz se estenda a todas as pessoas, presentes ou não,
para que possam viver em plenitude o mistério de Cristo. Pede-se também a Paz
para a Igreja, para que, desse modo, possa continuar sua missão. Esta oração é
rezada somente pelo sacerdote.
c) O cumprimento da
Paz
É um gesto simbólico,
uma saudação pascal. Por ser um gesto simbólico não há a necessidade em
sair do local para cumprimentar a todos na Igreja. Se todos tivessem em mente o
simbolismo expresso nesse momento não seria necessária a dispersão que o
caracteriza na maioria dos casos. Também não é permitido que se cante durante
esse momento, uma vez que deveria durar pouco tempo.
d) O Cordeiro de Deus
O sacerdote e a
assembléia se preparam em silêncio para a comunhão. Neste momento o padre
mergulha um pedaço do pão no vinho, representando a união de Cristo presente
por inteiro nas duas espécies. A seguir todos reconhecem sua pequenez diante de
Cristo e como o Centurião exclamam: Senhor, eu não sou digno de que
entreis em minha morada, mas dizei uma só palavra e serei salvo. Cristo
não nos dá apenas sua palavra, mas dá-se por amor a cada um de nós.
e) A comunhão
Durante esse momento
a assembléia dirige-se à mesa eucarística. O canto deve procurar ser um canto
de louvor moderado, salientando a doação de Cristo por nós. A comunhão pode ser
recebida nas mãos ou na boca, tendo o cuidado de, no primeiro caso, a mão que
recebe a hóstia não ser a mesma que a leva a boca. Aqueles que por um motivo ou
outro não comungam, por não se encontrarem devidamente preparados (estado de
graça santificante) é importante que façam desse momento também um momento de
encontro com o Cristo, no que chamamos de Comunhão Espiritual. Após a comunhão
segue-se a ação de graças, que pode ser feita em forma de um canto ou pelo
silêncio, que dentro da liturgia possui sua linguagem importantíssima. O que
não pode é esse momento ser esquecido ou utilizado para conversar com quem está
ao nosso lado.
f) Oração após a
comunhão
Infelizmente criou-se
o mau costume em nossas assembléias de se fazer essa oração após os avisos,
como uma espécie de convite apressado para se ir embora. Esta oração liga-se
ainda a liturgia eucarística, e é o seu fechamento, pedindo a Deus as graças
necessárias para se viver no dia-a-dia tudo que se manifestou perante a
assembléia durante a celebração.
RITOS FINAIS
“O rito de
encerramento da Missa consta fundamentalmente de três elementos: a saudação do
sacerdote, a bênção, que em certos dias e ocasiões é enriquecida e expressa
pela oração sobre o povo, ou por outra forma mais solene, e a própria
despedida, em que se despede a assembléia, afim de que todos voltem ás suas
atividades louvando e bendizendo o Senhor com suas boas obras” (IGMR 57).
a)Saudação
Para muitos, este
momento é um alívio, está cumprido o preceito dominical. Mas para outros, esta
parte é o envio, é o início da transformação do compromisso assumido na Missa
em gestos e atitudes concretas. Ouvimos a Palavra de Deus e a aceitamos em
nossas vidas. Revivemos a Páscoa de Cristo, assumindo também nós esta passagem
da morte para a vida e unimo-nos ao sacrifício de Cristo ao reconhecer nossa
vida como dom de Deus e orientando-a em sua direção.
b)Avisos
Sem demais delongas,
este momento é o oportuno para dar-se avisos à comunidade, bem como para as
últimas orientações do presidente da celebração.
c)Benção Final
Após, segue-se a
bênção do sacerdote e a despedida. Para alguns liturgistas, esse momento é um
momento de envio, pois o sacerdote abençoa os fiéis para que estes saiam pelo
mundo louvando a Deus com palavras e gestos, contribuindo assim para sua
transformação. Vejamos o porquê disso.
d)Despedida
Passando a despedida
para o latim ela soa da seguinte forma: “Ite, Missa est”. Traduzindo-se
para o português, soa algo como “Ide, tendes uma bênção e uma missão a
cumprir”, pois em latim, missa significa missão ou
demissão, como também pode significar bênção. Nesse sentido, eucaristia
significa bênção, o que não deixa de ser uma realidade, já que através da
doação de seu Filho, Deus abençoa toda a humanidade. De posse desta boa-graça
dada pelo Pai, os cristãos são re-enviados ao mundo para que se tornem
eucaristia, fonte de bênçãos para o próximo. Desse modo a Missa reassume todo
seu significado.
CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DOS CÂNTICOS LITÚRGICOS
Não é qualquer canto
que se escolhe para as celebrações. Existem cantos litúrgicos (para as missas)
e cantos mensagem (para outras ocasiões, encontros, etc...). As características
do Canto litúrgico são:
1. Conteúdo ou inspiração bíblica;
2. Qualquer salmo cantado é litúrgico;
3. Deve ter melodia fácil;
4. Todos os cânticos litúrgicos são
personalizados (ritmo próprio, letra própria e momento próprio);
5. Ter cuidado com as músicas destinadas
às partes fixas da Celebração (Glória, Santo, Pai Nosso, Cordeiro), pois cada
um tem o seu conteúdo próprio e isto é da Tradição da Igreja.
As características a
serem levadas em consideração são:
1. Canto de entrada:
Letra: Deve ser um convite à celebração! Deve falar do motivo da
celebração.
Música: De ritmo alegre, festivo, que expresse a abertura da celebração.
2. Canto penitencial:
De cunho introspectivo, a ser cantado com expressão de piedade. Deve
expressar confiança no perdão de Deus.
Letra: Deve conter um pedido de perdão, sem necessariamente seguir a
fórmula do Missal.
Música: Lenta, que leve à introspecção. Sejam usados especialmente
instrumentos mais suaves.
3. Canto do glória:
Letra: O texto deve seguir o conteúdo próprio da Tradição da Igreja.
Música: Festiva, de louvor a Deus. Podem ser usados vários instrumentos.
4. Salmo Responsorial:
Letra: Faz parte integrante da liturgia da palavra: tem que ser um
salmo. Deve ser cantado, revezando solo e povo, ou, ao menos o refrão. Pode ser
trocado pelo próprio salmo cantado, porém nunca por um canto de meditação.
Letra: Salmo próprio do dia
Música: Mais suave. Instrumentos mais doces.
5. Aclamação ao Evangelho:
Letra: Tem que ter ALELUIA (louvor a Javé), exceto na Quaresma. É um
convite para ouvir; é o anúncio da Palavra de Jesus. Deve ser curto, e tirado
do lecionário, próprio do dia.
Música: De ritmo vibrante, alegra, festivo e acolhedor. Podem ser usados
outros instrumentos.
6. Canto das oferendas:
É um canto facultativo. A equipe decide e combina
com o padre. Caso não seja cantado, é oportuno um fundo musical (exceto Advento
e Quaresma), até que as ofertas cheguem até o altar, cessando então, para que
se ouça as orações de oferecimento que o padre rezará, então, em voz alta.
Letra: Não é tão necessário que se fale de pão e
vinho. Pode falar do oferecimento da vida, etc...
Música: Melodia calma, suave. Uso de instrumentos suaves.
7. Santo:
É um canto vibrante por natureza.
Letra: Se possível seguir o texto original, indicado pela Tradição da
Igreja.
Música: Que os instrumentos expressem a exultação desse momento e a
santidade “Tremenda de Deus”. Deve ser sempre cantado.
8. Doxologia: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo”
É uma hora muito importante e solene. É o verdadeiro e próprio ofertório
da missa. É cantado apenas pelo Sacerdote. O AMÉM conclusivo, aí sim cantado
pelo povo é o mais importante da Missa e deve ser cantado ao menos aos finais
de semana.
9. Pai-Nosso:
Pode ser cantado, mas desde que com as mesmas e exatas palavras da
oração. Não de diz o Amém, mesmo quando cantado.
10. Cordeiro de Deus:
Pode ser cantado com melodia não muito rápida e sempre com as mesmas
palavras da oração.
11. Canto de Comunhão:
É um canto processional, para se cantar andando.
Letra: Preferência que tenha sintonia com o Evangelho e que seja
“Eucarística”.
Música: Processional, toada, balada, etc...
12. Ação de Graças:
Se for o caso, se canta dando graças, louvando e agradecendo o encontro
com o Senhor e com os Irmãos. No entanto, que se tenha tempo de silêncio
profundo e de adoração e intimidade com o Senhor. Instrumentos mais doces e
melodia lenta e que leve a adoração.
13. Canto final:
É para ser cantado após a Bênção Final, enquanto o povo se retira da
Igreja: é o canto de despedida.
Letra: Deve conter uma mensagem que levaremos para a vida, se possível,
referente ao Evangelho do dia.
Música: Alegre, vibrante. Podem ser usados outros instrumentos.
O USO DO INCENSO NA MISSA
A incensação pode ter os seguintes significados:
1. Sagração das oblatas à imitação dos sacrifícios do AT;
2. Uma oferta simbólica das orações da Igreja;
3. Na Incensação das pessoas, vê-se uma participação coletiva nos dons;
4. Símbolo de respeito e de veneração para com os dons;
5. Símbolo da Graça, o bom odor de Cristo, que d’Ele chega aos fiéis
pelo ministério do Sacerdote;
Usa-se o incenso na Liturgia da Missa nos seguintes momentos:
1. Ritos Iniciais: Na
entrada à frente da Cruz processional e para a incensação do Altar e da Cruz;
2. Rito da Palavra: À frente
na procissão do Evangelho e na proclamação do mesmo;
3. Rito Sacramental: Na
incensação das Oferendas e do Altar e da Cruz, na incensação da
Igreja(Celebrante e Povo), e na Consagração;
A palavra "liturgia" é uma palavra da língua grega: LEITURGUIA
de leiton-érgon que significa "ação do povo", "serviço da parte
do povo e em favor do povo". Na tradição cristã, ele quer significar que o
povo de Deus torna parte na "obra de Deus". Pela Liturgia, Cristo,
nosso redentor e sumo sacerdote, continua em sua Igreja, com ela e por ela, a
obra de nossa redenção.
A celebração Eucarística é por excelência o “sacramento da
unidade”, “lugar” de encontro com Cristo, “Palavra do Pai” e “Pão” que sacia a
fome e revigora o discípulo missionário para a missão. É muito importante
estarmos atentos à maneira de conduzirmos os Ritos iniciais, para ajudar a
assembleia litúrgica a vivenciar e a concentrar naquilo que é a Celebração:
renovação e atualização do Mistério Pascal, ato central da nossa salvação,
expressando e aperfeiçoando o ser da Igreja. Iniciando a Celebração Eucarística,
basta o canto de entrada. Não há necessidade de um “comentário” antes dele, é o
que orienta o Missal Romano, retomado pela CNBB (Cf. Documento de estudo nº 79.
A música litúrgica no Brasil. Ed. Paulus. P. 135).
A Liturgia não é uma ação individual, somos todos
celebrantes. É a Igreja, povo sacerdotal, que celebra, portanto, evitemos
expressões do tipo: “vamos acolher o presidente” etc. Isto denota um sentido de
que ele celebra e a assembleia litúrgica assiste. Mesmo em comunidades muito
“infantilizadas”, onde for realmente necessário, apenas convide:
“irmãos (ãs) entoemos o canto de entrada”, ou outras
palavras. Naturalmente quando for uma missa radiada, podemos dizer que a Missa
será presidida pelo padre fulano, apenas para orientar os ouvintes. O refrão
meditativo, antes do canto de entrada, foi introduzido como estratégia para
criar um clima orante, de interiorização e silêncio, enquanto não se inicia a
Celebração. O Canto de entrada, organizado nos primórdios da Igreja, indicando
uma ideia mestra da caminhada rumo ao “altar” para o início da celebração, deve
ligar-se à liturgia da Palavra e ao seu sentido e tem por função acompanhar o
rito, portanto, deve cessar quando o sacerdote chega à cadeira presidencial ou,
no caso da missa solene, quando termina a incensação. A Antífona tem uma função
análoga ao canto de entrada. Em linguagem musical é o “motto” ou “motteto”, que
exprime a ideia fundamental e sintetiza o mistério celebrado. Na falta do canto
de entrada, a antífona não deverá deixar de ser rezada (cf. IGMR 26).
A procissão de entrada, expressa a Igreja peregrina neste
mundo, se dirigindo ao altar do Senhor para louvá-Lo e suplicá-Lo. O caminhar
processional não é uma andar comum, mas cadenciado e harmonioso. Esta procissão
não tem o sentido de acolhimento, pois não acolhemos o presidente da
celebração, é ele que, em nome de Cristo, nos acolhe na celebração. A saudação
presidencial à assembleia, em suas várias fórmulas, tem sabor bíblico, sendo
inspirada, sobretudo, nas saudações paulinas. O gesto que a acompanha (o abrir
os braços do presidente) significa que ele assume o Senhor e o entrega aos
fiéis. Trata-se de um grande abraço que deseja envolver toda a assembleia numa
saudação de paz. É totalmente inconveniente, no início da celebração, uma
saudação do tipo “bom dia, boa tarde, boa noite”, neste momento. Toda
celebração litúrgica está inserida no tempo, porém, não no sentido de tempo
“cronológico”, tempo do relógio (kronos), mas de tempo “cairológico”, tempo
oportuno (kairós). Vejamos o que diz Schnitzler: “Uma saudação de caráter
profano no começo da assembleia sagrada do povo de Deus é de todo inadequada à
situação e soa até mesmo falsamente, porque simula uma situação diferente do
que ela é na realidade. O sacerdote, nesta oportunidade, se comporta como um
comandante que saúda a sua gente; a comunidade é tratada, então, como um clube
ou uma tropa, se bem de caráter religioso; a celebração é rebaixada ao nível de
um simples encontro” (SCHNITZLER, Theodor. Missa Mensagem de Vida. Paulinas. 1987.
P.68). Em todas as fórmulas de saudação, mesmo na Celebração da Palavra, é
importante dizer “convosco” e não “conosco”, pois não se trata de uma
doxologia, mas de um diálogo que se inicia. Não é um simples desejo/voto, mas
uma realidade. O Senhor está convosco! “É o Senhor” (Jo 21,7), que está
convosco. Quanto ao sentido litúrgico, o Missal Romano orienta que deve ser
feito após a saudação de quem preside, em breves palavras: "Após a
saudação do povo, o sacerdote ou outro ministro idôneo poderá, com breves
palavras, introduzir os fiéis na Missa do dia" (IGMR 29). Nossa
Arquidiocese tem se esforçado para implantar o Ministério da Palavra. Acredito
que esteja na hora de incentivarmos as comunidades a optarem por fazer o
sentido litúrgico no lugar certo e aos poucos acabarmos com o “comentário”
antes do início da celebração. Primeiramente porque quase ninguém presta
atenção e acaba tornando-se um ruído desnecessário. Onde for oportuno,
juntamente com o Sentido Litúrgico, pode-se fazer a “recordação da vida”,
elemento que vem do Oficio Divino das Comunidades, que ajuda a comunidade
situar a celebração no “chão da história”. Essa introdução termina sempre com o
convite ao ato penitencial. Pe. Luiz Cláudio Vieira
https://arqmariana.com.br/noticia/258/a-acolhida-nos-ritos-iniciais-da-celebracao-eucaristica
em 15/05/2019 15:19
Nenhum comentário:
Postar um comentário