Terceiro Catecismo Da Doutrina Cristã
Introdução
Persignar-se Pelo sinal da santa cruz, livrai-nos, Deus nosso
Senhor, dos nossos inimigos. Em nome do Pai , e do Filho e do Espírito Santo .
Amém.
Per signun crucis , de inimicis nostris libera-nos Deus noster. In
nonime Patris et Fílio et Spitiui Sancto . Amen.
Credo Creio em Deus Padre, todo-poderoso, Criador do céu e da
terra. E em Jesus Cristo, um só seu Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido
do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem; padeceu sob o poder de Pôncio
Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu aos infernos; ao terceiro
dia ressurgiu dos mortos; subiu aos céus, está sentado à mão direita de Deus
Padre todo poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos; creio no Espírito
Santo; na santa Igreja Católica; na comunhão dos santos; na remissão dos
pecados; na ressurreição da carne; na vida eterna. Amém.
Credo in Deum, Patrem omnipoténtem, Creatórem caeli et
terrae. Et in Jesum Christum, Filium eius únicum, Dóminùm nostrum : qui
concéptus est de Spíritu Sancto, natus ex María Virgine, passus sub Pontio
Piláto, crucifíxus, mórtuus, et sepúltus : descéndit ad ínferos; tértia die
resurréxit a mórtuis; ascéndit ad caelos; sedet ad déxteram Dei Patris
omnipoténtis: : inde ventúrus est judicare vivos et mórtuos. Credo in Spiritum
Sanctum, sanctam Ecelé- siam cathólicam, Sanctórum communionem, remissiónem
peccatórum carnis resurrectiónem, vitam aetérnam. Amen.
Padre nosso Padre nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso
nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra
como no céu; o pão nosso de cada dia nos dai hoje; e perdoai-nos as nossas
dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; e não nos deixeis cair
em tentação; R/. Mas livrai-nos do mal. Amém. Pater noster, qui es in caelis
Sanctificétur nomen tuum: Advéniat regnum tuum: Fiat voluntas tua, sicut in
caelo, et in terra. Panem nostrum quotidiánum da nobis hódie : Et dimítte nobis
débita nostra, sicut et nos dimíttimus debitóribus nostris. Et ne nos indúcas
in tentatiónem. R/. Sed líbera nos a malo. Amen Catecismo de São Pio X 2 Ave,
Maria Ave, Maria, Cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós entre
as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. R/. Santa Maria, Mãe
de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte. Amém. Ave,
María, grátia plena: Dóminus tecum: benedícta tu in muliéribus, et benedictus
fructus ventris tui Jesus. R/. Sancta María, Mater Dei, ora pro nobis
peccatóribus, nunc et in hora mortis nostrae. Amen Salve, Rainha Salve, Rainha,
Mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, salve! A vós bradamos, os
degredados filhos de Eva; a vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de
lágrimas. Eia, pois advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós
volvei; e depois deste desterro nos mostrai Jesus, bendito fruto do vosso
ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce sempre Virgem Maria. V/. Rogai por nós,
santa Mãe de Deus, R/. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo. Salve,
Regina, Mater misericordiae, vita, dulcédo et spes nostra, salve. Ad te
clamamus, éxsules fiIii Evae. Ad te suspirámus geméntes et flentes in hac
lacrimárum valle. Eia ergo, advocáta nostra, illos tuos misericórdes óculos ad
nos convérte. Et Jesum benedíctum fructun Ventris tui, nobis, post hoc
exsílium, osténde. O clemens, o pia, o dulcis Virgo María! V/. Ora pro nobis,
sancta Dei Génitrix. R/. Ut digni efficiámur promissiónibus Christi. Glória V/.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. R/. Assim como era no princípio,
agora e sempre, por todos os séculos dos séculos. Amém. V/. Glória Patri, et
Fílio, et Spíritui Sancto. R/. Sicut erat in pricípio, et nunc, et
semper, et in saécula saeculórum. Amen. Ato de Contrição Meu Senhor Jesus Cristo, Deus e homem
verdadeiro, Criador, Pai e Redentor meu, Por ser vós quem sois e porque vos amo
sobre todas as coisas, Catecismo de São Pio X 3 pesa-me de todo o meu coração
de vos ter ofendido, proponho firmemente a emenda de minha vida para nunca mais
pecar, apartar-me de todas ocasiões de ofender-vos, confessar-me e cumprir a
penitência que me foi imposta. Vos ofereço, Senhor minha vida, obras, e
trabalhos em satisfação de todos os meus pecados e assim como vos suplico,
assim confio em vossa bondade e misericórdia infinitas que mos perdoareis pelos
méritos de vosso preciosíssimo sangue, paixão e morte e me dareis graça para
emendar-me e perseverar em vosso santo serviço até o fim de minha vida. Amém.
Catecismo de São Pio X 4 Mandamentos da lei de Deus Os mandamentos da lei de
Deus são dez: os três primeiros pertencem à honra de Deus e os outros sete ao
proveito do próximo. 1) Amar a Deus sobre todas as coisas. 2) Não tomar seu
santo nome em vão. 3) Guardar os domingos e festas. 4) Honrar pai e mãe. 5) Não
matar. 6) Não pecar contra a castidade. 7) Não furtar. 8) Não levantar falso
testemunho. 9) Não desejar a mulher do próximo. 10)Não cobiçar as coisas
alheias. Estes dez mandamentos se encerram em dois: Amar a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a nós mesmos. Mandamentos da Igreja Os mandamentos da
Igreja são cinco: 1) Ouvir Missa inteira nos domingos e festas de guarda. 2)
Confessar-se ao menos lima vez cada ano. 3) Comungar ao menos pela Páscoa da
Ressurreição. 4) Jejuar e abster-se de carne, quando manda a santa madre
Igreja. 5) Pagar dízimos, segundo o costume. Sacramentos Os sacramentos
instituídos por Jesus Cristo são sete : 1) Batismo. 2) Confirmação. 3)
Eucaristia. 4) Penitência ou Confissão. 5) Extrema Unção. 6) Ordem. 7)
Matrimônio. Catecismo de São Pio X 5 Lição Preliminar Da Doutrina Cristã suas
partes principais Em seguida Barnabé foi para Tarso, à procura deSaulo.
Encontrou-o e o levou para Antioquia. Durante um ano estiveram juntos naquela igreja
e instruíram muita gente. Foi em Antioquia que, pela primeira vez,
osdiscípulosforam chamados cristãos . At 11, 25-26. 1) Sois cristão? Sim, sou
cristão pela graça de Deus. 2) Por que dizeis pela graça de Deus? Digo: pela
graça de Deus, porque o ser cristão é um dom de Deus, inteiramente gratuito,
que nós não podemos merecer. 3) E quem é verdadeiro cristão? Verdadeiro cristão
é aquele que é batizado, crê e professa a doutrina cristã e obedece aos
legítimos Pastores da Igreja. 4) Que é a Doutrina Cristã? A Doutrina Cristã é a
doutrina que Jesus Cristo Nosso Senhor nos ensinou, para nos mostrar o caminho
da salvação. 5) É necessário aprender a doutrina ensinada por Jesus Cristo?
Certamente, é necessário aprender a doutrina ensinada por Jesus Cristo, e cometem
falta grave aqueles que se descuidam de o fazer. 6) Os pais e patrões estão
obrigados a mandar ao catecismo os seus filhos e dependentes? Os pais e patrões
são obrigados a procurar que seus filhos e dependentes aprendam a Doutrina
Cristã; e são culpados diante de Deus, se desprezarem esta obrigação. 7) De
quem devemos nós receber e aprender a Dou trina Cristã? Devemos receber e
aprender a Doutrina Cristã da Santa Igreja Católica. Catecismo de São Pio X 6
8) Como é que temos a certeza de que a Doutrina Cristã, que recebemos da Santa
Igreja Católica, é verdadeira? Temos a certeza de que a Doutrina Cristã, que
recebemos da Igreja Católica, é verdadeira, porque Jesus Cristo, autor divino
desta doutrina, a confiou por meio aos seus Apóstolos à Igreja Católica, por
Ele fundada e constituída Mestra infalível de todos os homens, prometendo-Lhe a
sua divina assistência até à consumação dos séculos. 9) Há mais provas da
verdade da Doutrina Cristã? A verdade da Doutrina Cristã é demonstrada ainda
pela santidade eminente de tantos que a professaram e professam, pela heróica
fortaleza dos mártires, pela sua rápida e admirável propagação no mundo, e pela
sua plena conservação através de tantos séculos de muitas e contínuas lutas.
10) Quantas e quais são as partes principais e mais necessárias da Doutrina
Cristã? As partes principais e mais necessárias da Doutrina Cristã são quatro:
o Credo, o Padre-Nosso, os Mandamentos e os Sacramentos. 11) Que nos ensina o
Credo? O Credo ensina-nos os principais artigos da nossa santa Fé. 12) Que nos
ensina o Padre-Nosso? O Padre-Nosso ensina-nos tudo o que devemos esperar de
Deus, e tudo o que Lhe devemos pedir. 13) Que nos ensinam os Mandamentos? Os
Mandamentos ensinam-nos tudo o que devemos fazer para agradar a Deus; em
resumo, amar a Deus sobre todas as coisas, e amar ao próximo como a nós mesmos,
por amor de Deus. 14) Que nos ensina a doutrina dos Sacramentos? A doutrina
dosSacramentos faz-nos conhecer a natureza e o bom uso desses meios que Jesus
Cristo instituiu Para nos perdoar os pecados, comunicar-nos a sua graça, e
infundir e aumentar em nós as virtudes da fé, da esperança e da caridade.
Catecismo de São Pio X 7 Primeira Parte Do Símbolo dos Apóstolos, chamado
vulgarmente o Credo A fé é o fundamento do que se espera e a convicção das
realidades que não se vêem. Foi a fé que fez a glória dos antigos. Pela fé
sabemos que o universo foi criado pela palavra de Deus, de sorte que do
invisível teve origem o visível. Pela fé Abel ofereceu a Deus sacrifício melhor
do que Caim e por ela foi declarado justo, tendo Deus aprovado as suas
oferendas, e é pela fé que depois de morto Abel continua a falar . Epístola aos
hebreus 4, 1-4 CAPÍTULO I Do Credo em geral 15) Qual é a primeira parte da
Doutrina Cristã? A primeira parte da Doutrina Cristã é o Símbolo dos Apóstolos,
chamado vulgarmente Credo. 16) Por que chamamos ao Credo Símbolo dos Apóstolos?
O Credo chama-se Símbolo dos Apóstolos, porque é um compêndio das verdades da
Fé, ensinadas pelos Apóstolos. 17) Quantos artigos tem o Credo? O Credo tem
doze artigos. 18) Dizei-os. 1) Creio em Deus Padre, todo-poderoso, Criador do
céu e da terra. 2) E em Jesus Crista, um só seu Filho, Nosso Senhor. 3) qual
foi concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem. 4) Padeceu
sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado. 5) Desceu
aos infernos, ao terceiro dia ressurgiu doi mortos. 6) Subiu ao Céu, está
sentado à direita de Deus Padre todo-poderoso. 7) De onde há de vir a julgar os
vivos e os mortos. 8) Creio no Espírito Santo. Catecismo de São Pio X 8 9) Na
Santa Igreja Católica; na comunhão dos Santos. 10) Na remissão dos pecados. 11)
Na ressurreição da carne. 12) Na vida eterna. Amém 19) Que quer dizer a palavra
Credo, eu creio que dizeisno começo do Símbolo? A palavra Credo, eu creio quer
dizer: eu tenho por absolutamente verdadeiro tudo o que nestes doze artigos se
contém; e o creio mais firmemente do que se o visse com os meus olhos, porque
Deus, que não pode nem enganar-Se nem enganar-nos, revelou estas verdades à Santa
Igreja Católica, e por meio dEla eis revela também a nós. 20)Que contêm os
artigos do Credo? Os artigos do Credo contêm tudo o que de mais importante
devemos crer acerca de Deus, de Jesus Cristo e da Igreja, sua Esposa. 21) É
muito útil rezar freqüentemente o Credo? É utilíssimo rezar freqüentemente o
Credo, para imprimirmos cada vez mais no coração as verdades da Fé. Catecismo
de São Pio X 9 CAPÍTULO II Do primeiro artigo do Credo Assim podeis
comportar-vos de maneira digna do Senhor, procurando agradar-lhe em tudo,
frutificando em boas obras e crescendo no conhecimento de Deus, confortados
pelo poder de sua glória para tudo suportar com paciência, firmeza e alegria.
Agradecei a Deus Pai que vos tornou capazes de participar da herança * dos
santos na luz. Ele nos livrou do poder das trevas e nos transportou ao reino de
seu Filho amado, no qual temos a libertação: o perdão dospecados . Epístolas
aos Colossences 1, 9-14 § 1o - De Deus Padre e da Criação 22)Que nos ensina o
primeiro artigo do Credo: creio em DeusPadre, todo-poderoso, Criador do céu e
da terra? O primeiro artigo do Credo ensina-nos que há um só Deus, o qual é
todo- poderoso, e criou o céu e a terra e todas as coisas que no céu e na terra
se contêm, isto é, todo o universo. 23) O Como sabemos nós que há Deus? Sabemos
que há Deus, porque a nossa razão no-lo demonstra, e a fé no-lo confirma.
24)Por que se dá a Deus o nome de Pai? Dá-se a Deus o nome de Pai: 1) porque é
Pai, por natureza, da segunda Pessoa da Santíssima Trindade, isto é, do Filho por
Ele gerado; 2) porque Deus é Pai de todos os homens, que Ele criou, conserva e
governa; 3) porque, finalmente, é Pai, pela graça, de todos os cristãos, os
quais por isso se chamam filhos adotivos de Deus. 25) Por que o Padre é a
primeira Pessoa da Santíssima Trindade? O Padre é a primeira Pessoa da
Santíssima Trindade, porque não procede de outra Pessoa, mas é o princípio das
outras duas Pessoas, isto é, do Filho e do Espírito Santo. 26)Que quer dizer a
palavra todo-poderoso? A palavra todo-poderoso quer dizer que Deus pode fazer
tudo o que quer. Catecismo de São Pio X 10 27)Deus não pode pecar nem morrer;
como é então que se diz que Ele pode fazer tudo? Diz-se que Deus pode fazer
tudo, embora não possa pecar nem morrer, porque o poder pecar ou morrer não é
eleito de potência mas de fraqueza, a qual não pode existir em Deus, que é
perfeitíssimo. 28)Que quer dizer Criador do céu e da terra? Criar quer dizer
fazer do nada; portanto, Deus diz-se Criador do céu e da terra, porque fez do
nada o céu e a terra, e todas as coisas que no céu e na terra se contêm, isto
é, todo o universo. 29)O mundo foi criado somente pelo Padre? O mundo foi
criado igualmente por todas as três Pessoas divinas, porque aquilo que uma
Pessoa faz relativamente às criaturas, fazem-no com um só e o mesmo ato também
as outras. 30) Por que então a criação se atribui particularmente ao Padre?
Atribui-se a criação particularmente ao Padre, porque a criação é efeito da
onipotência divina a qual se atribui particularmente ao Padre, como se atribui
a sabedoria ao Filho e a bondade ao Espírito Santo, embora todas as três
Pessoas tenham a mesma onipotência, sabedoria e bondade. 31) Deus cuida do
mundo e de todas as coisas que criou? Sim, Deus cuida do mundo e de todas as
coisas que criou, conserva-as e governa-as com a sua infinita bondade e
sabedoria, e nada sucede no mundo, sem que Deus o queira, ou o permita. 32)Por
que dizeis que nada sucede, sem que Deus o queira, ou o permita? Diz-se que
nada sucede no mundo, sem que Deus o queira, ou o permita, porque há coisas que
Deus quer e manda, e outras que Ele não quer, porém, não impede, como o pecado.
33) Por que Deus não impede o pecado? Deus não impede o pecado, porque até
mesmo do abuso que o homem faz da liberdade que lhe concedeu, sabe tirar um bem,
e fazer resplandecer ainda maisa sua misericórdia ou a sua justiça. § 2o - Dos
Anjos Vou declarar-vos toda a verdade e nada vos ocultarei. Já vos declarei e
disse: É bom guardar oculto o segredo de um rei; as obras de Deus, porém, devem
ser reveladas, com a glória devida. Catecismo de São Pio X 11 Quando tu e Sara
fazíeis oração, eu apresentava o memorial de vossa prece diante da glória do
Senhor; e fazia o mesmo quando tu, Tobi, enterravas os mortos. Quando não
hesitaste em levantar-te e deixar tua refeição e saíste para resguardar o
cadáver, fui enviado a ti para ter pôr à prova. E Deus me enviou, também, para
curar a ti e a Sara, tua nora. Eu sou Rafael, um dos sete anjos que permanecem
diante da glória do Senhor e têm acesso à sua presença . Atônitos, os dois,
prostraram-se com a face por terra, cheios de temor. Masele prosseguiu: Não
temais! A paz esteja convosco! bendizei a Deus por todos os séculos. Quando
estava convosco, não era por benevolência minha que vos assistia, mas pela
vontade de Deus. Bendizei-o todos os dias e cantai seus louvores. Vós me víeis
comer, embora eu nada comesse. Era só aparência o que víeis. Agora, bendizei o
Senhor sobre a terra e dai graças a Deus. Eis que eu subo para junto de Quem me
enviou. Escrevei tudo o quevosaconteceu . E elesubiu. Então levantaram-se,
masnão o viram mais . Tobias 12, 11-20 34)Quais são as criaturas mais nobres
que Deus criou? As criaturas mais nobres, criadas por Deus, são os Anjos. 35)
Quem são os Anjos? Os Anjos são criaturas inteligentes e puramente espirituais,
sem corpo. 36) Para que fim criou Deus os Anjos? Deus criou os Anjos para ser
por eles honrado e servido, e para os fazer eternamente felizes. 37)Que forma e
que figura têm os Anjos? Os Anjos não têm forma nem figura alguma sensível, porque
são puros espíritos, criados por Deus para subsistirem, sem terem de estar
unidos a corpo algum. 38) Por que então se representam os Anjos com formas
sensíveis? Representam-se osAnjos com formas sensíveis: para auxiliar a nossa
imaginação; porque assim apareceram muitas vezes aos homens, como lemos na
Sagrada Escritura. 39) Foram os Anjos todos fiéis a Deus? Os Anjos não foram
todos fiéis a Deus, mas muitos por soberba pretenderam ser iguais a Ele, e
independentes do seu poder; e por este pecado foram excluídos para sempre do
Paraíso, e condenados ao Inferno. Catecismo de São Pio X 12 40)Como se chamam
osAnjos excluídos para sempre do Paraíso, e condenados ao Inferno? Os Anjos
excluídos para sempre do Paraíso e condenados ao Inferno, chamam-se demônios, e
o seu chefe chama-se Lúcifer ou Satanás. 41) Os demônios podem fazer-nos algum
mal? Sim, os demônios podem fazer-nos muito mal à alma e ao corpo, se Deus lhes
der licença, sobretudo tentando-nos a pecar. 42)Por que nos tentam os demônios?
Os demônios tentam-nos pela inveja que nos têm e que lhes faz desejar a nossa
eterna condenação, e por ódio a Deus, cuja imagem em nós resplandece. E Deus
permite as tentações, a fim de que nós, vencendo-as com a sua graça,
pratiquemos as virtudes e alcancemos merecimentos para o Céu. 43)Como podemos
vencer as tentações? Vencem-se as tentações com a vigilância, com a oração e
com a mortificação cristã. 44)Os Anjos que se conservaram fiéis a Deus, como se
chamam? Os Anjos que se conservaram fiéis a Deus chamam-se Anjos bons,
Espíritos celestes, ou simplesmente Anjos. 45)Que aconteceu aos Anjos que se
conservaram fiéis a Deus? Os Anjos que se conservaram fiéis a Deus, foram
confirmados em graça, gozam para sempre da vista de Deus, amam-No, bendizem-No
e louvam-No eternamente. 46)Deus serve-se dos Anjos como seus ministros? Sim,
Deus serve-se dos Anjos coma seus ministros, e especialmente confia a muitos
dentre eles o ofício de nossos guardas e protetores. 47)Devemos ter particular
devoção ao nosso Anjo da guarda? Sim, devemos ter particular devoção ao nosso
Anjo da guarda, honrá-lo, implorar o seu auxílio, seguir as suas inspirações
rações e ser-lhe reconhecidos pela assistência contínua que nos dá. § 3o - Do
Homem Catecismo de São Pio X 13 O Senhor Deus formou, pois, o homem do barro da
terra, e inspirou no seu rosto um sopro de vida, e o homem tornou-se alma
(pessoa) vivente. Ora, o Senhor Deus tinha plantado, desde o princípio um
paraíso de delícias, no qual Pôs o homem que tinha formado. E o Senhor Deus
tinha produzido da terra toda a casta de árvores formosas à vista, e de frutos
doces para comer; e a árvore da vida no meio do paraíso, e a árvore da ciência
do bem e do mal. Deste lugar de delícias saía um rio para regar o paraíso, o
qual dali se divide em quatro braços. O nome do primeiro é Fison, e é aquele
que torneia todo o país de Evilat, onde se encontra o ouro. E o ouro deste pais
é ótimo; ali (também) se acha o bdélio e a pedra ônix. O nome do segundo rio é
Gion; este é aquele que torneia toda a terra de Etiópia. O nome, porém, do
terceiro rio é Tigre, que corre para a banda dos assírios. E o quarto rio é o
Eufrates. Tomou Pois, o Senhor Deus o homem, e colocou-o no paraíso de
delícias, para que o cultivasse e guardasse. E deu-lhe este preceito, dizendo:
Come de todasasárvoresdo paraíso masnão comasdo fruto da árvore da ciência do
bem e do mal; porque em qualquer dia que comeres dele, morrerás
indubitavelmente. "Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja
só; façamos-lhe um adjutório semelhante a ele Tendo, pois, o Senhor Deus
formado da terra todos os animais terrestres, e todas as aves do céu. levou-os
diante de Adão, para este ver como os havia de chamar; e todo o nome que Adão
pôs aos animais vivos, esse é o seu verdadeiro nome. E Adão pôs nomes
convenientes a todos os animais, a todas as aves do céu, e a todos os animais
selváticos; mas não se achava para Adão um adjutó- rio semelhante a ele.
Formação da mulher e instituição do matrimônio. Mandou, pois, o Senhor Deus um
profundo sono a Adão; e, enquanto ele estava dormindo, tirou uma das suas
costelas, e pôs carne no lugar dela. E da costela, que tinha tirado de Adão,
formou o Senhor Deus uma mulher; e a levou a Adão. E Adão disse: Eis aqui agora
o osso de meus ossos e a carne da minha carne; ela se chamará Virago, porque do
varão foi tomada. Gênesis 2, 7-23 48)Qual é a criatura mais nobre que Deus
colocou sobre a terra? A criatura mais nobre que Deus colocou sobre a terra, é
o homem. 49)Que é o homem? O homem é uma criatura racional, composta de alma e
corpo. 50) Que é a alma? A alma é a parte mais nobre do homem, porque é
substância espiritual, dotada de inteligência e de vontade, capaz de conhecer a
Deus e de O possuir eternamente. 51) Pode-se ver e apalpar a alma humana?
Catecismo de São Pio X 14 Não se pode ver nem apalpar a nossa alma, porque é
espírito. 52) Morre a alma humana com o corpo? A alma humana nunca morre; a fé
e a mesma razão provam que la é imortal. 53) É livre o homem nas suas ações?
Sim, o homem é livre nas suas ações; e cada qual sente, dentro de si ]mesmo,
que pode fazer uma ação e deixar de fazê-la, ou fazer antes uma que outra.
54)Explicai com um exemplo a liberdade humana. Se eu disser voluntariamente uma
mentira, sinto que poderia deixar de dizê-la, e calar-me, e que poderia também
falar de outro modo, dizendo a verdade. 55) Por que se diz que o homem foi
criado à imagem e semelhança de Deus? Diz-se que o homem foi criado à imagem e
semelhança de Deus, porque a alma humana é espiritual e racional, livre na su i
ação, capaz de conhecer e de amar a Deus, e de gozá-Lo eternamente,
perfeiçõesque refletem em nósum raio da infinita grandeza de Deus. 56) Em que
estado criou Deus os nossos primeiros pais Adão e Eva? Deus criou Adão e Eva no
estado de inocência e de graça; mas depressa o perderam, pelo pecado. 57)Além
da inocência e da graça santificante, com cedeu Deus ao nossos primeiros pais
outros dons? Além da inocência e da graça santificante, Deus concedeu aos
nossos primeiros pais outros dons, que eles deviam transmitir, juntamente com a
graça santificante, aos seus descendentes, e eram: a integridade, isto é, a
perfeita sujeição dos sentidos à razão; a imortalidade; a imunidade de todas as
dores e misérias; e a ciência proporcionada ao seu estado. 58) Qual foi o
pecado de Adão? O pecado de Adão foi um pecado de soberba e de grave
desobediência. 59) Qual foi o castigo do pecado de Adão e Eva? Adão e Eva
perderam a graça de Deus e o direito que tinham ao céu, foram expulsos do
Paraíso Terrestre, sujeitos a muitas misérias na alma e no corpo, e condenados
a morrer. 60)Se Adão e Eva não tivessem pecado, ficariam livres da morte?
Catecismo de São Pio X 15 Se Adão e Eva não tivessem pecado, mas se se tivessem
conservado fiéis a Deus, depois de uma permanência feliz e tranqüila neste
mundo, teriam sido levados por Deus ao Céu, sem morrer, a gozar uma vida eterna
e gloriosa. 61) Eram estes dons devidos ao homem? Estes dons não eram devidos
por nenhum título ao homem, mas eram absolutamente gratuitos e preternaturais;
e por isso, tendo Adão desobedecido ao preceito divino, Deus pôde, sem
injustiça, privar deles a Adão e a toda a sua descendência. 62)Este pecado, é
próprio somente de Adão? Este pecado não é só de Adão, mas é também nosso,
embora por diverso título. É próprio de Adão, porque ele o cometeu com um ato
da sua vontade, e por isso nele foi pessoal. É nosso, porque tendo Adão pecado
como cabeça e fonte de todo o gênero humano, é transmitido por geração natural
a todosos seusdescendentes, e por isso para nós é pecado original. 63) Como é
possível que o pecado original se transmita a todos os homens? O pecado
original transmite-se a todos os homens, porque tendo Deus conferido ao gênero
humano, em Adão, a graça santificante e os outros dons preternaturais, com a
condição de que ele não desobedecesse, e tendo este desobedecido tia sua
qualidade de cabeça e pai do gênero humano, tornou a natureza humana rebelde a
Deus. Por isso a natureza humana é transmitida a todos os descendentes de Adão
num estado de rebeldia contra Deus, privada da graça divina e dos outros dons.
64)Contraem todos os homens o pecado original? Sim, todos os homens contraem o
pecado original, exceto a Santíssima Virgem que dele foi preservada por Deus,
com singular privilégio, na previsão dos merecimentos de Jesus Cristo Nosso Salvador.
65) Depois do pecado de Adão, já não poderiam os homens salvar-se? Depois do
pecado de Adão, os homens já não poderiam salvar-se, se Deus não tivesse usado
para com eles de misericórdia. 66)Qual foi a misericórdia de que Deus usou para
com o gênero humano? A misericórdia de que Deus usou para com o gênero humano,
foi prometer logo a Adão um Redentor divino, ou Messias, enviá-Lo depois a seu
tempo, para libertar os homens da escravidão do demônio e do pecado. 67)Quem é
o Messias prometido? O Messias prometido é Jesus Cristo, como nos ensina o
segundo artigo do Credo. Catecismo de São Pio X 16 CAPÍTULO III Do segundo
artigo do Credo Imediatamente Jesus obrigou os seus discípulos a subir para a
barca e a passarem antes dele à outra margem do lago, en quanto ele despedia as
turbas, Despedidas as turbas, subiu só a um monte para orar. Quando chegou a
noite, achava-se ali . Entretanto, a barca achava-se a muitosestádiosda terra e
era batida pelasondas, porque o vento era contrário. Porém, na quarta vigília da
noite, foi Jesus ter com eles, andando sobre o mar. E (os discípulos), quando o
viram andar sobre o mar, turbaram-se dizendo : E um fantasma. E, com medo,
começaram a gritar. Mas Jesus falou-lhes imediatamente, dizendo: Tende
confiança; sou eu, não reinais. Respondendo Pedro, disse: Senhor, se és tu,
manda-me ir até onde estás por sobre as águas. Ele disse: Vem. Descendo Pedro
da barca, caminhava sobre a água para ir a Jesus. Vendo, porém, que o vento era
forte, temeu, e, começando a submergir-se, gritou, dizendo: Senhor, salva-me!
Imediata mente Jesus estendendo a mão, o tomou e lhe disse: Homem de pouca fé,
porque duvidaste? Depoisque subiram para a barca, o vento cessou. Os que
estavam na barca aproximaram-se dele e o adoraram, dizendo: Verdadeiramentetu éso
Filho deDeus Mt 14, 22-33 68) Que nos ensina o segundo artigo do Credo: e em
Jesus Cristo, um só seu Filho, Nosso Senhor? O segundo artigo do Credo
ensina-nos que o Filho de Deus é a segunda Pessoa da Santíssima Trindade; que
Ele é Deus eterno, todo-poderoso, Cria for e Senhor, como o Padre; que se fez
homem par nos salvar; e que o Filho, de Deus feito homem se chama Jesus Cristo.
69)Por que se chama Filho a segunda Pessoa? A segunda Pessoa chama-se Filho
porque é gerada pelo Padre por via de inteligência, desde toda da ti
eternidade; e por este motivo se chama também Verbo eterno do Padre. 70)Sendo
também nós filhos de Deus, por que JesusCristo se chama Filho único de Deus
Padre? Jesus Cristo chama-se Filho único de Deus porque só Ele é por natureza seu
Filho, e nós seus filhos por criação e por adoção. Catecismo de São Pio X 17
71) Por que Jesus Cristo se chama Nosso Senhor? Chama-se Jesus Cristo Nosso
Senhor não se porque, enquanto Deus, juntamente com o Padre e o Espírito Santo,
rios criou, como também porque, em enquanto Deus e homem rios remiu com seu
Sangue. 72)Por que o Filho de Deus feito homem se o chama Jesus? O Filho de
Deus feito homem chama-se Jesusque quer dizer Salvador, porque nos salvou da
morte eterna que merecíamos por nossos pecados. 73)Quem deu o nome de Jesus ao
Filho de feito homem? Foi o mesmo Padre Eterno que deu o nome de Jesus ao Filho
de Deus feito homem, por meio do Arcanjo São Gabriel, quando este anunciou à
Virgem Santíssima o mistério da Encarnação. 74)Por que o Filho de Deus feito
homem se chama também Cristo? O filho de Deus feito homem chama-se também
Cristo, que quer dizer Ungido e consagrado, porque antigamente ungiam-se os
reis, os sacerdotes e os profetas e Jesus é Rei dos reis, Sumo Sacerdote e Sumo
Profeta. 75)Foi Jesus Cristo verdadeiramente ungido e consagrado com unção
corporal? A unção de Jesus Cristo não foi corporal, como a dos antigos reis,
sacerdotes e profetas, mas toda espiritual e divina, porque a plenitude da
divindade habita nEle substancialmente. 76)Tiveram os homens algum conhecimento
de Jesus Cristo antes da sua vinda? Sim, os homens tiveram conhecimento de
Jesus Cristo antes da sua vinda, pela promessa do Messias, que Deus fez aos
nossos primeiros paisAdão e Eva, a qual renovou aos santos Patriarcas; e também
pelas profecias e muitas figuras que O designavam. 77)Como sabemos nós que
Jesus Cristo é verdadeira mente o Messias e o Redentor prometido? Sabemos que
Jesus Cristo é verdadeiramente o Messias e o Redentor prometido, porque nEle se
cumpriu: 1) tudo o que anunciavam as profecias; 2) tudo o que representavam as
figuras do Antigo Testamento. 78)Que prediziam as profecias acerca do Redentor?
As profecias prediziam acerca do Redentor: a tribo e a família da qual devia
sair; o lugar e o tempo do nascimento; os seusmilagrese as maisminuciosas
circunstâncias da sua Paixão e morte; a sua ressurreição e ascensão ao Céu; o
seu reino espiritual, universal e perpétuo, que é a Santa Igreja Católica.
Catecismo de São Pio X 18 79)Quais são as principais figuras do Redentor no
Antigo Testamento? As principais figuras do Redentor no Antigo Testamento são o
inocente Abel, o sumo sacerdote Melquisedec, o sacrifício de Isaac, José
vendido pelos irmãos, o profeta Jonas, o cordeiro pascal e a serpente de
bronze, levantada por Moisés tio deserto. 80) Como sabemos nós que Jesus Cristo
é verdadeiro Deus? Sabemos que Jesus Cristo é verdadeiro Deus: 1) pelo
testemunho do Padre Eterno, quando disse: Este é O meu Filho muito amado, no
qual tenho posto todas as minhas complacências: ouvi-O ; 2) pela afirmação do
próprio Jesus Cristo, confirmada com os mais estupendos milagres; 3) pela
doutrina dos Apóstolos; 4) pela tradição constante da Igreja Católica. 81)
Quais são os principais milagres operados por Jesus Cristo? Os principais milagres
operados por Jesus Cristo são, além da sua ressurreição, a saúde restituída aos
enfermos, a vista aos cegos, o ouvido aos surdos, a vida aos mortos. CAPÍTULO
IV Do terceiro artigo do Credo No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado da
parte de Deus para uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem,
prometida em casamento a um homem, chamado José, da casa de Davi. O nome da
virgem era Maria. Entrando onde ela estava, o anjo lhe disse: Deus te salve,
cheia de graça, o Senhor está contigo! Ao ouvir as palavras, ela se perturbou e
refletia no que poderia significar a saudação. Mas o anjo lhe falou: Não tenhas
medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e
darás à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será
chamado Filho do Altíssimo. O Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai.
Ele reinará na casa de Jacó pelos séculos e seu reino não terá fim . Maria
perguntou ao anjo: Como acontecerá isso, pois não conheço homem? Em resposta o
anjo lhe disse: O Espírito Santo virá sobre ti e o poder do Altíssimo te
cobrirá com sua sombra; e por isso mesmo Santo que vai nascer de ti será
chamado Filho de Deus. Eis que também Isabel, tua parenta, concebeu um filho em
sua velhice, e este é o sexto mês daquela que era considerada estéril, porque
para Deus nada é impossível . Disse então Maria: Eisaqui a serva do Senhor.
Aconteça comigo segundo tua palavra! E o anjo afastou-se dela. Catecismo de São
Pio X 19 Luc 1, 26-33 82)Que nos ensina o terceiro artigo do Credo: o qual foi
concebido pelo poder do Espírito Santo, nasceu de Maria Virgem? O terceiro
artigo do Credo ensinam-nos que o Filho de Deus tomou um corpo e uma alma, como
nós temos, no seio puríssimo de Maria Santíssima, Pelo poder do Espírito Santo,
e que nasceu desta Virgem. 83) Concorreram o Padre e o Filho também para for
mar o corpo e para criar a alma de Jesus Cristo? Sim, para formar o corpo e
para criar a alma de Jesus Cristo, concorreram todas as três P Pessoas divinas.
84)Por que se diz só: foi concebido pelo poder do Espírito Santo? Diz-se só:
foi concebido pelo poder do Espírito Santo, porque a Encarnação do Filho de
Deus é obra de bondade e de amor, e as obras de bondade e de amor atribuem-se
ao Espírito Santo. 85) Fazendo-se homem, deixou o Filho de ser Deus? O Filho de
Deus, fazendo-se homem, não deixou de ser Deus. 86) Então Jesus Cristo é Deus e
homem ao mesmo tempo? Sim, o Filho de Deus encarnado, isto é, Jesus Cristo, é
Deus e homem ao mesmo tempo, perfeito Deus e perfeito homem. 87)Há então em Jesus
Cristo duas naturezas? Sim, em JesusCristo, que é Deuse homem, há duas
naturezas, a divina e a humana. 88) E haverá também em Jesus Cristo duas
pessoas, a divina e a humana? No Filho de Deus feito homem há só uma Pessoa,
que é a divina. 89) Quantas vontades há em Jesus Cristo? Em Jesus Cristo há
duas vontades, uma divina, outra humana. 90)Tinha Jesus Cristo vontade livre?
Sim, Jesus Cristo tinha vontade livre, mas não podia fazer o mal, porque poder
fazer o mal é defeito, e não perfeição da liberdade. 91) Serão uma e a mesma
Pessoa o Filho de Deus e o Filho de Maria Santíssima? Catecismo de São Pio X 20
O Filho de Deus e o Filho de Maria Santíssima são a mesma Pessoa, isto é, Jesus
Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. 92)E a Virgem Maria, será Mãe de
Deus? Sim, Maria Santíssima é Mãe de Deus, porque é Mãe de Jesus Cristo, que é
verdadeiro Deus. 93) De que maneira veio Maria a ser Mãe de Jesus Cristo? Maria
veio a ser Mãe de Jesus Cristo unicamente por virtude do Espírito Santo. 94)É
de fé que Maria foi sempre Virgem? Sim, é de fé que Maria Santíssima foi sempre
Virgem, e é chamada a Virgem por excelência. CAPÍTULO V Do quarto artigo do
Credo Levaram, pois, Jesus da casa de Caifás ao Pretório. Era de manhã. Não
entraram no Pretório para se não contaminarem, a fim de comerem a Páscoa.
Pilatos, pois, Saiu fora para lhes falar e disse: Que acusa- ção apresentais
contra este homem? Responderam e disseram lhe: Se este não fosse um malfeitor,
não o entregaríamos nas tuasmãos. Pilatosdisselhes então: Tomai-o vós e
julgai-o segundo a vos. sa lei, Mas os judeus disseram-lhe: A nós não nos é
permitido matar ninguém. Para se cumprir a palavra que Jesus dissera,
significando de que morte havia de morrer. Tornou, pois, Pilatos a entrar no
Pretório, chamou Jesus e disse-lhe: Tu és o rei dos judeus? Respondeu Jesus: Tu
dizes isso de ti mesmo, ou foram outrosque to disseram de mim? Respondeu
Pilatos: Porventura sou eu judeu? A tua nação e os pontífices são os que te
entregaram nas minhas mãos. Que fizeste tu? Respondeu Jesus: O meu reino não é
deste mundo; se o meu reino fosse deste inundo, certamente que os meus
ministros se haviam de esforçar para que eu não fosse entregue aos judeus; mas
o meti reino não é daqui Disse-lhe então Pilatos: Logo tu és rei` Respondeu Jesus:
T o dizes, sou rei, Nasci, e vim ao mundo para dar testemunho da verdade; todo
o que está pela verdade. ouve a minha voz. "Disse lhe Pilatos: O que é a
verdade? Dito isto, tornou a sair, para ir ter com os judeus e disse-lhes: Não
encontro nele crime algum. Ora é costume que eu pela Páscoa, vos solte um
prisioneiro; quereis. pois, que vos solte o rei dos judeus? Então gritaram
todos novamente, dizendo: Não este. mas Barrabás. Ora Barrabás era um
salteador. Catecismo de São Pio X 21 Pilatos tomou então Jesus e mandou-o
flagelar. Os soldados, tecendo uma coroa de espinhos, puseram-lha sobre a
cabeça e revestiram- no com um manto de púrpura. Depois, aproximavam-se dele e
diziamlhe: Salve, rei dos judeus! e davam-lhe bofetadas. Saiu Pilatos ainda
entra vez fora , e disse-lhes: Eis que vo-lo trago fora, para que conheçais que
não encontro nele crime algum. Saiu, pois, Jesus trazendo a coroa de espinhos e
o manto de Púrpura. E (Pilatos) Eis aqui o homem. Então os, príncipes dos
sacerdotes e os ministros, tendo-o visto, gritaram, dizendo: Crucifica-o,
crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós e crucificai-o, porque eu não en
centro nele crime algum Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e segundo
a lei deve morrer Porque se fez Filho de Deus. Pilatos, tendo ouvido estas
palavras temeu ainda mais. Entrou novamente no Pretório e disse a Jesus: Donde
és tu? Mas Jesus não lhe deu resposta Então disse-lhe Pilatos: Não me falas?
Não ves que tenho poder para te soltar, e também para te crucificar? Respondeu
Jesus: Tu não terias poder algum sobre mim, se não fosse dado do alto. Por isso
o que me entregou a ti, tem maio pecado. Desde este momento, procurava Pilatos
soltá-lo. Porém os judeus gritavam, dizendo: Se soltas este, não é, amigo de
César, Porque todo o que se faz rei, declara-se contra César. Pilatos, tendo
ouvido estas palavras, conduziu Jesus para fora e sentou se no seu tribunal. no
lugar chamado Lithostrotos, em hebraico Gabbatha. Era a Parásceve (ou dia de
preparação) da Páscoa, cerca da hora sexta, e disse aos judeus: Eis o vosso
rei. Mas eles gritaram: Tira-o, tira-o, crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Pois
eu, hei de crucificar o vosso rei? Responderam os pontífices: Não rei temos
rei, senão César. Então entregou-lho, Para que fosse crucificado . S. João, 18,
28-40; 19, 1-23 95) Que nos ensina o quarto artigo do Credo: padeceu sob o
poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado? O quarto artigo do
Credo ensina-nos que JesusCristo, para remir o mundo com o seu precioso Sangue,
padeceu sob Pôncio Pilatos, governador da Judéia, e morreu no madeiro da Cruz,
da qual foi descido, e no fim sepultado. 96)Que quer dizer a palavra padeceu? A
palavra padeceu exprime todos os sofrimentos suportados por Jesus Cristo na sua
Paixão. 97)Padeceu Jesus Cristo enquanto Deus ou enquanto homem? Jesus Cristo
padeceu enquanto homem somente, porque enquanto Deus não podia padecer nem
morrer. 98) Que espécie de suplício era o da cruz? Catecismo de São Pio X 22 O
suplício da cruz era, naqueles tempos, o mais cruel e ignominioso de todos os
suplícios. 99)Quem foi que condenou Jesus Cristo a ser crucificado? Quem
condenou Jesus Cristo a ser crucificado foi Pôncio Pilatos, governador da
Judéia, o qual no entanto reconhecera a sua inocência; mas cedeu covardemente
às ameaças dos judeus. 100) Não poderia livrar-Se Jesus Cristo das mãos dos
judeus ou de Pilatos? Sim, Jesus Cristo podia livrar-Se das mãos dos judeus ou
de Pilatos; mas, conhecendo que a vontade do seu Eterno Padre era que Ele
padecesse e morresse pela nossa salvação, submeteu-Se voluntariamente, e até
saiu ao encontro dos seus inimigos, e deixou-Se espontaneamente prender e
conduzir à morte. 101) Onde foi crucificado Jesus Cristo? Jesus Cristo foi
crucificado sobre o monte Calvário. 102) Que fez Jesus Cristo na Cruz? Jesus
Cristo na Cruz orou pelos seus inimigos, deu por Mãe ao discípulo São João, e
na pessoa dele a nós todos, a sua mesma Mãe, Maria Santíssima; ofereceu a sua
morte em sacrifício, e satisfez à justiça de Deus pelos pecados dos homens.
103) Não bastaria que viesse um Anjo satisfazer por nós? Não bastava que viesse
um Anjo satisfazer por nós, porque a ofensa feita a Deus pelo pecado era, sob
certo aspecto, infinita; e para satisfazê-la requeria-se unia pessoa que
tivesse merecimento infinito 104) Para satisfazer à justiça divina era
necessário que JesusCristo fosse Deuse homem ao mesmo tempo? Sim, era
necessário que Jesus Cristo fosse homem para poder padecer e morrer, e era
necessário que fosse Deus, para que os seus sofrimentos fossem de valor infinito.
105) Por que razão era necessário que os merecimentos de Jesus Cristo fossem de
valor infinito? Era necessário que os merecimentos de Jesus Cristo fossem de
valor infinito, porque a majestade de Deus, ofendida pelo pecado, é infinita.
106) Era necessário que Jesus Cristo padecesse tanto? Não era absolutamente
necessário que Jesus Cristo padecesse tanto, porque o menor dos seus
sofrimentos bastaria para a nossa redenção, pois cada um dos seus atos era de
valor infinito. 107) Por que então Jesus quis sofrer tanto? Catecismo de São
Pio X 23 Jesus quis sofrer tanto, para satisfazer mais abundantemente à justiça
divina, para nos mostrar mais claramente o seu amor, e para nos inspirar maior
horror ao pecado. 108) Aconteceram prodígios na morte de Jesus? Sim, na morte
de Jesus obscureceu-se o sol, tremeu a terra, abriram-se algumas sepulturas, e
muitos mortos ressuscitaram. 109) Onde foi sepultado o corpo de Jesus Cristo? O
corpo de Jesus Cristo foi sepultado num túmulo novo, escavado na rocha do
monte, pouco distante do lugar onde Ele foi crucificado. 110) Na morte de Jesus
Cristo, separou-se a divindade do corpo e dá alma? Na morte de Jesus Cristo a
divindade não se separou nem do corpo nem da alma; mas só a alma se separou do
corpo. 111)Por quem morreu Jesus Cristo? Jesus Cristo morreu pela salvação de
todos os homens, e satisfez por todos. 112) Se Jesus Cristo morreu pela
salvação de todos, por que nem todos se salvam? Jesus Cristo morreu por todos,
mas nem todos se salvam, porque nem todosO reconhecem, nem todos seguem a sua
lei, nem todos se servem dos meios de santificação que nos deixou. 113) Para
nos salvarmos não tenha morrido por nós? Para nos salvarmos não basta que Jesus
basta que Jesus Cristo tenha morrido por nós, mas é necessário que sejam aplicados,
a cada um de nós, o fruto e os merecimentos da sua Paixão e morte, aplicação
que se faz, sobretudo, por meios dosSacramentos, instituídos para este fim pelo
mesmo Jesus Cristo; e como muitos ou não recebem os Sacramentos, ou não os
recebem com as condições devidas, eles tornam inútil para si próprios a morte
de Jesus Cristo. CAPÍTULO VI Do quinto artigo do Credo No dia seguinte, isto é,
depois da sexta-feira, os sumos sacerdotes e os fariseus foram a Pilatos e
disseram: Senhor, lembramo-nos de que aquele impostor disse em vida: Depois de
três dias ressuscitarei . Catecismo de São Pio X 24 Manda, pois, guardar o
sepulcro até o terceiro dia para não acontecer que os seus discípulos venham
roubar o corpo e digam ao povo: Ele ressuscitou dosmortos. E esta última
impostura será pior do que a primeira . Pilatos lhes disse: Vós tendes a
guarda. Ide e guardai-o como bem entendeis . Elesforam e puseram guarda ao
sepulcro depoisdeselarem a pedra. Passado o sábado, ao amanhecer do primeiro
dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. Subitamente
houve um grande terremoto, pois um anjo do Senhor desceu do céu, aproximou-se,
rolou a pedra do sepulcro e sentou-se nela. O seu aspecto era como o de um
relâmpago e sua veste, branca como a neve. Paralisados de medo, osguardas
ficaram como mortos. O anjo, dirigindo-se àsmulheres, disse: Não tenhais medo.
Sei que procurais Jesus, o crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou conforme
tinha dito. Vinde ver o lugar onde estava. Ide logo dizer a seus discípulos que
ele ressuscitou dos mortos e que vai à frentedevóspara a Galiléia. Lá o vereis.
Eiso queeu tinha a dizer . Jesus aparece às mulheres. Afastando-se logo do
túmulo, cheias de temor e grande alegria, correram para dar a notícia aos
discípulos. De repente, Jesus saiu ao encontro delas e disse-lhes: Salve! Elas
se aproximaram, abraçaram-lhe os pés e se prostraram diante dele. Disse-lhes
então Jesus: Não tenhais medo! Ide dizer a meus irmãos que se dirijam à
Galiléia elá meverão . Mt 27, 62-66; 28, 1-10. 114) Que nos ensina o quinto
artigo do Credo: desceu aos infernos, ao terceiro dia ressurgiu dos mortos? O
quinto artigo tio Credo ensina-nos que a alma de Jesus Cristo, assim que se
separou do corpo, foi ao Limbo e que, tio terceiro dia, se uniu de novo ao
corpo, parti nunca mais dele se separar. 115) Que se entende aqui por inferno?
Por inferno entende-se aqui o Limbo, isto é, aquele lugar onde estavam as almas
dos justos, esperando ti redenção de Jesus Cristo. 116) Por que as almas dos
justos não foram introduzidas no Paraíso antes da morte de Jesus Cristo? As
almas dos justos não foram introduzidas no Paraíso antes da morte de Jesus
Cristo, porque pelo pecado de Adão o Paraíso estava fechado; e convinha que
Jesus Cristo, cuja morte o reabriu, fosse o primeiro ti entrar nele. 117) Por
que Jesus Cristo quis esperar até ao terceiro dia para ressuscitar? Jesus
Cristo quis demorar até tio terceiro dia para ressuscitar, para mostrar de modo
insofismável, que verdadeiramente tinha morrido. Catecismo de São Pio X 25 118)
Foi a ressurreição de Jesus Cristo semelhante à dos outros homens
ressuscitados? A ressurreição de Jesus Cristo não foi semelhante à dos outros
homens ressuscitados, porque Jesus Cristo ressuscitou por virtude própria, e os
outros foram ressuscitados por virtude de Deus. CAPÍTULO VII Do sexto artigo do
Credo Os que prenderam Jesus levaram-no a Caifás, o Sumo Sacerdote, onde os
escribas e anciãos se haviam reunido. Pedro o seguiu de longe até o pátio do
Sumo Sacerdote. Entrou ali e sentou-se junto com os guardas para ver como ia
terminar. Os sumos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam falsos
testemunhoscontra Jesuspara condená-lo à morte. Masnão os encontraram, embora
muitas testemunhas falsas se tivessem apresentado. Finalmente apresentaram-se duas
testemunhas que disseram: Este homem falou: Posso destruir o Santuário de Deus
e em três dias reconstruí-lo . Então o Sumo Sacerdote levantou-se e perguntou:
Nada respondes ao que estes depõem contra ti? Jesus, porém, permanecia calado.
O Sumo Sacerdote lhe disse: Conjuro-te pelo Deus vivo: dize-nos se tu és o
Cristo, o Filho de Deus . Jesus respondeu-lhe: Tu o disseste. Entretanto eu
vosdigo: Um dia vereiso Filho do homem sentado à direita do Todo-poderoso,
vindo sobre as nuvens do céu . Então o Sumo Sacerdote rasgou asvestesn e disse:
Blasfemou! Que necessidade temosde maistestemunhas? Acabaisde ouvir a
blasfêmia. O que vosparece? Eles responderam: É réu de morte . Então começaram
a cuspir-lhe no rosto e a darlhe bofetadas, e outros a ferir-lhe o rosto ; e
diziam: Adivinha, ó Cristo, quem foi quetebateu? Mt 7, 57-68 119) Que nos
ensina o sexto artigo do Credo: subiu ao Céu, está sentado à direita de Deus
Padre todo-poderoso? O sexto artigo do Credo ensina-nos que Jesus quarenta dias
depois da sua ressurreição na presença dos seusdiscípulos, subiu por Si mesmo
tio Céu e que sendo, enquanto Deus, igual tio Padre Eterno na Glória, enquanto
homem, foi elevado acima de todos os Anjos e de todos os Santos, e constituído
Senhor de todas as coisas. 120) Por que Jesus Cristo, depois da sua
ressurreição, esteve quarenta dias na terra, antes de subir ao Céu? Catecismo
de São Pio X 26 Jesus Cristo, depois da sua ressurreição, esteve quarenta dias
na terra, antes de subir tio Céu, para provar, com várias aparições, que ressuscitara
verdadeiramente, e para instruir melhor os Apóstolos e confirmá-los nas
verdades da fé. 121) Por que Jesus Cristo subiu ao Céu? Jesus Cristo subiu tio
Céu: 1) para tomar posse do seu reino, que havia merecido com sua morte; 2)
para preparar o nosso lugar na glória, e para ver nosso Mediador eAdvogado
junto do Padre Eterno; 3) para enviar o Espírito Santo aos seus Apóstolos. 122)
Por que se diz de Jesus Cristo que subiu ao Céu, e de sua Mãe Santíssima se diz
que foi levada para o Céu? Diz-se de Jesus Cristo que subiu, e de sua Mãe
Santíssima que foi levada ao Céu, porque Jesus Cristo, sendo Homem-Deus, subiu
ao Céu por virtude própria; mas sua Mãe, que era criatura, embora a mais digna
de todas, foi levada tio Céu por virtude de Deus. 123) Explicai as palavras:
Está sentado à direita de Deus Padre todo-poderoso. As palavras está sentado
significam ti posse pacífica que Jesus Cristo tem da sua glória, o as palavras
à direita de DeusPadre todo-poderoso exprimem que Ele, tem o lugar de honra
sobre todas as criaturas. CAPÍTULO VIII Do sétimo artigo do Credo Quando o
Filho do homem vier em sua glória com todos os seus anjos, então se assentará
no seu trono glorioso. Em sua presença, todas as nações se reunirão e ele vai
separar uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Colocará
as ovelhas à sua direita e os cabritos, à esquerda. E o rei dirá aos que
estiverem à sua direita: Vinde, abençoados por meu Pai! Tomai posse do Reino
preparado para vós desde a criação do mundo. Porque tive fome e me destes de
comer, tive sede e me destes de beber, fui peregrino e me acolhestes e, estive
nu e me vestistes, enfermo e me visitastes, estava na cadeia e viestes ver-me.
E os justos perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te alimentamos,
com sede e te demos de beber? Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos,
nu e te vestimos? Quando foi que te vimosenfermo ou na cadeia Catecismo de São
Pio X 27 e te fomos visitar? E o rei dirá: Eu vos garanto: todasas vezes que
fizestes isso a um desses meus irmãos menores, a mim o fizestes. Depois dirá
aos da esquerda: Afastai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado
para o diabo e seus anjos. Porque eu tive fome e não me destes de comer, tive
sede e não me destes de beber, fui peregrino e não me destes abrigo; estive nu
e não me vestistes, enfermo e na cadeia e não me visitastes. E eles
perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos faminto ou sedento, peregrino ou
enfermo ou na cadeia e não te servimos? E ele lhes responderá: Eu vos garanto:
quando deixastes de fazer isso a um dessespequeninos, foi a mim quenão o
fizestes. E estesirão para o castigo eterno, enquanto osjustos, para a vida
eterna . Mt 25, 31-46 124) Que nos ensina o sétimo artigo do Credo: de onde ha
de vir a julgar os vivos e os mortos? O sétimo artigo do Credo ensina-nos que
no fim do mundo Jesus Cristo cheio de glória e de majestade, há de vir do Céu
para julgar todos os homens, bons e maus, e para dar a cada uni o prêmio ou o
castigo que tiver merecido. 125) Se cada um, logo depois da morte há de ser
julgado por Jesus Cristo no juízo particular, por que havemos de ser julgados
todos no Juízo universal? Havemos de ser julgados todos no Juízo universal por
várias razões: 1) para glória de Deus; 2) para glória de Jesus Cristo; 3) para
glória dos Santos; 4) para confusão dos maus; 5) finalmente para que o corpo,
depois da ressurreição universal, tenha juntamente com a alma a sua sentença de
prêmio ou de castigo. 126) Como é que no Juízo universal há de manifestar-se a
glória de Deus? No Juízo universal há de manifestar-se a de Deus, porque todos
hão de reconhecer ti justiça com que Deusgoverna o mundo, embora se vejam às
vezes osbonsa sofrer e o maus em prosperidade. 127) Como é que no Juízo
universal há de manifestar-se glória de Jesus Cristo? No Juízo universal há de
manifestar-se a glória de Jesus Cristo, porque, tendo Ele sido injustamente
condenado pelos homens, aparecerá então à face do mundo inteiro como Juiz
supremo de todos. 128) Como é que no Juízo universal há de manifestar-se a
glória dos Santos? Catecismo de São Pio X 28 No Juízo universal há de
manifestar-se a glória ,los Santos, porque muitos deles, que morreram
desprezados pelos maus, hão de ser glorificados em presença de todos os homens.
129) No Juízo universal qual será a confusão dos maus? No Juízo universal a
confusão dos maus será enorme, especialmente a daqueles que oprimiram os
justos, e ti daqueles que, durante a vida, procuraram ser tidos, falsamente,
por homens virtuosos e bons, pois verão manifestados, à vista de todo o inundo,
os pecados que cometeram ainda os mais ocultos. CAPÍTULO IX Do oitavo artigo do
Credo Chegando o dia de Pentecostes s, estavam todos reunidos no mesmo lugar.
De repente veio do céu um ruído, como de um vento impetuoso, que encheu toda a
casa em que estavam sentados. Viram aparecer, então, uma espécie de línguas de
fogo, que se repartiram e foram pousar sobre cada um deles. Todos ficaram
cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas u, conforme o
Espírito Santo lhes concedia que falassem.* Ora, em Jerusalém moravam judeus,
homens piedosos, de todas as nações que há debaixo do céu. Ouvindo aquele
ruído, acorreu muita gente e se maravilhava de que cada um os ouvisse falar em
sua própria língua. Profundamente impressionados, manifestavam sua admiração e
diziam: Estes que estão falando não são todos galileus? Como, então, todos nós
os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna? Partos, medos,
elamitas, os que habitam a Mesopotâmia, a Judéia, a Capadócia, o Ponto, a Ásia,
a Frígia, a Panfília, o Egito e as províncias da Líbia, próximas de Cirene,
peregrinos romanos, judeus ou convertidos ao judaísmo, cretenses e árabes todos
os ouvimos falar as grandezas de Deus em nossas próprias línguas. Atônitos e
fora de si, diziam uns para os outros: O que quer dizer isso? Outros, zombando,
diziam: Eles estão cheios de vinho . Atos 2, 1-13 130) Que nos ensina o oitavo
artigo do Credo: creio no Espírito Santo? Catecismo de São Pio X 29 O oitavo
artigo elo Credo ensina-nos que existe o Espírito Santo, terceira Pessoa da
Santíssima Trindade, e que Ele é Deus eterno, infinito, onipotente, Criador e
Senhor de todas as coisas, como o Padre e o Filho. 131) De quem procede o
Espírito Santo? O Espírito Santo procede do Padre e do Filho como de um só
princípio, por via de vontade e de amor. 132) Se o Filho procede do Padre, e o
Espírito Santo procede do Padre e do Filho, parece que o Padre e o Filho
existem antes do Espírito Santo. Como então se diz que são eternas todas as
três Pessoas divinas? Diz-se que si o eternas todas as trêsPessoas divinas,
porque o Padre gerou o Filho desde toda a eternidade, e do Padre e do Filho
procede o Espírito Santo, também desde toda a eternidade. 133) Por que a tecera
Pessoa da Santíssima Trindade se designas particularmente com o nome de
Espírito Santo ? Designa-se a terceira Pessoa da Santíssima Trindade
particularmente com o nome de Espírito Santo, porque procede do Padre e do
Filho por meio de expiração e de amor. 134) Que obra se atribui especialmente
ao Espírito Santo? Ao Espírito Santo atribui-se especialmente a santificação
das almas. 135) O Padre e o filho santificam-nos também, como o Espírito Santo?
Sim, todas as três Pessoas divinas nos santificam igualmente. 136) Se assim
Espírito Santo a santificação das almas? Atribui-se em particular ao Espírito
Santo a santificação das almas, porque é obra de amor, e as obras de amor
atribuem-se ao Espírito Santo. 137) Quando o Espírito Santo desceu sobre os
Apóstolos? O Espírito Santo desceu sobre osApóstolos no dia de Pentecostes,
isto é, cinqüenta dias depois da Ressurreição de Jesus Cristo, e dez dias
depois da sua Ascensão. 138) Onde ficaram os Apóstolos nos dez dias antes da
festa de Pentecostes? Os Apóstolos ficaram reunidos no Cenáculo em companhia da
Virgem giz Maria e dos outros discípulos, e perseveravam na oração esperando o
Espírito Santo que Jesus lhes havia prometido. 139) Quais foram os efeitos que
o Espírito Santo produziu nos Apóstolos? Catecismo de São Pio X 30 O Espírito
Santo confirmou na fé os Apóstolos, encheu-os de luzes, de forças, de caridade
e da abundância de todos os seus dons. 140) Foi enviado o Espírito Santo só aos
Apóstolos? O Espírito Santo foi enviado a toda a Igreja e a todas as almas
fiéis. 141) Que opera o Espírito Santo na Igreja? O Espírito Santo, como a alma
no corpo, vivifica a Igreja com a sua graça e com os seus dons; estabelece nEla
o reino da verdade e do amor; e assiste-Lhe a fim de que oriente os seus filhos
com firmeza tio caminho do Céu. CAPÍTULO X Do nono artigo do Credo Então
osapóstolosepresbíteros, de acordo com toda a Igreja, resolveram escolher
alguns homens e enviá-los a Antioquia com Paulo e Barnabé; escolheram Judas,
chamado Barsabás, e Silas, homens influentes entre os irmãos. Por seu
intermédio enviaram a seguinte carta: Osirmãos, osapóstolosepresbíterossaúdam
osirmãosdeAntioquia, Síria e Cilícia, convertidos dentre os pagãos. Chegou ao
nosso conhecimento que alguns dos nossos vos têm perturbado com palavras,
confundindo vossas mentes, sem nenhuma autorização de nossa parte. Por isso
resolvemos, de comum acordo, enviar-vos alguns homens escolhidos, em companhia
de nossos amados Barnabé e Paulo, que expuseram suas vidas pelo nome de Nosso
Senhor Jesus Cristo. Estamos enviando Judas e Silas para vos comunicar de viva
voz as mesmas coisas. Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós não vos impor
nenhuma outra exigência além das necessárias: que vos abstenhais das carnes
imoladas aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas e da prostituição.
Procedereis bem evitando estas coisas.* Passai bem . Atos 15, 22-29 § 1o - Da
Igreja em geral 142) Que nos ensina o nono artigo do Credo: creio na Santa
Igreja Católica; na Comunhão dos Santos? Catecismo de São Pio X 31 O nono
artigo do Credo ensina-nos que Jesus Cristo fundou sobre a terra unia sociedade
visível, a qual se chama Igreja Católica, e que todas as pessoas que fazem
parte desta Igreja estão em comunhão entre si. 143) Por que, depois do artigo
que trata do Espírito Santo, fala-se imediatamente da Igreja Católica? Depois
do artigo que trata do Espírito Santo, fala-se imediatamente da Igreja
Católica, para indicar que toda a santidade da mesma Igreja procede do Espírito
Santo, que é o autor de toda a santidade. 144) Que quer dizer esta palavra
Igreja? A palavra Igreja quer dizer convocação ou reunião de muitas pessoas.
145) Quem nos convocou ou chamou para a Igreja de Jesus Cristo? Nós fomos
chamados para a Igreja de Jesus Cristo por uma graça particular de Deus, a fim
de que, com a luz da fé e pela observância da lei divina, Lhe prestemoso culto
devido, e cheguemos à vida eterna. 146) Onde se encontram os membros da Igreja?
Os membros da Igreja encontram-se parte no Céu, e formam a Igreja triunfante;
parte no Purgatório, e formam a Igreja padecente; parte na terra, e formam a
Igreja militante. 147) Estas diversas partes da Igreja constituem uma só
Igreja? Sim, estas diversas partes (la Igreja constituem uma só Igreja e um só
corpo, porque têm a mesma cabeça que é Jesus Cristo, o mesmo espírito que as
anima e as tine, e o mesmo fim que é a felicidade eterna, que uns já estão
gozando e que outros esperam. 148) A qual das partes da Igreja se refere
principal mente este nono artigo? Este nono artigo do Credo refere-se
principalmente à Igreja militante, que é a Igreja na qual estamos atualmente. §
2o - Da Igreja em particular 149) Que é a Igreja Católica? A Igreja Católica é
a sociedade ou reunião de todas as pessoas batizadas que, vivendo na terra,
professam a mesma fé e a mesma lei de Cristo, participam dos mesmos Sacramentos,
e obedecem aos legítimos Pastores, principalmente ao Romano Pontífice. 150)
Dizei precisamente o que é necessário para alguém ser membro da Igreja.
Catecismo de São Pio X 32 Para alguém ser membro da Igreja, é necessário estar
batizado, crer e professar a doutrina de Jesus Cristo, participar dos mesmos
Sacramentos, reconhecer o Papa e os outros legítimos Pastores da Igreja. 151)
Quem são os legítimos Pastores da Igreja? Os legítimos Pastores da Igreja são o
Pontífice Romano, isto é, o Papa, que é o 1 o Pastor universal, e os Bispos.
Além disso, sob a dependência dos Bispos e do Papa, têm parte no oficio de
Pastores os outros Sacerdotes e especialmente os párocos. ? 152) Por que dizeis
que o Pontífice Romano é o Pastor Universal da Igreja? Porque Jesus Cristo
disse a São Pedro, primeiro Papa: Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a
minha Igreja, e dar-te-ei as chavesao reino dosCéus, e tudo o que ligares na
terra, será ligado no Céu; e tudo o que desligares na terra, será desligado
também no Céu . E disse-lhe mais: Apascenta osmeuscordeiros, apascenta
asminhasovelhas . 153) Então não pertencem à Igreja, de Jesus Cristo as
sociedades de pessoas batizados que não reconhecem o Romano Pontífice por seu
chefe? Todos os que não reconhecem o Romano Pontífice por seu chefe, não
pertencem à Igreja de Jesus Cristo. 154) Como se pode distinguir a Igreja de
Jesus Cristo, de tantas sociedades ou seitas, fundadas pelos homens, e que se
dizem cristãos? Pode-se distinguir a verdadeira Igreja de Jesus Cristo, de
tantas sociedades ou seitas fundadas pelos homens e que se dizem cristãs, por
quatro notas características. Ela é Una, Santa, Católica e Apostólica. 155) Por
que dizeis que a Igreja é Una? Digo que a verdadeira Igreja é Una, porque os
seus filhos, de qualquer tempo ou lugar, estão unidos entre si na mesma fé, no
mesmo culto Ito, na mesma lei e na participação dos mesmos Sacramentos, sob o
mesmo chefe visível, o Romano Pontífice. 156) Não poderia haver mais de uma
Igreja? Não pode haver mais de uma Igreja, porque, assim como há um só Deus,
uma só Fé e um só Batismo, assim também não há nem pode ode haver senão uma só
Igreja verdadeira. 157) Mas não se chamam também igrejas o conjunto dos fiéis
de uma nação, ou de uma diocese? Chamam-se igrejas também o conjunto dos fiéis
de uma nação ou de uma diocese, mas são sempre porções da Igreja universal, e
formam com ela uma só Igreja. 158) Por que dizeis que a verdadeira Igreja é
Santa? Catecismo de São Pio X 33 Chamo a verdadeira Igreja de Santa, porque
Jesus Cristo, a sua cabeça invisível, é Santo, santos são muitos dos seus
membros, santas são a sua Fé e a sua Lei, santos os seus Sacramentos, e fora
dEla não há nem pode haver verdadeira santidade. 159) Por que dizeis que a
Igreja é Católica? Chamo a verdadeira Igreja de Católica, que quer dizer
universal, porque abrange os fiéis de todos os tempos, de todos os lugares, de
todas as idades e condições, e todos os homens do mundo são chamados a fazer
parte dEla. 160) Por que a Igreja se chama também Apostólica? A verdadeira Igreja
chama-se também Apostólica, porque remonta sem interrup- ção até aosApóstolos;
porque crê e ensina tudo o que creram e ensinaram osApóstolos; e porque é
guiada e governada pelos legítimos sucessores dos Apóstolos. 161) Por que a
verdadeira Igreja se chama também Romana? A verdadeira Igreja chama-se também
Romana, porque os quatro caracteres da unidade, santidade, catolicidade e
apostolicidade se encontram só na Igreja que tem por chefe o Bispo de Roma,
sucessor de São Pedro. 162) Como é constituída a Igreja de Jesus Cristo? A
Igreja de Jesus Cristo é constituída como uma sociedade verdadeira e perfeita.
E nEla, como numa pessoa moral, podemos distinguir um corpo e uma alma. 163) Em
que consiste a alma da Igreja? A alma da Igreja consiste no que Ela tem de
interior e de espiritual, isto é, a Fé, a Esperança, a Caridade, os dons da
graça e do Espírito Santo, e todos os tesouros celestes que lhe provieram dos
merecimentos de Cristo Redentor e dos Santos. 164) E o corpo da Igreja, em que
consiste? O corpo da Igreja consiste no queEla tem de visível e de externo,
quer na associa- ção dos seus membros, quer no seu culto e no seu ministério de
-ensino, quer no seu governo e ordem externa. 165) Para nos salvarmos basta
sermos de qualquer maneira membros da Igreja Católica? Não basta para nos
salvarmos o sermos de qualquer maneira membros da Igreja Católica, mas é
preciso que sejamos seus membros vivos. 166) Quais são os membros vivos da
Igreja? Os membros vivos da Igreja são todos os justos e só eles, isto é, aqueles
que estão atualmente em graça de Deus. Catecismo de São Pio X 34 167) E quais
são nEla os membros mortos? Membros mortos da Igreja são os fiéis que estão em
pecado mortal. 168) Pode alguém salvar-se fora da Igreja Católica, Apostólica,
Romana? Não. Fora da Igreja Católica, Apostólica, Romana, ninguém pode
salvar-se, como ninguém pôde salvar-se do dilúvio fora da arca de Noé, que era
figura desta Igreja. 169) Como então se salvaram os antigos Patriarcas, os
Profetas, e todos os outros justos do Antigo Testamento? Todos os justos do
Antigo Testamento se salvaram em virtude da fé que tinham em Cristo que havia
de vir, por meio da qual eles já pertenciam espiritualmente a esta Igreja. 170)
Mas quem se encontrasse, sem culpa sua, fora da Igreja, poderia salvar-se?
Quem, encontrando-se sem culpa sua - quer dizer, em boa fé - fora da Igreja,
tivesse recebido o batismo, ou tivesse desejo, ao menos implícito, de o receber
e além disso procurasse sinceramente a verdade, e cumprisse a vontade de Deuso
melhor que pudesse, ainda que separado do corpo da Igreja, estaria unido à alma
dEla, e portanto no caminho da salvação. 171) E quem, sendo muito embora membro
da Igreja Católica, não pusesse em prática os seus ensinamentos, salvar-se-ia?
Quem, sendo muito embora membro da Igreja Católica, não pusesse em prática os
seus ensinamentos, seria membro morto, e portanto não se salvaria, porque para
a salva- ção de um adulto requer-se não só o Batismo e a fé, mas também as
obras conformes à fé. 172) Somos obrigados a acreditar todas as verdades que a
Igreja ensina? Sim, somos obrigadosa acreditar todasas verdadesque a Igreja
nosensina, e Jesus Cristo declarou que quem não crê, já está condenado. 173)
Somos também obrigados a fazer tudo o que a Igreja manda? Sim, somos obrigados
a fazer tudo o que a Igreja manda, porque JesusCristo disse aos Pastores da
Igreja: Quem vos ouve, a Mim ouve, e quem vos despreza, a Mim despreza . 174)
Pode enganar-Se a Igreja nas coisas que nos propõe para crermos? Não. Nas
coisas que nos propõe para crer, a Igreja não pode enganar-Se, porque, segundo
a promessa de Jesus Cristo, é sempre assistida pelo Espírito Santo. 175) A
Igreja Católica é então infalível? Sim, a Igreja Católica é infalível. Por isso
aqueles que rejeitam as suas definições, perdem a fé, e fazem-se hereges.
Catecismo de São Pio X 35 176) A Igreja Católica pode ser destruída ou perecer?
Não. A Igreja Católica pode ser perseguida, mas não pode ser destruída nem
perecer. Ela há de durar até ao fim do mundo, porque até ao fim do mundo JesusCristo
estará com Ela, como prometeu. 177) Por que é a Igreja Católica tão perseguida?
A Igreja Católica é tão perseguida, porque assim foi também perseguido o seu
Divino Fundador, e porque reprova os vícios, combate as paixões e condena todas
as injustiças e todos os erros. 178) Há mais alguns deveres dos católicos para
com a Igreja? Todo o cristão deve ter para com a Igreja um amor ilimitado,
considerar-se feliz e infinitamente honrado por pertencer a Ela, e empenhar-se
pela glória e aumento dEla por todos os meios ao seu alcance. § 3o - Da Igreja
docente e da Igreja discente Um anjo do Senhor falou a Filipe: Vai para o sul
pelo caminho que, através do deserto, desce de Jerusalém para Gaza . E Filipe
partiu. Ora, um etíope, camareiro e tesoureiro-mor a serviço da rainha Candace
da Etiópia, tinha ido prestar culto em Jerusalém. Voltava, sentado no seu
carro, lendo o profeta Isaías. O Espírito Santo disse a Filipe: Aproximate e
acompanha aquele carro . Filipe acelerou o passo. Ouvindo que lia o profeta
Isaías, perguntou: Será que estás entendendo o que lês? Ele respondeu: Como é
que vou entender se ninguém me orienta? Então convidou Filipe para subir e
sentar-se ao seu lado. A passagem da Escritura que ele lia era a seguinte :
Como uma ovelha levada ao matadouro, e como um cordeiro diante de quem o
tosquia, ele emudeceu e não abre a boca. Com humilhação foi consumado o seu
julgamento; de seus descendentes, quem falará? pois a sua vida é tirada da
terra. O camareiro perguntou a Filipe: Dize-me, de quem o profeta está falando?
De si mesmo ou de outro? Filipe pôs-se a falar e, começando com esta passagem
da escritura, anunciou-lhe a boa-nova de Jesus. Seguindo o caminho, encontraram
água e o camareiro disse m: Aqui existe água, o queimpedequeeu seja batizado?
Mandou parar o carro, e os dois desceram para a água, Filipe e o camareiro, e
Filipe o batizou. Quando subiram da água, o Espírito do Senhor arrebatou Filipe
n, e o camareiro já não o viu, mas alegre prosseguiu Catecismo de São Pio X 36
seu caminho. Quanto a Filipe, foi parar em Azoto e, de passagem, anunciava a
boa-nova a todas as cidades até chegar a Cesaréia Atos 8, 26-40 179) Há alguma
distinção entre os membros que compõem a Igreja? Entre os membros que compõem a
Igreja há distinção muito importante, porque há uns que mandam, outros que
obedecem, uns que ensinam, outros que são ensinados. 180) Como se chama a parte
da Igreja que ensina? A parte da Igreja que ensina chama-se docente, ou
ensinante. 181) E a parte da Igreja que é ensinada, como se chama? A parte da
Igreja que é ensinada chama-se discente. 182) Quem estabeleceu esta distinção
na Igreja? Esta distinção na Igreja estabeleceu-a o próprio Jesus Cristo. 183)
A Igreja docente e a Igreja discente são, pois, duas Igrejas distintas? A
Igreja docente e a Igreja discente são duas partes distintas de uma só e mesma
Igreja, como no corpo humano a cabeça é distinta dos outros membros, e, não
obstante, forma com eles um corpo só. 184) De que pessoas se compõe a Igreja
docente? A Igreja docente compõe-se de todos os Bispos (quer se encontrem
dispersos, quer se encontrem reunidos em Concílio), unidos à sua cabeça, o
Romano Pontífice. 185) E a Igreja discente, de que pessoas é composta? Á Igreja
discente é composta de todos os fiéis. 186) Quais são as pessoas que têm na
Igreja autoridade de ensinar? Os que têm na Igreja o poder de ensinar são o
Papa e osBispos e, sob a dependência destes, os outros ministros sagrados. 187)
Somos obrigados a ouvir a Igreja docente? Sim, sem dúvida, somos todos
obrigados a ouvir a Igreja docente, sob pena de condenação eterna, porque Jesus
Cristo disse aos Pastores da Igreja, na pessoa dos Apóstolos: Quem vosouve, a
Mim ouve, e quem vosdespreza, a Mim despreza . 188) Além da autoridade de
ensinar, tem a Igreja mais algum poder? Catecismo de São Pio X 37 Sim, além da
autoridade de ensinar, a Igreja tem especialmente o poder de administrar as
coisas santas, de fazer leis e de exigir a sua observância. 189) Virá do povo o
poder que têm os membros da hierarquia eclesiástica? O poder que têm os membros
da hierarquia eclesiástica não vem do Povo, e seria heresia o dizê-lo: vem
unicamente de Deus. 190) A quem compete o exercício destes poderes? O exercício
destes poderes compete unicamente ao corpo hierárquico, isto é, ao Papa e aos
Bispos a ele subordinados, § 4o - Do Papa e dos Bispos Chegando à região de
Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: Quem aspessoasdizem
queéo Filho do homem? Eles responderam: Alguns dizem que é João Batista;
outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas . Então ele perguntou-lhes:
E vós, quem dizeis que eu sou? Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho
de Deus vivo . Em resposta, Jesusdisse: Feliz és tu, Simão filho de Jonas,
porque não foi a carne nem o sangue quem te revelou isso, mas o Pai que está
nos céus. E eu te digo: Tu és Pedro e sobre esta pedra construirei a minha
Igreja e as portas do inferno nunca levarão vantagem sobre ela. Eu te darei as
chaves do reino dos céus, e tudo que ligares na terra será ligado nos céus, e
tudo que desligares na terra será desligado nos céus . E deu ordens aos
discípulos de não falarem para ninguém que ele era o Cristo . Mt 16, 13-20.
191) Quem é o Papa? O Papa, a quem chamamos também Sumo Pontífice ou Romano
Pontífice, é o sucessor deSão Pedro na Sede de Roma, o Vigário de JesusCristo
na terra, e o chefe visível da Igreja. 192) Por que o Romano Pontífice é o
sucessor de São Pedro? O Romano Pontífice é o sucessor de São Pedro. porque São
Pedro reuniu na sua pessoa a dignidade de Bispo de Roma e de chefe da Igreja e
porque, por disposição divina, estabeleceu em Roma a sua sede, e aí morreu. Por
isso quem é eleito Bispo de Roma, é também herdeiro de toda a sua autoridade.
193) Por que o Romano Pontífice é o Vigário de Jesus Cristo? Catecismo de São
Pio X 38 O Romano Pontífice é o Vigário de Jesus Cristo porque ele O representa
na terra, e faz as suas vezes no governo da Igreja. 194) Por que o Romano
Pontífice é o Chefe visível da Igreja? O Romano Pontífice é o Chefe visível da
Igreja porque a dirige visivelmente com a mesma autoridade de Jesus Cristo, que
é a cabeça invisível da Igreja. 195) Qual é, pois, a dignidade do Papa? A
dignidade do Papa é a maior entre todas as dignidades da terra e dá-lhe um
poder supremo e imediato sobre todos e cada uni dos Pastores e dos fiéis. 196)
Pode errar o Papa ao ensinar à Igreja? O Papa não pode errar, quer dizer, é
infalível nas definições que dizem respeito à fé e aos costumes. 197) Qual é o
motivo por que o Papa é infalível? O Papa é infalível em razão da promessa de
Jesus Cristo e da contínua assistência do Espírito Santo. 198) Quando o Papa é
infalível? O Papa é infalível só quando, na sua qualidade dePastor e Mestre de
todosos cristãos, em virtude da sua suprema autoridade apostólica, define uma
doutrina relativa à fé e aos costumes, que deve ser seguida por toda a Igreja.
199) Quem não acreditasse nas definições solenes do Papa, que pecado cometeria?
Quem não acreditasse nas definições solenes do Papa, ou ainda só duvidasse
delas, pecaria contra a fé; e, se se obstinasse nesta incredulidade, já não
seria mais católico, mas herege. 200) Para que fim Deus concedeu ao Papa o dom
da infalibilidade ? Deus concedeu ao Papa o dom da infalibilidade, a fim de que
todos estejam certos e seguros da verdade que ti Igreja ensina. 201) Quando foi
definido que o Papa é infalível ? A infalibilidade do Papa foi definida pela
Igreja rio Concílio do Vaticano; e, se alguém ousasse contradizer esta
definição, seria herege e excomungado 202) A Igreja, ao definir que o Papa é
infalível, estabeleceu porventura uma nova verdade de fé ? Não. A Igreja, ao
definir que o Papa é infalível, não estabeleceu uma nova verdade de fé, mas só
definiu, parti se opor a errosnovos, que a infalibilidade do Papa, contida
Catecismo de São Pio X 39 já tia Sagrada Escritura e na Tradição, e uma verdade
revelada por Deus, e que por conseguinte se deve crer como dogma ou artigo de
f,,. 203) Como todo o católico deve proceder para com o Papa ? Todo o católico
deve reconhecer o Papa como Pai, Pastor e Mestre universal, e estar unido a ele
de espírito e coração. 204) Depois do Papa quais são, por instituição divina ,
as personagens mais venerandas na Igreja? Depois do Papa, por instituição
divina, tis personagens mais venerandas (/ti Igreja .%tio os Bispos. 205) Quem
são os Bispos ? OsBispos são osPastores aos fiéis, estabelecidos pelo Espírito
Santo para governar ti Igreja de Deus, nas sedesque lhes são confiadas sob i]
dependência do Romano Pontífice. 206) Que é o Bispo na própria diocese ? O
Bispo na própria diocese é o Pastor legítimo, o Pai, o Mestre, o superior de
todos os fiéis, eclesiásticos e leigos, que pertencem à mesma diocese. 207) Por
que o Bispo se chama Pastor legítimo ? Chama-se o Bispo Pastor legítimo, porque
ti jurisdição, isto é, o poder que tem de governar os fiéis da própria diocese,
foi-lhe conferido segundo tis normas e leis da Igreja. 208) De quem são
sucessores o Papa e os Bispos ? O Papa é sucessor de São Pedro, Príncipe
dosApóstolos, e osBispos são sucessores dos Apóstolos, tio que diz respeito ao governo
ordinário da Igreja. 209) Deve o fiei estar unido ao próprio Bispo ? Sim, todo
o fiel, eclesiástico ou leigo, deve estar unido de espírito e de coração ao
próprio Bispo que está em graça e comunhão com a Se Apostólica. 210) Como deve
proceder o fiei para com o próprio Bispo ? Todo o fiel, eclesiástico ou leigo,
deve respeitar, amar e honrar o próprio Bispo, e prestar-lhe obediência em tudo
o que se refere ao bem das almas e ao governo espiritual da diocese. 211) Quais
são os auxiliares do Bispo na cura das almas ? Os auxiliares do Bispo na cura
das almas são os Sacerdotes, e principalmente os párocos. 212) Quem é o pároco
? Catecismo de São Pio X 40 O pároco é uni Sacerdote delegado para presidir e
dirigir, sob a dependência do Bispo, uma porção da diocese, que se chama
paróquia. 213) Que deveres têm os fiéis para com o seu pároco ? Os fiéisdevem
conservar-se unidos tio seu pároco, ouvi-lo com docilidade, professar-lhe
respeito e submissão em tudo o que interessa ao bem da paróquia. 5 o - Da
comunhão dos Santos O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com
os olhos, o que contemplamos e nossas mãos apalparam no tocante ao Verbo da
vida a porque a vida se manifestou e nós vimos e testemunhamos, anunciando-vosa
vida eterna que estava com o Pai e nos foi manifestada o que vimos e ouvimos,
nós também vos anunciamos a fim de que também vós vivaisem comunhão conosco.
Ora, nossa comunhão é com o Pai e seu Filho, Jesus Cristo. Nós vos escrevemos
estas coisas para nossa alegria ser completa!c Para viver na luz. A mensagem
que dele ouvimos e vos anunciamos é esta: Deus é luz, nele não há trevas. Se
dizemos ter comunhão com ele mas andamos nas trevas, mentimos e não praticamos
a verdade. Se, porém, andamos na luz, assim como ele está na luz, estamos em comunhão
uns com os outros e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
Se dizemos que em nós não há pecado, enganamos a nós mesmos e a verdade não
está conosco. Se confessamos nossos pecados, fiel e justo é Deus para nos
perdoar e nos purificar de toda iniqüidade. Se dizemos que não pecamos,
chamamos Deus de mentiroso e sua palavra não está conosco. I João 1, 1-10 214)
Que nos ensina o nono artigo do Credo com aquelas palavras: na comunhão dos
Santos ? Com aspalavras: na comunhão dosSantos, o nono artigo do Credo ensina
nosque na Igreja, pela íntima união que existe entre todos os seus membros, são
comuns os bens espirituais, assim internos Como externos, que lhe pertencem.
215) Quais são na Igreja os bens comuns internos ? Os bens comuns internos na
Igreja são: a graça que se recebe nos Sacramentos, a Fé, a Esperança, a
Caridade, os merecimentos infinitos de Jesus Cristo, os merecimentos
superabundantes da Santíssima Virgem e dosSantos, e o fruto de todas as boas
obras que na mesma Igreja se fazem. Catecismo de São Pio X 41 216) Quais são os
bens externos comuns na Igreja ? Os bens externos comuns na Igreja são: os
sacramentos, o Santo Sacrifício da Missa, as orações públicas, as funções
religiosas, e todas as outras práticas exteriores que unem entre si os fiéis.
217) Nesta comunhão de bens entram todos os filhos da Igreja ? Na comunhão dos
bens internos entram somente os cristãos que estão em graça de Deus; os que
estão em pecado mortal não participam de todos estes bens. 218) Por que não participam
de todos estes bens aqueles que estão em pecado mortal ? Porque é a graça de
Deus. vida sobrenatural da alma, que une os fiéis a Deus e a Jesus Cristo como
seus membros vivos e os torna capazes de fazer obras meritórias para a vida
eterna; e porque aqueles que se encontram em estado de pecado mortal, não tendo
a graça de Deus, estão excluídos da comunhão perfeita dos bens espirituais e
não podem fazer obras meritórias rias para a vida eterna. 219) Então os
cristãos que estão em pecado mortal não tiram proveito nenhum dos bens internos
e espirituais da Igreja ? Os cristãos que estão em pecado mortal tiram ainda
assim algum proveito dos bens internos e espirituais da Igreja, porquanto
conservam o caráter de cristãos, que é indelével, e a virtude da Fé que é a
raiz de toda justificação. Por isso são auxiliados pelas orações e boas obras
dos fiéis, para obterem a graça da conversão. 220) Os que estão em pecado
mortal podem participar dos bens externos da Igreja ? Os que estão em pecado
mortal podem participar dos bens externos da Igreja, contanto que não estejam
separados da mesma Igreja pela excomunhão. 221) Por que os membros desta
comunhão, considerados no seu conjunto, se chamam Santos ? Os membros desta
comunhão chamam-se Santos, porque todos são chamados à santidade, e foram
santificados por meio do Batismo, e muitos deles atingiram la a santidade
perfeita. 222) A comunhão dos Santos estende-se também ao Céu e ao Purgatório ?
Sim, a comunhão dosSantos estende-se também ao Céu e ao Purgatório, porque a
caridade une as três igrejas - triunfante, padecente e militante -; e os Santos
rogam a Deus por nós e pelas almas do Purgatório, e nós damos honra e glória
aos Santos, e podemos aliviar as almas do Purgatório, aplicando, em sufrágio
delas, Missas, esmolas, indulgências e outras boas obras. Catecismo de São Pio
X 42 § 6o - Daqueles que estão fora da Igreja 223) Quem são os que não
participam da comunhão dos Santos ? Aqueles que não participam da comunhão dos
Santos são, na outra vida, os condenados, e nesta vida aqueles que não
pertencem nem à alma nem ao corpo da Igreja, quer dizer, aqueles que estão em
estado de pecado rnortal e se encontram fora da verdadeira Igreja. 224) Quem
são os que se encontram fora da verdadeira Igreja ? Encontram-se fora da verdadeira
Igreja os infiéis, os judeus, os hereges, os apóstatas, os cismáticos e os
excomungados. 225) Quem são os infiéis ? Os infiéis são aqueles que não foram
batizados e não crêem em Jesus Cristo, seja porque crêem e adoram falsas
divindades, como os idólatras; seja porque, embora admitam o único Deus
verdadeiro, não crêem em Cristo Messias, nem como vindo na pessoa de Jesus
Cristo, nem como havendo de vir ainda: tais são os maometanos e outros
semelhantes. 226) Quem são os judeus ? Os judeus são aqueles que professam a
lei de Moisés, não receberam o batismo, nem crêem em Jesus Cristo. 227) Quem
são os hereges ? Os hereges são as pessoas batizadas que recusam com pertinácia
crer em alguma verdade revelada por Deus e ensinada conto de fé pela Igreja
Católica: por exemplo, os arianos, os nestorianos e as várias seitas dos
protestantes. 228) Quem são os apóstatas ? Os apóstatas são aqueles que
abjuram, isto é, renegam, com ato externo, a fé cató- lica, que antes
professavam. 229) Quem são os cismáticos ? Os cismáticos são os cristãos que,
não negando explicitamente dogma algum, se separam voluntariamente da Igreja de
Jesus Cristo, ou dos legítimos Pastores. 230) Quem são os excomungados ? Os
excomungados são aqueles que por faltas graves são fulminados com excomunhão
pelo Papa ou pelo Bispo, e portanto são separados, como indignos, do corpo da
Igreja, a qual espera e deseja a sua conversão. Catecismo de São Pio X 43 231)
Deve-se temer a excomunhão ? Deve-se temer grandemente a excomunhão, porque é o
castigo mais grave e mais terrível que a Igreja pode infligir aos seus filhos
rebeldes e obstinados. 232) De que bens ficam privados os excomungados ? Os
excomungados ficam privados das orações publicas, dos Sacramentos, das
indulgências e excluídos da sepultura eclesiástica. 233) Podemos nós auxiliar
de alguma maneira os ex. comungados ? Nós podemos auxiliar de alguma maneira os
excomungados e todos os outros que estão fora da verdadeira Igreja com
advertências salutares, com orações e boas obras, suplicando a Deus que pela
sua misericórdia lhes conceda a graça de se converterem à Fé e de entrarem na
comunhão dos Santos. CAPÍTULO XI Do décimo artigo do Credo Alguns dias depois,
Jesus entrou novamente em Cafarnaum, e souberam que ele estava em casa.
Reuniu-se tanta gente que nem mesmo em frente à porta havia lugar para todos. E
Jesus lhes anunciava a palavra. Trouxeram-lhe um paralítico, carregado por
quatro homens. Como não podiam levá-lo até Jesus, por causa da multidão,
descobriram o teto no lugar em que ele se achava, e pela abertura desceram a
maca em que estava deitado o paralítico. Ao ver a fé deles, Jesus disse ao
paralítico: Filho, os teus pecados estão perdoados . Ora, estavam sentadosali
alguns escribas, pensando consigo mesmos: Como estehomem pode falar assim? Ele
blasfema! Quem pode perdoar pecados senão só Deus? Mas Jesus percebeu logo em
seu espírito os pensamentos deles e disse: Por que estais pensando assim? a O
que é mais fácil dizer ao paralítico: teuspecados estão perdoados ou dizer:
levanta-te, toma a tua maca e anda? Pois bem, para que saibaisque o Filho do
homem * tem na terra poder de perdoar os pecados disse ao paralítico eu te
digo: levanta-te, toma a tua maca e vai para casa . Ele se levantou, pegou logo
a sua maca e saiu à vista de todos. Todos se espantaram e se puseram a louvar a
Deus, dizendo: Nunca vimoscoisa igual! Mar 2, 1-12 234) Que nos ensina o décimo
artigo do Credo: na remissão dos pecados ? Catecismo de São Pio X 44 O décimo
artigo do Credo ensina-nos que Jesus Cristo deixou à sua Igreja o poder de
perdoar os pecados. 235) Pode a Igreja perdoar toda a espécie de pecados ? Sim,
a Igreja pode perdoar todos os pecados, por numerosos e graves que sejam,
porque Jesus Cristo Lhe concedeu pleno poder de ligar e desligar. 236) Quem são
os que na Igreja exercem este poder de perdoar os pecados ? Os que na Igreja
exercem o poder de perdoar os pecados são, em primeiro lugar, o Papa que é o
único que possui a plenitude de tal poder; depois os Bispos e, sob a
dependência dos Bispos, os Sacerdotes. 237) Como perdoa a Igreja os pecados ? A
Igreja perdoa os pecados pelos merecimentos de Jesus Cristo, administrando os
Sacramentos por Ele instituídos para esse fim, especialmente o Batismo e a
Penitência. Catecismo de São Pio X 45 CAPÍTULO XII Do undécimo artigo do Credo
No dia seguinte, isto é, depois da sexta-feira, os sumos sacerdotes e os
fariseus foram a Pilatos e disseram: Senhor, lembramo-nos de que aquele
impostor disse em vida: Depois de três dias ressuscitarei . Manda, pois,
guardar o sepulcro até o terceiro dia para não acontecer que os seus discípulos
venham roubar o corpo e digam ao povo: Ele ressuscitou dosmortos. E esta última
impostura será pior do que a primeira . Pilatos lhes disse: Vós tendes a
guarda. Ide e guardai-o como bem entendeis . Elesforam e puseram guarda ao
sepulcro depoisdeselarem a pedra. Passado o sábado, ao amanhecer do primeiro
dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. Subitamente
houve um grande terremoto, pois um anjo do Senhor desceu do céu, aproximou-se,
rolou a pedra do sepulcro e sentou-se nela. O seu aspecto era como o de um
relâmpago e sua veste, branca como a neve. Paralisados de medo, osguardas
ficaram como mortos. O anjo, dirigindo-se àsmulheres, disse: Não tenhais medo.
Sei que procurais Jesus, o crucificado. Ele não está aqui! Ressuscitou conforme
tinha dito. Vinde ver o lugar onde estava. Ide logo dizer a seus discípulos que
ele ressuscitou dos mortos e que vai à frente de vós para a Galiléia. Lá o
vereis. Eiso queeu tinha a dizer . Jesus aparece às mulheres. Afastando-se logo
do túmulo, cheias de temor e grande alegria, correram para dar a notícia aos
discípulos. De repente, Jesus saiu ao encontro delas e disse-lhes: Salve! Elas
se aproximaram, abraçaram-lhe os pés e se prostraram diante dele. Disse-lhes
então Jesus: Não tenhais medo! Ide dizer a meus irmãos que se dirijam à
Galiléia elá meverão . Mt 27, 62-65; 28, 1-10. 238) Que nos ensina o undécimo
artigo do Credo: na ressurreição da carne? O undécimo artigo do Credo
ensina-nos que todos os homens hão de ressuscitar, retomando cada alma o corpo
que teve nesta vida. 239) Como se fará a ressurreição dos mortos? A
ressurreição dos mortos realizar-se-á por virtude de Deus Onipotente, a Quem
nada é impossível. 240) Quando será a ressurreição dos mortos? A ressurreição
de todos os mortos será no fim do inundo, e depois seguir-se-á o Juízo
universal. 241) Por que quer Deus a ressurreição dos corpos? Catecismo de São
Pio X 46 Deus quer a ressurreição dos corpos para que a nossa alma, tendo feito
o bem ou o final unida ao corpo, receba juntamente com ele o prêmio ou o
castigo. 242) Ressuscitarão os homens, todos da mesma maneira? Não. Haverá
enorme diferença entre os corpos dos eleitos e os corpos dos condenados; porque
somente os corpos dos eleitos terão, à semelhança de Jesus Cristo ressuscitado,
os dotes dos corpos gloriosos. 243) Quais são estes dotes que adornarão os
corpos dos bem-aventurados? Os dotes que adornarão os corpos gloriosos dos
bem-aventurados são: 1 o a impassibilidade, pela qual eles não mais poderão
estar sujeitos a males, nem dores de espécie alguma, nem às necessidades de
alimento, de repouso e de qualquer outra coisa; 2 o a claridade, pela qual eles
resplandecerão como o sol e as estrelas; 3 o a agilidade, pela qual eles poderão
passar num momento sem fadiga, de um lugar para outro e da terra ao Céu; 4 o a
sutileza, pela qual elespoderão, sem obstáculo, passar atravésde qualquer
corpo, como fez Jesus Cristo ressuscitado. 244) Como serão os corpos dos
condenados? Os corpos dos condenados serão destituídos dos dotes dos corpos
gloriosos dos bem-aventurados, e trarão o horrível estigma da reprovação
eterna. Catecismo de São Pio X 47 CAPÍTULO XIII Do duodécimo artigo do Credo
Lázaro caiu doente em Betânia, onde estavam Maria e sua irmã Marta. Maria era
aquela que tinha ungido o Senhor com óleo perfumado e lhe tinha enxugado os pés
com os cabelos. Seu irmão Lázaro estava enfermo. As irmãs mandaram dizer a
Jesus: Senhor, aquele a quem amas está doente . Quando ouviu isso, Jesus disse:
Esta doença não causará a morte mas se destina à glória de Deus: por ela o
Filho de Deus será glorificado . Ora, Jesus amava Marta, sua irmã e Lázaro.
Embora estivesse informado de que ele estava doente, demorou-se ainda
doisdiasnaquele lugar. Depois disse aos discípulos: Voltemos para a Judéia . Os
discípulos disseram: Mestre, há pouco os judeus te queriam apedrejar e tu
voltas para lá? Jesus respondeu: Não são doze as horas do dia? Se alguém
caminha durante o dia, não tropeça porque vê a luz deste mundo; mas se caminha
de noite, tropeça porque lhe falta a luz . Depois destas palavras, acrescentou:
Lázaro, nosso amigo, adormeceu mas eu vou despertá-lo . Senhor, se ele está
dormindo é porque vai ficar bom disseram os discípulos. Jesus se referia à
morte, mas eles pensavam que estivesse falando do repouso do sono. Então Jesus
lhes falou claramente: Lázaro morreu. Eu me alegro de não ter estado lá, para
que vós assim acrediteis. Mas vamos até ele . Tomé, chamado Dídimo, disse então
aos companheiros: Vamosnóstambém para morrermoscom ele . Quando Jesus chegou,
já fazia quatro dias que Lázaro estava no túmulo. Betânia ficava perto de
Jerusalém, a uns três quilômetros. Muitos judeus tinham vindo até Marta e Maria
para as consolar da morte do irmão. Quando Marta ouviu que Jesus havia chegado,
saiu-lhe ao encontro. Maria ficou sentada em casa. Marta disse a Jesus: Senhor,
se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Sei, porém, que tudo
quanto pedires a Deus ele te concederá . Jesus respondeu: Teu irmão ressuscitará
.* Sei que ele ressuscitará na ressurreição do último dia disse Marta. Jesus
lhe disse: Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja
morto, viverá. E quem vive e crê em mim jamais morrerá . Crês isto? Sim, Senhor
respondeu ela creio que és o Cristo, o Filho deDeus, quedevia vir a estemundo .
Dito isso, ela foi chamar sua irmã Maria e disse-lhe baixinho: O Mestre está aí
e te chama . Ao ouvir isso, Maria levantou-se imediatamente e foi ao encontro
dele. É que Jesus ainda não havia entrado no povoado mas ficou lá onde Marta o
tinha encontrado. Os judeus, que estavam em casa com ela e a consolavam, vendo
que Maria se tinha levantado e saído às pressas, seguiram-na pensando: Ela vai
ao sepulcro para chorar . Assim queMaria chegou ondeJesusestava, lançou-se aos
pés dele e disse: Senhor, se tivesses estado aqui, o meu irmão não teria
morrido . Quando viu que Maria e todos os judeus que vinham com ela estavam
chorando, Jesus se comoveu profundamente. E emocionado, perguntou: Onde o pusestes?
Senhor, vem ver disseram-lhe. Jesus começou a chorar. Os judeus comentavam:
Vede como ele o amava . Al- Catecismo de São Pio X 48 guns, porém, disseram:
Ele, que abriu os olhos do cego de nascença, não podia fazer com que Lázaro não
morresse? Tomado novamente de profunda emoção, Jesus se dirigiu ao sepulcro.
Era uma gruta com uma pedra colocada na entrada. Jesus ordenou: Tirai a pedra .
Marta, irmã do morto, disse: Senhor, já está cheirando mal, pois já são quatro
dias que está aí . Jesus respondeu: Eu não te disse que, se acreditasses,
verias a glória de Deus? Tiraram então a pedra. Jesus levantou os olhos para o
alto e disse: Pai, eu te dou graças porque me atendeste. Eu sei que sempre me
atendes, mas digo isto por causa da multidão que me rodeia, para que creiam que
tu me enviaste . Depois dessas palavras, gritou bem forte: Lázaro, vem para
fora ! O morto saiu com os pés e as mãos atados com faixas e o rosto envolto
num sudário. Jesus ordenou: Desatai-o e deixai-o andar . João 11, 1-44 245) Que
nos ensina o último artigo do Credo: na vida eterna? O último artigo do Credo
ensina-nos que depois da vida presente há outra, ou eternamente feliz para os
eleitos no Paraíso, ou eternamente desgraçada para os condenados no Inferno.
246) Podemos compreender a felicidade do Paraíso? Não. Não podemos compreender
a felicidade do Paraíso, porque excede os conhecimentosda nossa inteligência
limitada, e porque osbensao Céu não podem comparar-se aos bens deste mundo.
247) Em que consiste a felicidade dos eleitos? A felicidade dos eleitos
consiste em ver, amar e possuir para sempre a Deus, fonte de todo o bem. 248)
Em que consiste a desgraça dos condenados? A desgraça dos condenados consiste
em serem para sempre privados da vista de Deus, e punidos com tormentos eternos
no Inferno. 249) Por agora são só para as almas os bens do Paraíso e os males
do Inferno? Os bens do Paraíso e os males do Inferno, por agora, são só para as
almas porque por enquanto só as almas estão no Paraíso, ou no Inferno; mas
depois da ressurreição da carne, os homens, ria plenitude da sua natureza, isto
é, em corpo e alma, serão ou felizes ou infelizes para sempre. 250) Serão
iguais Para os eleitos os bens do Paraíso, e para os condenados os males do
Inferno? Catecismo de São Pio X 49 Osbensdo Paraíso para oseleitos, e osmalesdo
Inferno para os condenados, serão iguais na substância e na duração eterna; mas
na medida, isto é, no grau, serão maiores ou menores, segundo os méritos ou
deméritos de cada um. 251) Que quer dizer a palavra Amém no fim do Credo? A
palavra Amém no fim dasorações significa: assim seja; no fim do Credo
significa: assim é, que quer dizer: creio que é absolutamente verdadeiro tudo o
que nestes doze artigos se contém, e estou mais certo disso do que se o visse
com os meus olhos.l Segunda Parte Da Oração CAPÍTULO 1 Da oração em geral Jesus
contou também a seguinte parábola para alguns que confiavam em si mesmos,
tendo-se por justos, e desprezavam os outros: Dois homens subiram ao Templo
para orar; um era fariseu, o outro, um cobrador de impostos. O fariseu rezava,
de pé, desta maneira: Ó meu Deus, eu te agradeço por não ser como
osoutroshomens, que são ladrões, injustos, adúlteros, nem mesmo como este
cobrador de impostos. Jejuo duas vezes por semana, pago o dízimo de tudo que
possuo . Mas o cobrador de impostos, parado à distância, nem se atrevia a
levantar os olhos para o céu. Batia no peito, dizendo: Ó meu Deus, tem piedade
de mim, pecador! Eu vos digo: Este voltou justificado para casa e não aquele.
Porque todo aqueleque seeleva será humilhado, equem sehumilha será elevado .
Luc 18, 9-14 E quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de
rezar em pé nas sinagogas e nas esquinas das praças para serem vistos pelos
outros. Eu vos garanto: eles já receberam a recompensa. Mas quando rezares,
entra no teu quarto, fecha a porta e reza ao teu Pai que está no oculto. E o
Pai, que vê no oculto, te dará a recompensa. E nas orações não faleis muitas
palavras, como os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por causa das muitas
palavras. Não os imiteis, pois o Pai já sabe de vossasnecessidadesantesmesmo
depedirdes . Mt 6, 2-9 Catecismo de São Pio X 50 252) De que trata a segunda
parte da Doutrina Cristã? A segunda parte da Doutrina Cristã trata da oração em
geral, e do Padre-Nosso em particular. 253) Que é a oração? A oração é uma
elevação da alma a Deus, para adora-Lo, para Lhe dar graças e para Lhe pedir
aquilo de que precisamos. 254) Como se divide a oração? A oração divide-se em
mental e vocal. Oração mental é a que se faz só com a alma; oração vocal a que
se faz com as palavras acompanhadas da atenção do espírito e da devoção do
coração. 255) Pode dividir-se de outra maneira a oração? A oração pode também
dividir-se em particular e pública. 256) Que é a oração particular? A oração
particular é a que faz cada um em particular, por si ou pelos outros. 257) Que
é a oração pública? A oração pública é a que fazem os ministros sagrados, em
nome da Igreja, e pela salvação do povo fiel. Pode-se chamar pública também a
oração feita em comum e publicamente pelos fiéis, como nas procissões, nas
peregrinações e na Igreja. 258) Temos nós esperança fundamentada de obter por
meio da oração os auxílios e graças de que necessitamos? A esperança de obter
de Deus as graças de que necessitamos, é fundamentada nas promessas de Deus
onipotente, muito misericordioso e fidelíssimo, e nos merecimentos de Jesus
Cristo. 259) Em nome de quem devemos pedir a Deus as graças de que
necessitamos? Devemos pedir a Deus as graças de que necessitamos, em nome de
Jesus Cristo, como Ele mesmo nosensinou e como pratica a Igreja, a qual termina
sempre as suasora- ções com estas palavras: per Dorninum nostrum Jesurn
Christurn, que quer dizer: por Nosso Senhor Jesus Cristo. 260) Por que devemos
pedir a Deus as graças em nome de Jesus Cristo? Devemos pedir as graças em nome
de Jesus Cristo, porque, sendo Ele o nosso mediador, só por meio dEle podemos
aproximar-nos do trono de Deus. Catecismo de São Pio X 51 261) Se a oração tem
tanta eficácia, como é que tantas vezes não são atendidas as nossas orações?
Muitas vezesasnossas oraçõesnão são atendidas, ou porque pedimos coisas que não
convêm à nossa eterna salvação, ou porque não pedimos como deveríamos. 262)
Quais são as coisas que principalmente devemos pedir a Deus? Devemos principalmente
pedir a Deusa sua glória, a nossa salvação e osmeiospara consegui-la. 263) Não
é também lícito pedir bens temporais? Sim, é também lícito pedir a Deus os bens
temporais, sempre com a condição de que sejam conformes à sua santíssima
vontade, e não sejam obstáculo à nossa eterna salvação. 264) Se Deus sabe tudo
aquilo de que necessitamos, por que devemos rezar? Embora Deus saiba tudo
aquilo de que necessitamos , quer todavia que nós Lho peçamos, para
reconhecermos que é Ele que dá todos os bens, para Lhe testemunharmos a nossa
humilde submissão, e para merecermos os seus favores. 265) Qual é a primeira e
a melhor disposição para tornar eficazes as nossas orações? A primeira e a
melhor disposição, para tornar eficazes as nossas orações, é estar em estado de
graça, ou, não o estando, ao menos desejar recuperar esse estado. 266) Que mais
disposições se requerem para bem orar? Para bem orar requerem-se especialmente
o recolhimento, a humildade, a confiança, a perseverança e a resignação. 267)
Que quer dizer orar com recolhimento? Quer dizer: pensar que estamos a falar
com Deus; e por isso devemos orar com todo o respeito e a devoção possíveis,
evitando, quanto for possível, as distrações, isto é, todo o pensamento
estranho à oração. 268) Diminuem as distrações o merecimento da oração? Sim,
quando nós mesmos as provocamos, ou não as repelimos com diligência. Se porém
fizermos quanto podemos para estarmos recolhidos em Deus, então as distrações
não diminuem o merecimento da nossa oração, mas até o podem aumentar. 269) Que
se requer para fazermos oração com recolhimento? Devemos antes da oração
afastar todas as ocasiões de distração, e durante a oração devemos pensar que
estamos na presença de Deus, que nos vê e nos ouve. 270) Que quer dizer orar
com humildade? Catecismo de São Pio X 52 Quer dizer: reconhecer sinceramente a
nossa indignidade, incapacidade e miséria, acompanhando a oração com a
compostura do corpo. 271) Que quer dizer orar com confiança? Quer dizer que
devemos ter firme esperança de sermos atendidos, se daí provier a glória de
Deus e o nosso verdadeiro bem. 272) Que quer dizer orar com perseverança? Quer
dizer que não nos devemos cansar de orar, se Deus não nos atender
imediatamente, senão que devemos continuar a orar ainda com mais fervor. 273)
Que quer dizer orar com resignação? Quer dizer que nos devemos conformar com a
vontade de Deus, que conhece melhor do que nós quanto nos é necessário para a
nossa salvação eterna, ainda mesmo no caso em que as nossas orações não fossem
atendidas. 274) Atende Deus sempre as orações bem feitas? Sim, Deus atende
sempre as orações bem feitas; mas da maneira que Ele sabe ser mais útil para a
nossa salvação eterna, e não sempre segundo a nossa vontade. 275) Que efeitos
produz em nós a oração? A oração faz-nos reconhecer a nossa dependência, em
todas as coisas, de Deus, supremo Senhor, faz-nos progredir na virtude,
alcança-nos de Deus misericórdia fortalece- nos contra as tentações,
conforta-nos nas tribulações, auxilia-nos nas nossas necessidades e alcança-nos
a graça da perseverança final. 276) Quando devemos especialmente orar? Devemos
orar especialmente nos perigos, nas tentações e no momento da morte; além
disso, devemos orar freqüenternente, e é bom que o façamos pela manhã e à
noite, e no princípio das ações importantes do dia. 277) Por quem devemos orar?
Devemos orar por todos; isto é, por nós mesmos pelos nossos parentes,
superiores, benfeitores, amigos e inimigos; pela conversão dos pobres
pecadores, daqueles que estão fora da verdadeira Igreja, e pelas benditas almas
do Purgatório. Catecismo de São Pio X 53 CAPÍTULO II Da oração dominical Um
dia, Jesus estava rezando num certo lugar. Quando terminou, um dos discípulos
lhe pediu: Senhor, ensina-nos a rezar como João ensinou a seusdiscípulos .
Elelhesdisse: Quando rezardes, dizei: Pai, santificado seja o teu nome, venha o
teu Reino. O pão nosso de cada dia nos dá hoje. E perdoa-nos os nossos pecados,
pois também nós perdoamos a todo o nosso devedor, e não nos deixescair em
tentação . Jesus acrescentou: Se algum de vós tiver um amigo e for procurá-lo à
meia-noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois um amigo meu chegou
de viagem e não tenho nada para oferecer , e ele responder lá de dentro: Não me
incomodes, a porta já está fechada e eu e meus filhos já estamos deitados; não
posso me levantar para te dar os pães. Eu vos digo: Se ele não se levantar e
não lhe der os pães por ser seu amigo, ao menos se levantará por causa do
incômodo e lhe dará quantos necessitar. Pedir com confiança Digo-vos, pois:
Pedi e vos será dado; buscai e achareis; batei e vos abrirão. Pois quem pede,
recebe; quem procura, acha; e a quem bate, se abre. Que pai dentre vósdará uma
pedra a seu filho que pede um pão? Ou lhe dará uma cobra se ele pedir um peixe?
Ou se pedir um ovo lhe dará um escorpião? Se, pois, vós que sois maus, sabeis
dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do céu saberá dar o
Espírito Santo aos que pedirem! Luc 11, 1-13 § 1o - Da oração dominical em
geral 278) Qual é a oração vocal mais excelente? A oração vocal mais excelente
é aquela que o próprio . o JesusCristo nosensinou, isto é, o Padre-Nosso. 279)
Por que é o Padre-Nosso a oração mais excelente? O Padre-Nosso é ti oração mais
excelente porque foi o próprio Jesus Cristo que a compôs e no-la ensinou,- porque
contém claramente, em poucas palavras, tudo o que podemos esperar de Deus; e
porque é a regra e o modelo de todas as outras orações. 280) É também o
Padre-Nosso a oração mais eficaz? Catecismo de São Pio X 54 O Padre-Nosso é
também a oração maiseficaz, porque é a maisagradável a Deus, porque é feita com
as mesmas palavras que nos ditou o seu Divino Filho. 281) Por que se chama o
Padre-Nosso oração dominical? Chama-se o Padre-Nosso oração dominical, que quer
dizer oração do Senhor, precisamente porque ti ensinou Jesus Cristo por sua
própria boca. 282) Quantas petições há no Padre-Nosso? No Padre-Nosso há sete
petições precedidas de um preâmbulo. 283) Rezai o Padre-Nosso. Padre-Nosso, que
estais no Céu: 1 ª Santificado seja o vosso nome. 2 ª Venha a nós o vosso
reino. 3 ª Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no Céu. 4 ª O pão
nosso de cada dia nos dai hoje. 5 ª Perdoai-nos as nossas dívidas assim como
nós perdoamos aos nossos devedores. 6 ª E não nos deixeis, cair em tentação. 7
ª Mas livrai-nos do mal. Amém 284) Por que, invocando a Deus no princípio da
oração dominical, O chamamos nosso Pai? No princípio da oração dominical
chamamos a Deus nosso Pai para despertar a nossa confiança na sua infinita
bondade, visto sermos seus filhos. 285) Por que podemos nós dizer que somos
filhos de Deus? Somos filhos de Deus: 1 o porque Ele nos criou à sua imagem e
nos conserva e governa com a sua providência; 2 o porque, por especial
benevolência, Ele nosadotou no Batismo como irmãosde Jesus Cristo e co-herdeiros,
juntamente com Ele, da eterna glória. 286) Por que chamamos a Deus Pai nosso, e
não Pai meu? Chamamos a Deus Pai nosso e não Pai meti, Porque todos somos seus
filhos, e portanto devemos considerar-nos e amar-nos todos como irmãos, e orar
uns pelos outros. 287) Estando Deus em toda a parte, por que é que Lhe dizemos:
que estais no Céu? Deus está em toda a parte; mas dizemos: Padre Nosso que
estais no Céu, para elevar os nossos corações ao Céu, onde Deus se manifesta na
glória aos seus filhos. Catecismo de São Pio X 55 § 2o - Da primeira petição do
Padre-Nosso 288) Que pedimos a Deus na primeira petição: santificado seja o
vosso nome? Na primeira petição: santificado seja o vosso nome, pedimos que
Deus seja conhecido, amado, honrado e servido por todos os homens, e por nós em
particular. 289) Que temos em vista, ao pedir que Deus seja conhecido, amado e
servido por todos os homens? Temos em vista pedir que os infiéis cheguem ao
conhecimento do verdadeiro Deus, que os hereges reconheçam os seus erros, que os
cismáticos voltem à unidade da Igreja, que os pecadores se corrijam e que os
justos sejam perseverantes no bem. 290) Por que em primeiro lugar pedimos que
seja santificado o nome de Deus? Em primeiro lugar pedimos que seja santificado
o nome de Deus, porque devemos prezar mais a glória de Deus do que todos os
nossos bens e vantagens. 291) De que maneira podemos nós promover a glória de
Deus? Podemospromover a glória de Deus com a oração, o bom exemplo e dirigindo
para Ele todos os nossos pensamentos afetos e ações. § 3o - Da segunda petição
do Padre-Nosso 292) Que entendemos por reino de Deus? Por reino de Deus
entendemos uni tríplice reino espiritual, a saber: o reino de Deusem nós, ou o
reino da graça; o reino de Deusna terra, isto é, a Santa Igreja Católica; e o
reino de Deus nos céus, ou o Paraíso. Catecismo de São Pio X 56 293) Que
pedimos com as palavras: venha a nós o vosso reino, com relação à graça? Com
relação à graça, pedimosque Deus reine em nós com a sua graça santificante,
pela qual Ele se compraz em residir em nós como um rei em seu palácio, e que
nos mantenha unidos a si pelas virtudes da fé, da esperança e da caridade,
pelas quais reina sobre ti nossa inteligência, sobre o nosso coração e sobre a
nossa vontade. 294) Que pedimos com as palavras venha a nós o vosso reino, com
relação à Igreja? Com relação à Igreja, pedimos que Ela se dilate cada vez
mais, e se propague por todo o mundo para salvação dos homens. 295) Que pedimos
com as palavras venha a nós o vosso reino, com relação à glória? Com relação à
glória, pedimos que possamos um (lia ser admitidos no Santo Paraí- so, para o
qual fomos criados e onde seremos plenamente felizes. § 4o - Da terceira
Petição do Padre-Nosso 296) Que pedimos na terceira petição: seja feita a vossa
vontade, assim na terra como no Céu? Na terceira petição: seja feita a vossa
vontade, assim na terra como no Céu. pedimos a graça de fazer em todas as
coisas a vontade de Deus, obedecendo aos seus santos Mandamentos tão
prontamente como os Anjos e os Santos Lhe obedecem rio Céu. Pedimos, além
disso, a graça de corresponder às inspirações divinas e de viver resignados à
vontade de Deus, quando Ele nos manda tribulações. 297) É-nos necessário
cumprir a vontade de Deus? É-nos tão necessário cumprir a vontade de Deus, como
nos é necessário conseguir a salvação eterna, porque Jesus Cristo disse que só
entrará tio reino dos céus quem tiver feito a vontade de seu Pai. 298) De que
maneira podemos conhecer qual a Vontade de Deus a nosso respeito? A Vontade de
Deus rios é manifestada pelos Mandamentos de sua Lei e pelos preceitos de sua
Santa Igreja. Nossos superiores espirituais, postos por Deus para guiar-nos no
caminho da Salvação, nos orientam a fim de que conheçamos os desígnios
particulares da Providência a nosso respeito, desígnios que se podem manifestar
em divinas inspira- ções ou nas circunstâncias em que o Senhor nos tenha
colocado. 299) Devemos sempre reconhecer a vontade de Deus nas prosperidades ou
adversidades da vida? Tanto nas prosperidades como nas adversidades da vida
presente, devemos reconhecer sempre a vontade de Deus, o qual tudo dispõe ou
permite para nosso bem. Catecismo de São Pio X 57 300) Quer dizer que Deus nos
revela sua Vontade pelos sinais dos tempos? Não. A revelação Divina encerrou-se
com a morte do último Apóstolo, de maneira que não há mais Revelação pública
necessária para a salvação. A afirmação de que devemos ver em todas as coisas a
Vontade de Deus, diz apenas que todas as coisas estão sujeitas à Santíssima
Vontade de Deus, de maneira que mesmo o mal não acontece sem uma permissão de
Deus, que sabe tirar o bem do inal, e por isso o permite. E como Deus tem sobre
os homens uma amorosa Providência, devemos ver em todos os acontecimentos, bons
ou maus, um desígnio de Deus que visa nossa salvação eterna. § 5o - Da quarta
petição do Padre-Nosso 301) Que pedimos na quarta petição: o pão nosso de cada
dia nos dai hoje? Na quarta petição: o pão nosso de cada dia nosdai hoje,
pedimosa Deuso que nos é necessário cada dia para a alma e para o corpo. 302) Que
pedimos a Deus para a nossa alma? Para a nossa alma pedimos a Deus o sustento
da vida espiritual, isto é, pedimos ao Senhor que nos dê a sua graça, da qual a
todo o instante temos necessidade. 303) Como se sustenta a vida da nossa alma?
 vida da nossa alma sustenta-se especialmente com o alimento da palavra
divina, e com o Santíssimo Sacramento do altar. 304) Que pedimos a Deus para o
nosso corpo? Para o nosso corpo pedimos o que é necessário para o sustento da
vida temporal. 305) Por que dizemos: o pão nosso nos dai hoje, não dizemos
antes: dai-nos hoje o pão? Dizemos: O pão nosso nos dai hoje, e não dizemos:
dai-nos hoje o pão, para excluir todo o desejo tio,, bens alheios. Por isso
pedimos ao Senhor que nos ajude nos ganhos justos e lícitos, a fim de granjearmos
o sustento com o nosso trabalho, sem furtos nem fraudes 306) Por que dizemos: o
pão nos dai, e não: o pão me dai? Dizemos: nos dai, e não: me dai, para nos
lembrarmos de que, assim como os bens nos vêm de Deus, assim também se Ele
no-los dá em abundância, é para que distribuamos o supérfluo pelos pobres. 307)
Por que acrescentamos: de cada dia? Catecismo de São Pio X 58 Acrescentamos de
cada dia, porque devemos desejar o que nos é necessário para a vida, e não a
fartura dos alimentos e dos bens da terra. 308) Que quer dizer mais a palavra
hoje na quarta petição? A palavra hoje quer dizer que não devemos estar
demasiadamente preocupados com o futuro, irias pedir o que rios é necessário
rio momento. § 6o - Da quinta petição do Padre-Nosso 309) Que pedimos na quinta
petição: Perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos
devedores? Na quinta petição: perdoai-nos as nossas dívidas, assim como nós
perdoamos aos nossos devedores, pedimos a Deus que nos perdoe os nossos
pecados, corno nós perdoamos aos que nos ofendem. 310) Por que nossos pecados
são chamados de dívidas? Nossos pecados são chamados de dívidas porque por
causa deles devemos satisfazer a divina justiça, seja nesta vida, seja na
outra. 311) Os que não perdoam ao próximo, podem esperar que Deus lhes perdoe?
Os que não perdoam tio próximo não têm razão alguma para esperar que Deus lhes
perdoe, tanto mais que se condenam por si mesmos, dizendo ti Deus que lhes
perdoe, como eles perdoam ao próximo. § 7o - Da sexta petição do Padre-Nosso
312) Que pedimos na sexta petição: e não nos deixeis cair em tentação? Na sexta
petição: e não nosdeixeis cair em tentação, pedimosa Deus que nos livre das
tentações, ou não permitindo que sejamos serrados, ou dando-nos graças para não
serinos vencidos. 313) Que são as tentações? As tentações são um incitamento ao
pecado que nos vem do demônio, ou das pessoas más ou das nossas paixões. 314) É
pecado ter tentações? Não é pecado ter tentações, mas é pecado consentir nelas,
ou expor-se voluntariamente ao perigo de consentir. Catecismo de São Pio X 59
315) Por que permite Deus que sejamos tentados? Deus permite que sejamos
tentados, para provar a nossa fidelidade, para fortalecer as nossas virtudes e
para aumentar os nossos merecimentos. 316) Que devemos fazer para evitar as
tentações? Para evitar as tentações devemos fugir das ocasiões perigosas,
guardar os sentidos, receber com freqüência a os santos sacramentos, fazer uso
da oração, especialmente da devoção a Maria Santíssima, Senhora Nossa. § 8o - Da
sétima petição do Padre-Nosso 317) Que pedimos na sétima petição: mas
livrai-nos do mal? Na sétima petição: mas livrai-nos do mal, pedimos a Deus que
nos livre dos males passados, presentes, futuros, e especialmente do sumo mal,
que é o pecado, da condena- ção eterna, que é o seu castigo. 318) Por que
dizemos: livrai-nos do mal, e não: dos males? Dizemos: livrai-nos do mal, e
não: dos males, por que não devemos desejar ser isentos de todos os males desta
vida, mas só daqueles que são nocivos à nossa alma, e por isso pedimos a
libertação do mal em geral, isto é, de tudo aquilo que Deus vê que para nós é
mal. 319) Não é lícito pedir a Deus que nos livre de algum mal em particular,
por exemplo, de uma doença? Sim. é lícito pedir a libertação de algum mal em particular,
mas sempre entregando-nos à vontade de Deus, que pode no entanto, ordenar
aquela tribulação para proveito da nossa alma. 320) Para que nos servem as
tribulações que Deus nos manda? As tribulações que Deus nos envia nos são úteis
para fazermos penitência das nossas culpas, para provar nossas virtudes, e
sobretudo para levar-nos à imitação de Jesus Cristo, nossa cabeça, ao qual é
justo que nos conformemos nos sofrimentos, se quisermos ter parte na sua
glória. 321) Que quer dizer Amém no fim do Padre-Nosso? Amém quer dizer: assim
seja, assim desejo. assim peço ao Senhor e assim espero. 322) Para se
alcançarem as graças pedidas no Padre-Nosso basta rezá-lo de qualquer maneira?
Catecismo de São Pio X 60 Para se alcançarem as graças pedidas no Padre-Nosso é
necessário rezá-lo sem precipitação, com atenção e acompanhá-lo com o coração.
323) Quando devemos rezar o Padre-Nosso? Devemos rezar o Padre-Nosso todos os
dias, por que todos os dias temos necessidade do auxílio de Deus. CAPÍTULO III
Da Ave-Maria No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado da parte de Deus para uma
cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem, prometida em casamento a um
homem, chamado José, da casa de Davi. O nome da virgem era Maria. Entrando onde
ela estava, o anjo lhe disse: Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!
Ao ouvir as palavras, ela se perturbou e refletia no que poderia significar a
saudação. Mas o anjo lhe falou: Não tenhas medo, Maria, porque encontraste
graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho e lhe porás o
nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo. O Senhor Deus
lhe dará o trono de Davi, seu pai. Ele reinará na casa de Jacó pelos séculos e
seu reino não terá fim . Maria perguntou ao anjo: Como acontecerá isso, pois
não conheço homem? Em resposta o anjo lhe disse: O Espírito Santo virá sobre ti
e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra; é por isso que o menino santo
que vai nascer será chamado Filho de Deus. Até Isabel, tua parenta, concebeu um
filho em sua velhice, e este é o sexto mês daquela que era considerada estéril,
porque para Deus nada é impossível . Disse então Maria: Eis aqui a serva do
Senhor. Aconteça comigo segundo tua palavra! E dela seafastou o anjo. Naqueles
dias, Maria se pôs a caminho e foi apressadamente às montanhas para uma cidade
de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Aconteceu que, mal Isabel
ouviu a saudação de Maria, a crian- ça saltou em seu ventre; e Isabel, cheia do
Espírito Santo , exclamou em voz alta: Bendita és tu entre as mulheres e
bendito é o fruto do teu ventre! Donde me vem a honra que a mãe do meu Senhor
venha a mim? Pois quando soou em meus ouvidos a voz de tua saudação, a criança
saltou de alegria em meu ventre. Feliz é aquela que teve fé no cumprimento do que
lhefoi dito da partedo Senhor . Luc 1, 26-45 Catecismo de São Pio X 61 324) Que
oração costumamos rezar depois do Padre-Nosso? Depois do Padre-Nosso rezamos a
saudação angélica, isto é, a Ave-Maria, por meio da qual recorremos à
Santíssima Virgem. 325) Por que é a Ave-Maria chamada saudação angélica?
Chama-se a Ave-Maria saudação angélica, porque principia com a saudação que
dirigiu à Virgem Maria o Arcanjo São Gabriel. 326) De quem são as palavras da
Ave-Maria? Aspalavras da Ave-Maria são, em parte do Arcanjo São Gabriel, em
parte deSanta Isabel e em parte da Igreja. 327) Quais são as palavras do
Arcanjo São Gabriel? As palavras do Arcanjo São Gabriel são: Ave, cheia de
graça; o Senhor é convosco, bendiga sois vós entre as mulheres . 328) Quando
disse o Anjo a Maria estas palavras? O Anjo disse a Maria estas palavras quando
Lhe foi anunciar da parte de Deus o mistério da Encarnação, que nEla devia
operar-se. 329) Que temos em vista ao saudarmos a Santíssima Virgem com as
mesmas palavras do Arcanjo? Ao saudarmos a Santíssima Virgem com as mesmas
palavras do Arcanjo, nós nos congratulamos com Ela, lembrando os dons e
singulares privilégios corri que Deus a favoreceu de preferência a todas as
outras criaturas. 330) Quais são as palavras de Santa Isabel? As palavras de
Santa Isabel são: Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do
vosso ventre . 331) Quando disse Santa Isabel estas palavras? Santa Isabel
disse estas palavras, inspirada por Deus, quando, três meses tirites de nascer
seu filho João Batista, foi visitada pela Santíssima Virgem, que já trazia no
seio o seu Divino Filho Jesus. 332) Que fazemos ao dizer estas palavras? Ao
dizer estas palavras de Santa Isabel, congratulamo-nos com Maria Santíssima
pela sua excelsa dignidade de Mãe de Deus, bendizemos a Deus e darnos-Lhe
graças por nos ter dado Jesus Cristo por meio de Maria. 333) De quem são as
demais palavras da Ave-Maria? Todas as demais palavras da Ave-Maria foram
acrescentadas pela Igreja. Catecismo de São Pio X 62 334) Que pedimos com as
últimas palavras da Ave-Maria? Coni as ultimas palavras da Ave-Maria pedimos o
proteção tia Santíssima Virgem no decurso desta vida e especialmente na hora da
nossa morte, no qual pios será mais necessária. 335) Por que depois do
Padre-Nosso, dizemos antes a Ave-Maria do que outra qualquer oração? Porque a
Santíssima Virgem é a Advogada mais poderosa junto de Jesus Cristo: por isso,
depois de termos rezado a oração que Jesus Cristo nos ensinou, pedimos à
Santíssima Virgem que nos alcance as graças que imploramos. 336) Por que motivo
é tão poderosa a Santíssima Virgem? A Santíssima Virgem é tão poderosa, porque
é Mãe de Deus, e é impossível que não seja atendida por Ele. 337) Que nos
ensinam os Santos a respeito da devoção à Virgem Maria? A respeito da devoção a
Maria, osSantos nos ensinam que os seus verdadeiros devotos são por Ela amados
e protegidos com amor de Mãe muito terna, e por meio dEla têm a certeza de
encontrar a Jesus Cristo, e de alcançar o Paraíso, 338) Qual é a devoção à
Virgem Maria, que a Igreja nos recomenda de modo especial? A devoção que a
Igreja nos recomenda de modo especial em honra da Santíssima Virgem é a reza do
santo Rosário. CAPÍTULO IV Da invocação dos Santos Então os amalecitas vieram
combater contra os israelitas em Rafidim. Moisés disse a Josué: Escolhe alguns
homens e sai para combater contra os amalecitas. Amanhã estarei de pé no alto
da colina com a vara de Deus na mão . Josué fez o que Moisés lhe tinha mandado,
e atacou os amalecitas, enquanto Moisés, Aarão e Hur subiram ao topo da colina.
Enquanto mantinha a mão levantada, Israel vencia; quando abaixava a mão, vencia
Amalec. Como as mãos de Moisés se tornassem pesadas, pegaram uma pedra e a
colocaram debaixo dele para sentar. Aarão e Hur, um de cada lado,
sustentavam-lhe asmãos. Assim asmãos ficaram firmes até o pôr-do-sol, e Josué
derrotou Amalec e sua gente a fio de espada. O Senhor disse a Moisés: Escreve
isto para recordação num livro e comunica a Josué que eu apagarei a lembrança
de Amalec debaixo do céu . Moisés construiu um altar e deu-lhe o nome o Senhor
é meu estandarte , dizendo: Levantou a mão contra o trono do Senhor, por isso o
Senhor estará em guerra contra Amalec, Catecismo de São Pio X 63 degeração em
geração . Ex 17, 8-15 Quando o Senhor acabou de dirigir a Jó estaspalavras,
disse a Elifaz de Temã: Estou indignado contra ti e teus dois companheiros,
porque não falastes corretamente de mim, como o fez meu servo Jó. Tomai, pois,
sete novilhos e sete carneiros e dirigi-vos ao meu servo Jó. Oferecei-os em
holocausto em vosso favor, enquanto meu servo Jó intercederá por vós. Em
atenção a ele, não vos tratarei como merece vossa temeridade, por não
terdesfalado corretamente demim, como o fez meu servo Jó . Elifaz de Temã,
Baldad de Suás e Sofar de Naamat fizeram o que o Senhor lhes ordenara, e ele
atendeu à oração de Jó. O Senhor mudou a sorte de Jó, porque intercedia por
seus companheiros, e duplicou todas as suas posses. Vieram visitá-lo seus
irmãos e suas irmãs e os antigos conhecidos e jantaram com ele em sua casa,
consolaram-no e confortaram-no pela desgraça que o Senhor lhe tinha enviado;
cada um lhe ofereceu uma soma de dinheiro e um anel de ouro. O Senhor abençoou
a Jó pelo fim de sua vida mais do que no princípio; possuía agora quatorze mil
ovelhas, seismil camelos, mil juntasde boise mil jumentas. Teve sete filhos e
três filhas: a primeira chamava-se Rola; a segunda, Cássia; a terceira,
Azeviche. Não havia em todo o país mulheres mais belas que as filhas do Jó. Seu
pai lhes repartiu heranças como a seus irmãos. Depois destes acontecimentos Jó
viveu cento e quarenta anos e viu seus filhos, netosebisnetos. E Jó morreu
velho echeio dedias . Jó 8, 7-17 339) É coisa boa e útil recorrer à intercessão
dos Santos? É coisa utilíssima invocar osSantos, e todo o Cristão o deve fazer.
Devemos invocar particularmente nossos Anjos da Guarda, São José, protetor da
Igreja, os Santos Apóstolos, o Santo do nosso nome e os Santos protetores da
diocese e da paróquia. 340) Que diferença há entre as orações que fazemos a
Deus e as que fazemos aos Santos? Entre as orações que fazemos a Deus e as que
fazemos aosSantos, há esta diferen- ça: que a Deus, invocamo-Lo a fim de que,
como autor das graças, nos dê os bens e nos livre dos males, e aos Santos,
invocamo-los para que, como advogados junto de Deus, intercedam por nós. 341)
Que queremos dizer, quando dizemos que um Santo concedeu uma graça? Quando
dizemos que um Santo concedeu uma graça, queremos dizer que esse Santo obteve
de Deus aquela graça. Catecismo de São Pio X 64 Terceira Parte Dos Mandamentos
da Lei de Deus e da Igreja CAPÍTULO I Dos Mandamentos da Lei de Deus em geral A
lei do Senhor, que é imaculada, converte as almas; o testemunho do Senhor é
fiel, dá sabedoria aos pequeninos. Lex Domini inmaculata convertensanimas
testimonium Domini fidele sapientiam praestans parvulis. As justiçasdo Senhor
são retas, alegram os cora- ções; o preceito do Senhor é claro, esclarece os
olhos. Iustitiae Domini rectae laetificantes corda praeceptum Domini lucidum
inluminans oculos. O temor do Senhor é santo, permanece pelos sé- culos dos
séculos; os juízos do Senhor são verdadeiros, cheios de justiça em si mesmos.
Timor Domini sanctus permanens in saeculum saeculi iudicia Domini vera
iustificata in semet ipsa . São mais para desejar do que o muito ouro e as
muitas pedras preciosas; e são mais doces que o mel e o favo. Desiderabilia
super aurum et lapidem pretiosum multum et dulciora super mel et favum . Por
isso o teu servo os guarda, e em os guardar há grande recompensa . Etenim
servus tuus custodit ea in custodiendis illisretributio multa . Salmo 18, 8-12
Bem -av ent urados os que se conser v am sem m ácula no cam inho, os que andam
na lei do Senhor . Beati inmaculati in via Qui ambulant in lege Domini. Salmo
118, 1 De t odo o m eu coração t e busquei; não m e deixes transviar dos teus
mandamentos. In toto corde meo exquisivi te non repellas me a mandatistuis.
Escondi no meu coração as tuas palavras, para não pecar contra ti . In corde
meo abscondi elo quia tua ut non peccem tibi. Bendito és, Senhor; ensina-me as
tuas justas leis . Benedictus es Domine doce me iustificationes tuas. Salmo
118, 10-12 Catecismo de São Pio X 65 Deleitei-me no caminho das tuas ordens,
tanto como em todas as riquezas. In via testimoniorum tuorum delectatus sum
sicut in omnibus divitiis Nos teus mandamentos me exercitarei, e considerarei
os teus caminhos. In mandatis tuis exercebor et considerabo vias tuas Nas tuas
ordens meditarei; não me esquecerei das tuas palavras. In iustificationibus
tuis meditabor non obliviscar sermones tuos Concede esta graça ao teu servo,
dá-me vida, e eu guardarei as tuas palavras. Retribue servo tuo vivifica me et
custodiam sermones tuos Tira o véu dosmeusolhos, e considerarei asmaravilhasda
tua lei . Revela oculos meos et considerabo mirabilia de legetua Salmo 118,
14-18 M in h a alm a desejou an siosa em t odo o t em po as t u as ju st as lei
s. Con cu pi v it an i m a m ea desider ar e iu st if i cat iones tuas in omni
tempore Salmo 118, 20 Dá-me inteligência, e estudarei a tua lei, e a guardarei
detodo o meu coração . Da mihi intellectum et scrutabor legem tuam et custodiam
illam in toto corde meo. Guia-me pela senda de teus mandamentos, porque essa
mesma desejei. Deduc me in semita mandatorum tuorum quia ipsam volui. Inclina o
meu coração para os teus preceitos, e não para a avareza. Inclina cor meum in
testimonia tua et non in avaritiam Desvia osmeusolhos, para que não vejam a
vaidade; faze que eu viva segundo o teu caminho . Averte oculosmeos ne videant
vanitatem in via tua vivifica me. Salmo 118, 34-37 Meditarei nos teus
mandamentos, que eu amo. Et meditabar in mandatis tuis quae dilexi. Levantarei
as minhas mãos para os teus mandamentos, que eu amo, e exercitar-me-ei nas tuas
ordens . Et levavi manus meas ad mandata quae dilexi et exercebar in
iustificationibustuis. Salmo 118, 47-48 342) De que trata a terceira parte da
Doutrina Cristã? A terceira parte da Doutrina Cristã traiu dos Mandamentos da
Lei de Deus e da Igreja. 343) Quantos são os Mandamentos da Lei de Deus? Os
Mandamentos da Lei de Deus são dez: 1 o Amar a Deus sobre todas as coisas.
Catecismo de São Pio X 66 2 o Não tomar seu Santo Nome em vão. 3 o Guardar
domingos e festas. 4 o Honrar pai e mãe. 5 o Não matar. 6 o Não pecar contra a
castidade. 7 o Não furtar. 8 o Não levantar falso testemunho. 9 o Não desejar a
mulher do próximo. 10º Não cobiçar as coisas alheias. 344) Por que têm esse
nome os Mandamentos da Lei de Deus? Os Mandamentos da Lei de Deus têm esse nome
porque foi o próprio Deus que os gravou ria alma de todo o homem, os promulgou
no monteSinai, na antiga Lei, esculpidos em duas tábuas de pedra, e Jesus
Cristo os confirmou na Lei nova. 345) Quais são os Mandamentos da primeira
tábua? Os Mandamentos da primeira tábua são os três primeiros, que se referem
diretamente a Deus, e aos deveres que temos para com Ele. 346) Quais são os
Mandamentos da segunda tábua? Os Mandamentos da segunda tábua são os últimos
sete, que se referem ao próximo e aos deveres que temos para com ele. 347)
Somos obrigados a observar os Mandamentos? Sim, todos somos obrigados a
observar os Mandamentos, porque todos devemos viver segundo a vontade de Deus
que nos criou; e basta transgredir gravemente um só deles para merecermos o
Inferno. 348) Podemos observar os Mandamentos? Podemos, sem dúvida, observar os
Mandamentos da Lei de Deus, porque Deus não nosmanda nenhuma coisa impossível,
e dá a graça para os observar a quem ti pede devidamente. 349) Que se deve
considerar em cada Mandamento? Em cada Mandamento deve-se considerar a parte
positiva e a parte negativa; isto é, o que nos é ordenado e o que nos é
proibido. Catecismo de São Pio X 67 CAPÍTULO II Dos Mandamentos que se referem
a Deus Uma vez mais vos digo que ninguém me tenha por insensato ; ou então
tomai-me por insensato, para que também eu possa sentir um pouco de orgulho. O
que vou dizer na certeza de poder orgulhar-me, não o digo sob inspiração do
Senhor mas como num acesso de delírio. Visto que muitos se orgulham das coisas
humanas, também eu vou orgulhar-me. Vós, que sois sensatos, suportais de boa
vontade os insensatos. Sim, suportais quem vos escraviza, quem vos devora, quem
vos explora, quem vos trata com orgulho, quem vos bate no rosto. Neste ponto,
sinto vergonha de dizer, parece que fomos fracos. Quanto às pretensões que
qualquer outro possa ter falo como louco também eu as tenho. São hebreus?
Também sou. São israelitas? Também sou. São da descendência deAbraão? Também
sou. São ministros de Cristo? Falando como louco, eu sou mais ainda. Muito mais
pelos trabalhos, muito mais pelas prisões, pelos açoites sem conta. Muitas
vezes vi a morte de perto. Cinco vezes recebi dos judeus os quarenta açoites
menos um. Três vezes fui flagelado com varas. Uma vez, apedrejado. Três vezes
naufraguei, uma noite e um dia passei no alto-mar. Viagens sem conta, exposto a
perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos da parte de concidadãos,
perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos nos lugares
desabitados, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos! Trabalhos e fadigas,
muitas noites sem dormir, com fome e sede, freqüentes jejuns, frio e nudez!
Além de outras coisas, o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação por
todas as igrejas! Quem está fraco, sem que eu sinta com ele? Quem é seduzido ao
pecado, sem que eu fique indignado? Se é preciso contar vantagens, contarei
vantagens da minha fraqueza. O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que é
bendito pelos séculos, sabe que não minto. Em Damasco, o governador do rei
Aretas pôs guarda na cidade dos damascenos, para me prender , mas através de
uma janela, fui descido numa cesta pelo muro, e escapei dassuasmãos . II Cor
11, 16-33 § 1o - Do primeiro Mandamento da Lei de Deus 350) Por que disse o
Senhor antes de ditar os Mandamentos: Eu sou o Senhor teu Deus ? Antes de
promulgar os seus Mandamentos, Deus disse: Eu sou o Senhor teu Deus , para que
saibamos que Deus, sendo o nosso Criador e Senhor, pode mandar o que quiser, e
nós, criaturas suas, somos obrigados a obedecer-Lhe. Catecismo de São Pio X 68
351) Que nos ordena Deus com as palavras do primeiro Mandamento: amar a Deus
sobre todas as coisas? Com as palavras do primeiro Mandamento: amar a Deus
sobre todas as coisas, Deus nosordena que o reconheçamos, adoremos, amemos e
sirvamos a Ele só, como nosso Soberano Senhor. 352) Como se cumpre o primeiro
Mandamento? Cumpre-se o primeiro Mandamento com o exercício do culto interno e
externo. 353) Que é o culto interno? O culto interno é a honra que se presta a
Deus só com as faculdadesda alma isto é, com a inteligência e com a vontade.
354) Que é o culto externo? O culto externo é a homenagem que se presta a Deus
por meio de atosexteriores e de objetos sensíveis. 355) Não basta adorar a Deus
interiormente, só com o coração? Não basta adorar a Deus interiormente, só com
o coração, mas é necessário adorá- Lo também exteriormente, com a alma e com o
corpo juntamente, porque Ele é Criador e Senhor absoluto de uma e de outro.
356) Poderá haver culto externo sem o interno? Não pode de forma alguma haver
culto externo sem o interno, porque aquele, desacompanhado deste, fica privado
de vida, de merecimento e de eficácia, como corpo sem alma. 357) Que nos proíbe
o primeiro Mandamento? O primeiro Mandamento proíbe-nos a idolatria, a
superstição, o sacrilégio, a heresia, e todo e qualquer outro pecado contra a
religião. 358) Que é a idolatria? Chama-se idolatria o prestar a alguma
criatura, por exemplo a uma estátua, a uma imagem, a um homem, o culto supremo
de adoração, devido só a Deus. 359) Como está expressa na Sagrada Escritura
esta proibição? Na Sagrada Escritura está expressa esta proibição com as
palavras: Não farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma de tudo o
que há em cima, no céu, e do que há embaixo, na terra. E não adorarás tais
coisas, nem lhes darás culto. Catecismo de São Pio X 69 360) Proíbem estas
palavras toda a espécie de imagens? Não, por certo. Mas só as das falsas
divindades, feitas com intuito de adoração, como faziam os idólatras. E tanto
isto é verdade, que o próprio Deusdeu ordem a Moisés para fazer algumas, como
as duas estátuas de querubins que estavam sobre a arca, e a serpente de bronze
no deserto. 361) Que é a superstição? Chama-se superstição toda e qualquer
devoção contrária à doutrina e ao uso da Igreja, bem como o atribuir a urna
ação ou alguma coisa uma virtude sobrenatural que ela não tem. 362) Que é o
sacrilégio? O sacrilégio é a profanação de um lugar, de uma pessoa ou de uma
coisa consagrada a Deus ou destinada ao seu culto. 363) Que é a heresia? A
heresia é um erro culpável de inteligência, pelo qual se nega com pertinácia
alguma verdade de fé. 364) Que mais coisas proíbe o primeiro Mandamento? O
primeiro Mandamento proíbe também todo o comércio ou trato com o demô- nio, e o
filiar-se às seitas anticristãs. 365) Quem recorresse ao demônio e o invocasse,
cometeria pecado grave? Quem recorresse ao demônio e o invocasse, cometeria um
pecado enorme, porque o demônio é o mais perverso inimigo de Deus e do homem.
366) É lícito interrogar as mesas chamadas falantes ou escreventes, ou
consultar de algum modo as almas dos mortos, por meio de espiritismo? Todas as
práticas do espiritismo são proibidas, porque são supersticiosas, e muitas
vezes não estão isentas de intervenção diabólica, e por isso foram justamente
interditas pela Igreja. 367) O primeiro Mandamento proíbe acaso honrar e
invocar os Anjos e os Santos? Não. Não é proibido honrar e invocar osAnjose
osSantos, e até o devemos fazer, porque é coisa boa e útil, e altamente
recomendada pela Igreja, já que eles são amigos de Deus e nossos intercessores
junto dEle. 368) Sendo Jesus Cristo o nosso único mediador junto de Deus, por
que recorremos também à intercessão da Santíssima Virgem e dos Santos?
JesusCristo é o nosso mediador junto de Deus, enquanto, sendo verdadeiro Deuse
verdadeiro Homem, só Ele, em virtude dos próprios merecimentos, nos reconciliou
com Deuse dEle nosobtém todasasgraças. Mas, a Santíssima Virgem e osSantos, em
virtude Catecismo de São Pio X 70 dos merecimentos de Jesus Cristo, e pela
caridade que os une a Deus e a nós, auxiliam- nos com a sua intercessão a
alcançar asgraçasque pedimos. E este é um dosgrandesbens da comunhão dos
Santos. 369) Podemos honrar também as sagradas imagens de Jesus Cristo e dos
Santos? Sim, porque a honra que se tributa às sagradas imagens de Jesus Cristo
e dosSantos, refere-se às suas mesmas pessoas. 370) E as relíquias dos Santos,
podem honrar-se? Sim, também as relíquias dos Santos podem e devem honrar-se
porque os seus corpos foram membros vivos de Jesus Cristo e templos do Espírito
Santo, e devem ressurgir gloriosos para a vida eterna. 371) Que diferença há
entre o culto que prestamos a Deus, e o culto que prestamos aos Santos? Entre o
culto que prestamos a Deus e o culto que prestamos aosSantos há esta diferença:
que a Deus adoramo-Lo pela sua infinita excelência, ao passo que aosSantosnão
os adoramos, mas só os honramos e veneramos como amigosde Deus e nossos
intercessores junto dEle. O culto que prestamosa Deus chama-se latria, isto é,
de adoração, e o culto que prestamos aos Santos chama-se dulia, isto é, de
veneração aos servos de Deus; enfim o culto especial que prestamos a Maria
Santíssima chama-se hiperdulia, isto é, de essencialíssima veneração, como Mãe
de Deus. § 2o - Do segundo Mandamento da Lei de Deus Certo homem, chamado
Ananias, decomum acordo com sua mulher Safira, vendeu uma propriedade. Com a
cumplicidade da mulher, reteve uma parte do preço e foi depositar o resto aos
pés dos apóstolos. Pedro, porém, disse: Ananias, por queSatanásseapoderou deteu
coração para enganar o Espírito Santo, retendo uma parte do preço do terreno?
Por acaso não podias conservá-lo, sem o vender? E depois de vendido, não podias
dispor livremente da quantia? Então, por que resolveste fazer isso? Não foi
aoshomensquementiste, masa Deus . Ao ouvir estaspalavras, Ananias caiu morto.
Grande medo tomou conta de todos os que souberam disso. Alguns jovens se
levantaram, envolveram o corpo num lençol e o retiraram dali para sepultar.
Passadas umas três horas, entrou também a mulher, sem saber o que havia
acontecido. Pedro perguntou-lhe: Dize-me: foi por tanto que vendesteso terreno?
Ela respondeu: Sim, foi por essepreço . Então Pedro disse: Por que
combinastestentar o Espírito do Senhor? Olha, já estão Catecismo de São Pio X
71 entrando pela porta aqueles que sepultaram o teu marido. Eles vão levar também
a ti . Ela imediatamente caiu aos pés de Pedro e morreu. Quando os jovens
entraram, encontraram a mulher morta e a levaram para sepultar ao lado do
marido. Grande medo se apoderou de toda a Igreja e de todosqueouviram
taiscoisas . Atos 5, 1-11 372) Que nos proíbe o segundo Mandamento: não tomar
seu Santo Nome em vão? O segundo Mandamento: não tomar seu Santo Nome em vão,
proíbe-nos: 1 o pronunciar o nome de Deus sem respeito; 2 o blasfemar contra
Deus, contra a Santíssima Virgem ou contra os Santos; 3 o fazer juramentos
falsos ou não necessários, ou proibidos desta ou daquela maneira. 373) Que quer
dizer pronunciar o Nome de Deus sem respeito? Pronunciar o Nome de Deus sem
respeito quer dizer: pronunciar este Santo Nome, e tudo o que se refere em modo
especial ao próprio Deus como o Nome de Jesus Cristo, de Maria e dos Santos com
ira, por escárnio, ou de outro modo pouco reverente. 374) Que é a blasfêmia? A
blasfêmia é um pecado horrível que consiste em palavras ou atos de desprezo ou
maldição contra Deus, contra a Virgem, contra os Santos, ou contra as coisas
santas. 375) Há diferença entre a blasfêmia e a imprecação ou praga? Há
diferença, porque com a blasfêmia se amaldiçoa ou se deseja mal a Deus, a Nossa
Senhora, aosSantos; ao passo que, com a imprecação ou praga, se amaldiçoa ou se
deseja mal a si mesmo ou ao próximo. 376) Que é jurar? Jurar é tomar a Deus em
testemunho da verdade do que se afirma ou se promete. 377) É sempre proibido
jurar? Não é sempre proibido o juramento, mas é lícito e até honroso para Deus,
quando há necessidade, e se jura com verdade, discernimento e justiça. 378)
Quando não se jura com verdade? Quando se afirma com juramento o que se sabe ou
se julga ser falso, e quando com juramento se promete o que não se tem a
intenção de cumprir. 379) Quando não se jura com discernimento? Quando se jura
sem prudência e sem madura ponderação, ou por coisas de pequena importância.
Catecismo de São Pio X 72 380) Quando não se jura com justiça? Quando se jura
fazer uma coisa que não é justa ou permitida, como jurar vingar- se, roubar e
outras coisas parecidas. 381) Somos obrigados a cumprir o juramento de fazer
coisas injustas ou proibidas? Não só não somos obrigados, mas pecaríamos
fazendo-as, porque são proibidas pela lei de Deus ou da Igreja. 382) Quem jura
falso, que pecado comete? Quem jura falso comete pecado mortal, porque desonra
gravemente a Deus, verdade infinita, chamando-O em testemunho do que é falso.
383) Que nos ordena o segundo Mandamento? O segundo Mandamento ordena-nos que
honremos o Santo Nome de Deus, e que cumpramos, além dos juramentos, também os
votos. 384) Que é um voto? Um voto é uma promessa feita a Deus de uma coisa
boa, para nós possível, e melhor que a coisa contrária, a que nós nos
obrigamos, como se nos fosse preceituada. 385) Se a observância do voto se nos
tornasse no todo ou em parte muito difícil, que haveria a fazer? Podia-se pedir
a comutação ou a dispensa ao Bispo próprio, ou ao Sumo Pontífice, conforme a
qualidade do voto. 386) É pecado transgredir os votos? O transgredir os votos é
pecado, e por isso não devemos fazer votos sem madura reflexão, e
ordinariamente sem o conselho do confessor, ou de outra pessoa prudente, para
não nos expormos ao perigo de pecar. 387) Podem fazer-se votos a Nossa Senhora
e aos Santos? Os votos fazem-se só a Deus; pode-se, porém, prometer a Deus
fazer alguma coisa em honra de Nossa Senhora ou dos Santos. § 3o - Do terceiro
Mandamento da Lei de Deus No primeiro dia da semana , de manhã muito cedo, as
mulheres vieram ao túmulo trazer os perfumes que tinham preparado. Encontraram
a pedra do túmulo removida e, entrando, não acharam o corpo do Catecismo de São
Pio X 73 Senhor Jesus. Ficaram sem saber o que fazer. Nisso, doishomens
vestidos de roupas brilhantes apareceram diante delas. Como ficassem
aterrorizadas e baixassem os olhos para o chão, eles disseram: Por que
procurais entre os mortos quem está vivo? Ele não está aqui mas ressuscitou!
Lembrai-vos do que vos falou, quando estava ainda na Galiléia: O Filho do homem
deveria ser entregue ao poder de pecadores e ser crucificado mas ressuscitaria
ao terceiro dia . Então elas se lembraram das palavras de Jesus . Luc 24, 1-8
No primeiro dia da semana, estávamos reunidos para partir o pão. Paulo, que ia
viajar no dia seguinte, conversava com os discípulos e prolongou a conversa até
meia-noite. Havia muitas lâmpadas na sala onde estávamos reunidos. Um jovem,
chamado Êutico, que estava sentado no parapeito de uma janela, adormeceu
profundamente enquanto Paulo continuava a falar. Vencido pelo sono, caiu do
terceiro andar, e o levantaram morto. Paulo desceu, debruçou-se sobre ele e,
abraçando-o, disse: Não vos perturbeis. Ele está vivo . Depois subiu, partiu o
pão, comeu e prosseguiu a pregação até ao amanhecer. Então partiu. Quanto ao
rapaz, levaram-no vivo, com grandeconsolo detodos . Atos 20, 7-12 388) Que nos
ordena o terceiro Mandamento: guardar domingos e festas? O terceiro Mandamento:
guardar domingos e festas, ordena-nos que honremos a Deus com obras de culto
nos dias de festa. 389) Quais são os dias de f esta? Na Antiga Lei, eram os
sábados e outros dias particularmente solenes para o povo judeu; na Lei Nova,
são os domingos e outras festividades estabelecidas pela Igreja. 390) Por que
na Lei Nova se guarda o domingo e não o sábado? O domingo, que significa dia do
Senhor, substituiu o sábado, porque foi em dia de domingo que Nosso Senhor
Jesus Cristo ressuscitou. 391) Que obra de culto nos é preceituada nos dias de
festa? É-nos preceituado assistir devotamente ao Santo Sacrifício da Missa.
392) Com que outras obras costuma um bom cristão santificar as festas? Um bom
cristão santifica as festas: 1 o assistindo à doutrina cristã, às pregações e
aos ofícios divinos; Catecismo de São Pio X 74 2 o recebendo com freqüência,
com as devidas disposições, os Sacramentos da Penitência e da Eucaristia; 3 o
dando-se à oração e às obras de caridade cristã para com o próximo. 393) Que
nos proíbe o terceiro Mandamento? O terceiro Mandamento proíbe-nos os trabalhos
servis, e qualquer obra que nos impeça o culto de Deus. 394) Quais são os
trabalhos servis proibidos nos dias santos? Os trabalhos servis proibidos nos
dias santos são os trabalhos chamados manuais, isto é, aqueles
trabalhosmateriaisem que tem parte maiso corpo do que o espírito, como os que
ordinariamente são próprios dos servidores, dos operários e dos artífices. 395)
Que pecado se comete trabalhando em dia santo? Trabalhando em dia santo,
comete-se pecado mortal; não obstante não há culpa grave se o trabalho dura
pouco tempo. 396) Não há nenhum trabalho servil que seja permiti do nos dias
santos? Nos dias santos são permitidos aqueles trabalhos que são necessários à
vida, ou ao serviço de Deus, e os que se fazem por uma causa grave, pedindo
licença, se for possível, ao próprio pároco. 397) Por que nos dias santos são
proibidos os trabalhos servis? São proibidos nos dias santos os trabalhos
servis, a fim de que possamos melhor dedicar-nos ao culto divino e à salvação
da nossa alma, e para repousar das nossas fadigas. Por isso não é proibido
entregar-se a divertimentos honestos. 398) Que mais devemos evitar de modo
especial nos dias santos? Nos dias santos devemos evitar principalmente o
pecado e tudo o que possa induzir-nos a ele, como são os bailes e outras
diversões e reuniões perigosas. Catecismo de São Pio X 75 CAPÍTULO III Dos
Mandamentos que se referem ao próximo § 1o - Do quarto Mandamento da Lei de
Deus Honra teu pai e tua mãe, como o Senhor teu Deus te mandou, para que vivas
longos anos e sejas feliz na terra que o Senhor teu Deus te dá . Deut 5, 16 Meu
filho, escuta a advertência de teu pai, e não rejeites o ensino de tua mãe,
pois serão diadema para tua cabeça e um colar para teu pescoço . Prov 1, 8-9
Pois o Senhor glorifica o pai em seus filhos e consolida a autoridade da mãe
sobre a prole. Quem honra o pai, expia os pecados; quem glorifica a mãe, é como
se acumulasse tesouros. Quem honra o pai será alegrado pelos filhos e, no dia
em que orar, será atendido. Quem glorifica o pai terá vida longa, e quem
obedece ao Senhor proporcionará repouso à sua mãe. Quem teme o Senhor honrará
seu pai e, como a senhores, servirá seus genitores. Com obras e palavras honra
teu pai, para que venha sobre ti a sua bênção. A bênção do pai consolida a casa
dos filhos; a maldição da mãe lhes destrói os alicerces. Não te glories da
desonra de teu pai, pois a desonra do pai não é uma glória para ti. A glória do
homem vem da honra de seu pai, e é uma desonra para os filhos a mãe desprezada.
Filho, ampara teu pai na velhice, e não lhe causes desgosto enquanto vive. Ainda
que perca a razão, sê tolerante e não o desprezes, tu, que estás em teu pleno
vigor. Não será esquecida a compaixão para com teu pai e, em lugar dos pecados,
terás os méritos aumentados. No dia da aflição, o Senhor lembrar-se-á de ti; e
teus pecados desaparecerão, como o gelo ao calor do dia. Catecismo de São Pio X
76 Quem abandona o pai é como blasfemador; e é maldito do Senhor quem irrita
sua mãe. Eclo 3, 2-13. Quem amaldiçoa o pai e a mãe verá sua lâmpada apagar-se
nas trevas . Prov 20, 20 Maldito, quem desprezar o pai ou a mãe! E todo o povo
dirá: Amém! Deut 27, 16 Quando o viram, ficaram admirados e sua mãe lhe disse:
Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu, aflitos, te
procurávamos . Ele respondeu-lhes : Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu
devia estar na casa do meu Pai? Eles não entenderam o que lhes dizia. Depois
desceu com eles e foi para Nazaré, e lhes era submisso. Sua mãe conservava a
lembrança de tudo isso no coração. Jesus crescia em sabedoria, idadeegraça
diantedeDeusedaspessoas . Luc 2, 48-52 399) Que nos ordena o quarto Mandamento:
honrar pai e mãe? O quarto Mandamento: honrar pai e mãe, ordena-nos respeitar o
pai e a mãe, obedecer-lhes em tudo o que não é pecado, e auxiliá-los em suas
necessidades espirituais e temporais. 400) Que nos proíbe o quarto Mandamento?
O quarto Mandamento proíbe-nos ofender os nossos pais com palavras, obras, ou
de qualquer outra maneira. 401) Debaixo do nome de pai e de mãe, que mais
pessoas compreende este Mandamento? Debaixo do nome de pai e de mãe, este
Mandamento também compreende todos os legítimos superiores tanto eclesiásticos
como seculares, aos quais portanto devemos obedecer e respeitar. Catecismo de
São Pio X 77 402) De onde vem aos pais a autoridade de mandar nos filhos, e aos
filhos a obrigação de lhes obedecer? A autoridade que os pais têm de mandar nos
filhos, e a obrigação que têm os filhos de obedecer, vêm-lhes de Deus que
constituiu e ordenou a família, a fim de que nela o homem encontre os primeiros
meios necessários para o seu aperfeiçoamento material e espiritual. 403) Têm os
pais deveres para com os filhos? Os pais têm o dever de amar, cuidar e
alimentar seus filhos, de prover à sua educa- ção religiosa e civil, de
dar-lhes o bom exemplo, de afastá-los das ocasiões de pecado, de corrigi-los
nas suas faltas, e de auxiliá-los a abraçar o estado para o qual são chamados
por Deus. 404) Deu-nos Deus o modelo da família perfeita? Deus nosdeu o modelo
da família perfeita na Sagrada Família, na qual JesusCristo viveu sujeito a Maria
Santíssima e a São José até aos trinta anos, isto é, até quando começou a
desempenhar a missão que o Padre Eterno Lhe confiara, de pregar o Evangelho.
405) Poderiam as famílias, se vivessem isoladamente uma das outras, prover a
todas as suas necessidades materiais e morais? Se as famílias vivessem
isoladamente umas das outras, não poderiam prover às suas necessidades, e é
necessário o que elas se unam em sociedade civil, a fim de se auxiliarem
mutuamente, para o seu aperfeiçoamento e para sua felicidade comum. 406) Que é
a sociedade civil? A sociedade civil é a reunião de muitas famílias,
dependentesda autoridade de um chefe, para se auxiliarem reciprocamente a
conseguir o mútuo aperfeiçoamento e a felicidade temporal 407) De onde vem à
sociedade civil a autoridade que a governa? A autoridade que governa a
sociedade civil vem de Deus, que a quer constituída para o bem comum. 408) Há
obrigação de respeitar a autoridade que governa a sociedade civil e de lhe
prestar obediência? Sim, todos os que pertencem à sociedade civil, têm
obrigação de respeitar a autoridade e de lhe obedecer, porque esta autoridade
vem de Deus, e porque assim o exige o bem comum. Catecismo de São Pio X 78 409)
Devem respeitar-se todas as leis que são impostas pela autoridade civil? Devem
respeitar-se todas as leisque a autoridade civil impõe, desde que não sejam
contrárias à Lei de Deus, pois esta é a ordem e o exemplo de Nosso Senhor Jesus
Cristo. 410) Além do respeito e da obediência às leis impostas pela autoridade,
os que formam parte da sociedade civil têm mais alguns deveres? Os que formam
parte da sociedade civil, além da obrigação de respeitar e obedecer às leis,
têm o dever de viver em harmonia e de procurar, segundo suaspossibilidades, que
a sociedade seja virtuosa, pacífica, ordenada e próspera para o proveito comum,
com vistas à salvação eterna dos indivíduos. Catecismo de São Pio X 79 § 2o -
Do quinto Mandamento da Lei de Deus Aconteceu, tempos depois, que Caim
apresentou ao Senhor frutosda terra como oferta. Abel, por sua vez, ofereceu
osprimeiros cordeirinhos e a gordura das ovelhas. E o Senhor olhou para Abel e
sua oferta, mas não deu atenção a Caim e sua oferta. Caim se enfureceu e ficou
com o rosto abatido. O Senhor disse a Caim: Por que estásenfurecido e andas com
o rosto abatido? Não é verdade que, se fizereso bem, andarásde cabeça erguida?
Mas se não o fizeres, o pecado não estará à porta, espreitando-te, como um
assaltante? Tu, porém, terás de dominá-lo . Caim disse a Abel, o irmão: Vamos
para o campo! Mas, quando estavam no campo, Caim agrediu o irmão Abel e o
matou. O Senhor perguntou a Caim: Onde está teu irmão Abel? E ele respondeu:
Não sei. Acaso sou o guarda de meu irmão? O que fizeste? perguntou ele Ouço da
terra a voz do sangue de teu irmão, clamando por vingança! Agora serás
amaldiçoado pela própria terra que engoliu o sangue de teu irmão, derramado por
ti. Quando cultivares o solo, negar-te-á o sustento e virás a ser um fugitivo,
errante sobre a terra . Caim disse ao Senhor : O castigo é grande demaispara
suportá-lo. Eis que hoje me expulsasda face deste solo fértil e devo ocultar-me
diante de teu rosto. Quando estiver fugindo e vagueando pela terra, quem me
encontrar, matar-me-á . Mas o Senhor lhe disse: Pois bem. Se alguém matar Caim,
será vingado sete vezes . O Senhor pôs, então, um sinal em Caim para que
ninguém, ao encontrá-lo, o matasse. Afastando-se da presença do Senhor, Caim
foi habitar na região deNod, ao oriente deÉden . Gênesis 4, 3-16 411) Que nos
proíbe o quinto Mandamento: não matar? O quinto Mandamento: não matar, proíbe
dar a morte ao próximo, nele bater ou feri-lo, ou causar qualquer outro dano no
seu corpo, por nós ou por meio de outrem. Proíbe também ofendê-lo com palavras
injuriosas e querer-lhe o mal. Neste Mandamento Deus proíbe ainda ao homem dai,
a morte a si mesmo, isto é, o suicídio. 412) Por que é pecado grave matar o
próximo? Porque o que mata usurpa temerariamente o direito que só Deus tem
sobre a vida do homem; porque destroi a segurança da sociedade humana, e porque
tira ao próximo a vida, que é o maior bem natural que ele tem neste mundo. 413)
Haverá casos em que seja lícito matar o próximo? É lícito tirar a vida do
próximo: durante o combate ein guerra justa; quando se executa por ordem da
autoridade suprema a condenação à morte em castigo de algum Catecismo de São
Pio X 80 crime; e finalmente quando se trata de necessária e legítima defesa da
vida, no momento de uma injusta agressão. 414) No quinto Mandamento proíbe
também Deus fazer mal à vida espiritual do pró- ximo? Sim, Deus no quinto
Mandamento proíbe também fazer mal à vida espiritual do próximo com o
escândalo. 415) Que é o escândalo? O escândalo é toda palavra, ação ou omissão,
que é ocasião . ao para os outros de cometerem pecados. 416) É pecado grave o
escândalo? O escândalo é um pecado grave, porque tende a destruir a maior obra
de Deus, que é a redenção, com a perda das almas: pois que ele dá ao próximo a
morte da alma tirando-lhe a vida da graça, que é mais preciosa que a vida do
corpo; e porque é causa de uma multidão de pecados. Por isso, Deus ameaça os
escandalosos com os mais severos castigos. 417) Por que no quinto Mandamento
Deus proíbe ao homem dar a morte a si mesmo, isto é, suicidar-se? No quinto
Mandamento Deus proíbe o suicídio, porque o homem não é senhor da sua vida,
como o não é da dos outros. A Igreja, por seu lado, castiga o suicida com a
privação da sepultura eclesiástica. 418) É proibido no quinto Mandamento também
o duelo? Sim, o quinto Mandamento proíbe também o duelo, porque o duelo
participa da malícia do suicídio e do homicídio, e fica excomungado todo o que
voluntariamente nele toma parte, ainda que seja como simples espectador. 419) É
também proibido o duelo, quando é excluído o perigo de morte? Sim, é também
proibido este duelo, porque não só não podemos matar, mas nem sequer ferir
voluntariamente a nós mesmos ou a outrem. 420) Pode a defesa da honra
justificar o duelo? Não. Porque é falso que no duelo se repare a ofensa, e
porque não se pode reparar a honra com uma ação injusta, irracional e bárbara, qual
é o duelo. 421) Que nos ordena o quinto Mandamento? O quinto Mandamento
ordena-nos que perdoemos aos nossos inimigos e queiramos bem a todos. Catecismo
de São Pio X 81 422) Que deve fazer quem danificou o próximo na vida do corpo,
ou na da alma? Quem danificou o próximo, não basta que se confesse, mas deve
também reparar o mal que fez, compensando o próximo dos danos que lhe causou,
retratando os erros que lhe ensinou, e dando-lhe bom exemplo. § 3o - Do 6o e do
9o Mandamentos da Lei de Deus José foi levado para o Egito. Putifar, um
egípcio, ministro do Faraó e chefe da guarda do palácio, o comprou dos
ismaelitas que o tinham levado para lá. Mas o Senhor estava com José e ele se
tornou um homem bem sucedido enquanto esteve na casa de seu senhor egípcio. O
patrão notou que o Senhor estava com ele e fazia prosperar todas as suas
iniciativas. José conquistou asboasgraçasde seu amo que o pôsa seu serviço,
constituindo-o administrador da casa e confiando-lhe todos osbens. E desde o
momento em que o fez administrador, o Senhor abençoou em atenção a José a casa
do egípcio e derramou sua bênção sobre tudo que possuía em casa e no campo. Ele
entregou tudo nas mãosde José e não se preocupava com coisa alguma a não ser
com o que comia. Ora, José tinha um belo porte e era formoso de rosto.
Aconteceu, depois, que a mulher de seu amo pôs nele os olhos e lhe disse: Dorme
comigo . Ele recusou, dizendo à mulher de seu senhor: Em verdade meu senhor não
me pede contas do que há na casa, confiando-me todos os bens. Ele próprio não é
mais importante do que eu nesta casa. Nada se reservou senão a ti por seres sua
mulher. Como poderia eu fazer tamanha maldade pecando contra Deus! E ainda que
ela insistisse com José, todos os dias, para dormir com ela ou mesmo estar com
ela, ele não atendeu. Um dia José entrou na casa para cumprir as tarefas e
nenhum dos empregados estava em casa. A mulher o agarrou pelo manto, dizendo:
Dorme comigo . Mas ele largou-lhe nas mãos o manto e fugiu correndo para fora.
Vendo que lhe tinha deixado nas mãoso manto e escapado para fora, ela se pôs a
gritar e a chamar os empregados, dizendo: Vede! meu marido trouxe este hebreu
para abusar de nós. Aproximou-se de mim para dormir comigo, mas pus-me a gritar
em voz alta. Quando viu que comecei a gritar por socorro, largou o manto junto
a mim e fugiu correndo para fora . A mulher ficou com o manto de José até o
marido voltar para casa. Então falou-lhe nos mesmos termos, dizendo: Esse
escravo hebreu que nos trouxeste, veio ter comigo e quis abusar de mim. Quando me
ouviu gritar por socorro, largou junto de mim o manto e fugiu para fora . Ao
ouvir o marido o que dizia a mulher, assim é que me tratou teu escravo , ficou
furioso. Mandou prender José e o meteu no cárcere, onde se guardavam os presos
do rei. E José ficou no cárcere. Mas o Senhor estava com José e concedeu-lhe
seu favor, atraindo-lhe a simpatia do chefe do cárcere. Este confiou a seus
cuidados todos os que se achavam presos. Era ele que organizava tudo que lá se
fazia. O chefe da prisão não se preocupava com coisa alguma que lhe fora
confiada, porque o Senhor estava com José e fazia prosperar tudo o que ele
fazia. Catecismo de São Pio X 82 Gênesis 39, 1-23 423) Que nos proíbe o sexto
Mandamento: não pecar contra a castidade? O sexto Mandamento: não pecar contra
a castidade, proíbe qualquer ação, palavra ou olhar contrários à santa pureza,
e a infidelidade no matrimônio. 424) Que nos proíbe o nono Mandamento? O nono
Mandamento proíbe expressamente todo o desejo contrário à fidelidade que os
cônjuges se juraram ao contrair matrimônio; e proíbe também todo o pensamento
culpável e todo desejo de ação proibida pelo sexto Mandamento. 425) É um grande
pecado a impureza? É um pecado gravíssimo e abominável diante de Deus e dos
homens; rebaixa o homem à condição dos irracionais, arrasta-o a muitos outros
pecados e vícios, e provoca o, mais terríveis castigos de Deus nesta vida e na
outra. 426) São pecados todos os pensamentos que nos vêm ao espírito contra a
pureza? Os pensamentos que nos vêm ao espírito contra ti pureza, por si mesmos
não são pecados, mas antes tentações e incentivos ao pecado. 427) Quando são
pecados os maus pensamentos? Osmauspensamentos, ainda que não sejam seguidosde
ação, são pecados, quando culpavelmente lhes damosmotivo, ou neles consentimos,
ou nos expomos ao perigo pró- ximo de neles consentir. 428) Que nos ordenam o
sexto e o nono Mandamentos? O sexto Mandamento ordena-nos que sejamos castos e
modestos nas ações, nos olhares, no porte e nas palavras. O nono Mandamento
ordena-tios que sejamos castos e puros, ainda mesmo tio nosso íntimo, isto é,
tia alma e no coração. 429) Que devemos fazer para observar o sexto e o nono
Mandamentos? Para bem observarmoso sexto e o nono Mandamentos, devemos invocar
freqüenternente e de todo o coração a Deus, ser devotos de Maria Virgem, Mãe da
pureza, lembrar-nos de que Deus nos vê, pensar ria morte, nos castigos divinos,
tia Paixão de Jesus Cristo, guardar os nossos sentidos, praticar a mortificação
cristã, e freqüentar os sacramentos corri as devidas disposiçoes. 43O) Que
devemos evitar para nos conservarmos castos? Para nos conservarmos castos,
devemos evitar a ociosidade, os maus companheiros, as más leituras, a
intemperança, o olhar para figuras indecentes, osespetáculos licen- Catecismo
de São Pio X 83 ciosos, osbailes, as conversase diversõesperigosas, bem como
todas asdemaisocasiões de pecado. § 4o - Do sétimo Mandamento da Lei de Deus
Jesus entrou em Jericó e atravessava a cidade. Havia ali um homem rico, chamado
Zaqueu, chefe dos cobradores do imposto. Procurava ver Jesus, mas não conseguia
por causa da multidão, pois era muito baixo. Correndo na frente, subiu numa
figueira brava para vê-lo, pois tinha de passar por ali. Ao chegar ao lugar,
Jesus olhou para cima e disselhe: Zaqueu, desce depressa, poishoje devo ficar
em tua casa . Ele desceu a toda pressa e o recebeu com alegria. Ao ver isso,
todos começaram a resmungar: Ele foi hospedar-se na casa de um pecador . Zaqueu
entretanto, de pé, disse ao Senhor: Senhor, vou dar a metade dos meus bens
aospobres e, se em alguma coisa prejudiquei alguém, vou restituir quatro vezes
mais . Disse-lhe Jesus: Hoje a salvação entrou nesta casa porque também este é
um filho deAbraão. Poiso Filho do homem veio procurar e salvar o que estava
perdido . Luc 19, 1-9 431) Que nos proíbe o sétimo Mandamento: não furtar? O
sétimo Mandamento: não furtar, proíbe tirar ou reter injustamente as coisas
alheias, e causar dano ao próximo nos seus bens de qualquer outro modo. 432)
Que quer dizer furtar? Furtar quer dizer: tirar injustamente as coisas alheias
contra a vontade do dono, quando ele tem toda a razão e todo o direito de não
querer ser privado do que lhe pertence. 433) Por que se proíbe o furtar? Porque
se peca contra a justiça, e se faz injúria ao próximo, tirando e retendo, contra
o seu direito e contra a sua vontade, o que lhe pertence. 434) Que são as
coisas alheias? São todas as coisas que pertencem ao próximo, das quais tem a
propriedade ou o uso, ou simplesmente as tem em depósito. Catecismo de São Pio
X 84 435) De quantos modos se tiram injustamente as coisas alheias? De dois
modos: com o furto e com o roubo. 436) Como se comete o furto? Comete-se o
furto tirando ocultamente as coisas alheias. 437) Como se comete o roubo?
Comete-se o roubo tirando com violência ou manifestamente as coisas alheias.
438) Em que casos se podem tirar as coisas alheias, sem cometer pecado? Quando
o dono se não opõe, ou então, quando se opõe injustamente, como aconteceria se
alguém estivesse em extrema necessidade, contanto, que tirasse só o que lhe é
estritamente necessário para suprir à necessidade urgente e extrema. 439) È só
com o furto e com o roubo que se prejudica o próximo nos seus bens?
Prejudica-se também com a fraude, com a usura e com outra qualquer injustiça
contra os seus bens. 44O. Como se comete a fraude? Comete-se a fraude enganando
o próximo no comércio com pesos, medidas ou moedas falsas, ou com gêneros
deteriorados; falsificando escrituras e documentos; em suma, fazendo falsidades
nas compras, nas vendas ou em qualquer outro contrato, e ainda quando se não
quer dar o preço justo ou o preço combinado. 441) De que modo se comete a
usura? Comete-se a usura exigindo sem titulo legítimo um juro ilícito por uma
quantia emprestada, abusando da necessidade ou da ignorância do próximo. 442) Que
outras injustiças se cometem contra os bens do próximo? São injustiças fazê-lo
perder injustamente o que tem, danificá-lo nas suas propriedades, não trabalhar
como se deve, não pagar, por malícia, asdívidase mercadorias compradas, ferir
ou matar osanimaisdo próximo, estragar ou deixar estragar-se o que se tem em
depósito, impedir alguém de auferir um lucro justo, auxiliar os ladrões, e
receber, esconder ou comprar as coisas roubadas. 443) É pecado grave roubar? É
um pecado grave contra a justiça quando se trata de matéria grave, porque é de
suma importância que seja respeitado o direito que cada um tem sobre os
próprios bens, e isto para bem dos indivíduos, das famílias e da sociedade.
444) Quando é grave a matéria do furto? É grave quando se tira coisa importante,
e ainda quando, tirando-se coisa de pouca monta, o próximo sofre com isso grave
dano. Catecismo de São Pio X 85 445) Que nos ordena o sétimo Mandamento? O
sétimo Mandamento ordena-nos que respeitemos as coisas alheias, que paguemos o
justo salário aos operários, e que observemos a justiça ein tudo o que se
refere à propriedade alheia. 446) Quem pecou contra o sétimo Mandamento, basta
que se confesse disso? Quem pecou contra o sétimo Mandamento, não basta que se
confesse, mas é necessário que faça o que puder para restituir as coisas
alheias e reparar os danos causados ao próximo. 447) Que é a reparação dos
danos causados? A reparação dos danos causados é a compensação que se deve dar
ao próximo pelos frutos e lucros perdidos por causa do furto e das outras
injustiças cometidas ein seu prejuízo. 448) A quem se devem restituir as coisas
roubadas? Àquele a quem se roubaram; aos seus herdeiros, se já tiver morrido; e
se isso for verdadeiramente impossível. deve-se dar o seu valor aos pobres e a
obras pias. 449) Que se deve fazer, quando se acha alguma coisa de grande
valor? Deve-se empregar grande diligência para achar o dono, e restituir-lhe
fielmente. § 5o - Do oitavo Mandamento da Lei de Deus Em Babilônia vivia um
homem de nome Joaquim. Estava casado com uma senhora chamada Susana filha de
Helcias, que era muito bonita e religiosa. Também seus pais eram pessoas justas
e tinham educado a filha de acordo com a Lei de Moisés. Joaquim era muito rico
e tinha um parque confinante com sua casa; junto dele afluíam os judeus, por
ser o mais respeitado de todos. Ora, naquele ano dois anciãos do povo tinham
sido apontados como juízes, a respeito dos quais o Senhor tinha dito: De
Babilônia brotou a iniqüidade, da parte de anciãos-juízes que aparentemente
governavam o povo . Eles freqüentavam a casa de Joaquim, e todos os que tinham
alguma questão se dirigiam a eles. Ora, quando pelo meio-dia o povo se tinha
dispersado, Susana ia passear no parque do marido. Os dois anciãos viam-na
todos os dias entrar e passear, e acabaram se apaixonando por ela. Fizeram o
contrário do que deveriam ter feito, evitando erguer os olhos para o Céu e
esquecendo os justos juízos de Deus. Embora ambos se sentissem perdidamente
apaixonadospor ela, contudo um não traía ao outro o seu sofrimento, porque
ainda sentiam vergonha de manifestar o desejo ardente de a possuir. Todos os
dias espreitavam avidamente por vê-la. Catecismo de São Pio X 86 Certo dia um
disse ao outro: Vamos para casa, é hora de almo- ço! Mas quando saíram e se
separaram um do outro, deram um giro, acabando por encontrar-se no mesmo
ponto... Forçados portanto a se explicar, finalmente confessaram um ao outro
sua paixão; então combinaram espreitar uma eventual ocasião de a encontrar a
sós. Ora, enquanto os dois estavam à espreita duma ocasião favorável, certo dia
Susana entrou no parque segundo seu costume, acompanhada apenas por duas
mocinhas; é que queria tomar banho por causa do calor intenso. Não havia lá
ninguém, exceto os dois velhos que estavam escondidos e a espreitavam. Então
ela ordenou àsmocinhas: Por favor, ide buscar-me azeite e perfumes e trancai as
portas do parque, enquanto tomo banho! Elas obedeceram, trancando as portas do
parque e retirando- se por uma porta lateral, para buscar o que a patroa tinha
pedido, sem se darem conta que os velhos estavam lá escondidos. Apenas as duas
mocinhas tinham saído, os dois velhos se levantaram e correram para Susana,
dizendo: Olha, as portas do parque estão trancadas e ninguém nos vê; nós
estamos apaixonados por ti: faze-nos a vontade e entrega-te a nós! Caso
contrário, nós deporemos contra ti que um moço estava contido e foi por isso
que mandaste embora asmeninas . Então Susana deu um suspiro, exclamando:
Vejo-me encurralada de todos os lados. Pois se fizer isto, espera-me a morte,
mas se não o fizer, não escaparei das vossas mãos. Contudo prefiro cair
inocente em vossas mãos a pecar na presença do Senhor . Então ela se pôs a
gritar em altas vozes, mas também os dois velhos gritaram contra ela. Um deles
correu para as portas do parque e as abriu. Quando a gente da casa ouviu a
gritaria no parque, precipitaram-se pela porta dos fundos para ver o que lhe
estaria sucedendo. Mas quando os velhos apresentaram a sua versão dos fatos, os
empregados ficaram muito constrangidos, porque jamais se tinha ouvido falar de
qualquer deslize de Susana. Quando no dia seguinte o povo se reuniu em casa do
seu marido Joaquim, os dois anciãos vieram animados pela intenção criminosa de
conseguir sua condenação à morte; por isso se dirigiram ao povo reunido: Mandai
comparecer a Susana filha de Helcias, mulher de Joaquim! Mandaram-na portanto
chamar. Ela compareceu em companhia dos pais e filhos e de todos os parentes.
Ora, Susana era mulher de aparência exuberante e de extraordinária beleza. Como
ela se apresentasse com o rosto velado, os dois malvados mandaram tirar-lhe o
véu, para se embriagarem da sua beleza. Seus familiares e todos os parentes
choravam. Os dois velhos se levantaram no meio do povo e puseram as mãos sobre
a cabeça de Susana. Mas, entre lágrimas, ela olhou para o céu, pois seu coração
tinha confiança no Senhor. Em seguida osanciãos deram este depoimento: Enquanto
estávamos passeando a sós no parque, esta mulher entrou com duasmocinhase
mandou fechar asportasdo parque, para depois mandá-las embora. Então um moço,
que estava escondido, aproximou-se dela e com ela se deitou. Quando nós, do
canto do parque onde estávamos, vimos esta infâmia, corremos para eles e os
surpreendemos juntos. Não conseguimos, é verdade, agarrar o moço, porque era
mais forte que nós, e assim abriu as portas e sumiu. A esta mulher, porém,
agarramose lhe perguntamos, quem era aquele moço. Mas ela não o Catecismo de
São Pio X 87 quis revelar. Disto nós damos testemunho . A assembléia lhes deu
crédito como a anciãos do povo e juízes que eram, e a condenou à morte. Susana,
porém, gritou em alta voz e rezou: Ó Deus eterno que conheces os segredos e
sabes tudo antes que aconteça, tu bem sabes que elesproferiram falso testemunho
contra mim! Eisque vou morrer, embora não tenha cometido o crime do qual
maldosamente me acusam! E o Senhor escutou a sua voz. Enquanto Susana estava
sendo conduzida para a execução, o Senhor excitou o santo espírito dum jovem de
nome Daniel, e ele gritou em altas vozes: Sou inocente do sangue desta pessoa!
Então todo o povo se voltou para ele e perguntou: O que queres dizer com isto?
De pé, no meio deles, elerespondeu: Então soistão insensatosassim, israelitas?
Sem inquérito sério e sem provas concludentes condenastes uma filha de Israel!
Voltai ao tribunal, por que estes malvados deram falso testemunho contra ela!
Então todo o povo voltou apressadamente, e os anciãos convidaram a Daniel,
dizendo: Tem a bondade de tomar lugar em nosso meio e presta-nos o teu
depoimento, pois Deus te concedeu o privilégio da idade . Daniel lhes disse:
Separai-os longe um do outro, para os poder submeter a interrogatório! Quando
foram separados um do outro, Daniel chamou a um deles e lhe disse: Velho
encarquilhado e cheio de crimes! Agora vêm à luz os pecados que cometias antes,
proferindo sentenças injustas, condenando os inocentes e absolvendo os
culpados, quando o Senhor ordena: Ao inocente e ao justo não os matarás!
Poisbem! Se a viste tão bem, dize-me à sombra de qual árvore os viste
abraçados? O outro respondeu: À sombra duma aroeira . Daniel respondeu:
Mentiste direto contra tua cabeça, pois o anjo de Deus já recebeu dele ordem de
te cortar pelo meio! Tendo-o despedido, mandou vir o outro e lhe disse: Raça de
Canaã e não de Judá! A beleza te fascinou e a paixão perverteu teu coração. É
assim que procedíeis com as mulheres israelitas, e elaspor medo vos faziam a
vontade; mas esta mulher judia não suportou vossa iniqüidade. Ora bem! Dize-me
debaixo de que árvore os surpreendeste a se entreterem? Ele respondeu: Foi debaixo
duma azinheira . Daniel lhe respondeu: Também tu mentiste diretamente contra
tua cabeça! Pois o anjo de Deus já está à espera, com a espada na mão, para te
cortar ao meio e dar cabo devós . Toda a assistência pôs-se a gritar em voz
alta, dando graças a Deus que salva os que nele esperam. Voltaram-se contra os
dois velhos, porque Daniel os tinha convencido por suas próprias palavras que
eram falsas testemunhas. Segundo a Lei de Moisés, aplicaram-lhes a pena que
maldosamente tinham tramado contra o próximo, e os mandaram matar. Desta
maneira, naquele dia foi salva uma vida inocente. Helcias e sua mulher louvaram
a Deus por causa da sua filha e o mesmo fizeram Joaquim, esposo de Susana, e
todos os seus familiares; eles louvaram a Deus, porque nela não foi achada
qualquer coisa que merecesse reprovação. Dan 13, 1-62 Catecismo de São Pio X 88
450) Que nos proíbe o oitavo Mandamento: não levantar falso testemunho? O
oitavo Mandamento: não levantar falso testemunho, proíbe-nos atestar falsidade
em juízo; proíbe também a detração ou murmuração, a calúnia, a adulação, o
juízo e a suspeita temerários, e toda espécie de mentiras. 451) Que é a
detração ou murmuração? A detração ou murmuração é um pecado que consiste em
manifestar, sem justo motivo, os pecados ou defeitos alheios. 452) Que é a
calúnia? A calúnia é um pecado que consiste em atribuir maliciosamente ao
próximo culpas e defeitos que não tem. 453) Que é a adulação? A adulação é um
pecado que consiste em enganar urna pessoa, dizendo-lhe falsamente bem dela mesma
ou de outra, com o fim de tirar daí algum proveito. 454) Que é o juízo ou
suspeita temerária? O juízo ou suspeita temerária é um pecado que consiste em
julgar ou suspeitar mal dos outros, sem justo fundamento. 455) Que é a mentira?
A mentira é um pecado que consiste em afirmar como verdadeiro ou como falso,
por meio de palavras ou de ações, o que se julga não ser assim. 456) De quantas
espécies é a mentira? A mentira é de três espécies: jocosa, oficiosa e nociva.
457) Que é a mentira jocosa? Mentira jocosa é aquela pela qual se mente por
gracejo e sem prejuízo para ninguém. 458) Que é a mentira oficiosa? Mentira
oficiosa é a afirmação de urna falsidade para utilidade própria ou alheia, sem
prejuízo para ninguém. 459) Que é a mentira nociva? Mentira nociva é a
afirmação de uma falsidade com prejuízo do próximo. Catecismo de São Pio X 89
460) É lícito alguma vez mentir? Nunca é lícito mentir nem por gracejo, nem
para proveito próprio ou alheio, porque é coisa má por si mesma. 461) Que
pecado é a mentira? A mentira, quando é jocosa ou oficiosa, é pecado venial;
mas, quando é nociva, é pecado mortal, se o prejuízo que causa é grave. 462) É
necessário dizer sempre tudo conforme se pensa? Não. Nem sempre é necessário,
especialmente quando quem pergunta não tem o direito de saber o que pergunta.
463) Quem pecou contra o oitavo Mandamento, basta que se confesse? Quem pecou
contra o oitavo Mandamento, não basta que confesse o seu pecado, masé também
obrigado a retratar tudo o que disse caluniando o próximo, e a reparar, do
melhor modo que possa, os danos que lhe causou. 464) Que nos ordena o oitavo
Mandamento? O oitavo Mandamento ordena-nos que digamos oportunamente a verdade,
e que interpretemos em bom sentido, tanto quanto pudermos, as ações do nosso
próximo. § 6o - Do décimo Mandamento da Lei de Deus Eis o que se passou depois
destes acontecimentos: Nabot de Jezrael possuía uma vinha em Jezrael ao lado do
palácio de Acab, rei de Samaria. Acab falou com Nabot: Cede-me a tua vinha para
que me sirva de horta, pois ela está bem perto da minha casa, e eu te darei uma
vinha melhor, ou se preferires, posso pagar-te o preço em dinheiro . Mas Nabot
respondeu a Acab: Deusme livre de entregar-te a herança de meuspais! Acab
voltou para casa contrariado e furioso, por causa da resposta que Nabot de
Jezrael lhe tinha dado, negando-se a lhe ceder a herança de seus pais. O rei se
jogou na cama, virou o rosto e não quis comer. Sua esposa Jezabel entrou no
quarto e lhe perguntou: Por que estás tão mal-humorado e não queres comer? Ele lhe
respondeu: É que tive uma conversa com Nabot de Jezrael e lhe fiz a proposta de
me ceder a sua vinha por dinheiro, ou se o preferisse, eu lhe daria em troca
outra vinha. Mas o homem me respondeu que não me cede a vinha . Sua esposa
Jezabel lhe disse: Bela figura de rei de Israel estás fazendo! Levanta-te, toma
alimento e fica de bom humor! Eu te arranjarei a vinha de Nabot deJezrael .
Catecismo de São Pio X 90 Em seguida ela escreveu uma carta em nome de Acab,
selou-a com o selo do rei e a enviou aos anciãos e nobres da cidade que moravam
com Nabot. Na carta ela escrevia como segue: Proclamai um jejum e colocai Nabot
na primeira fila. Fazei sentarem-se em frente dele dois cafajestes que dêem
este depoimento: Tu amaldiçoastea Deuse ao rei! Depois conduzi-o para fora e
apedrejai-o atémorrer . Os homens da cidade, anciãos e nobres, seus
concidadãos, procederam conforme a ordem recebida de Jezabel, como estava
escrito na carta que lhes tinha enviado. Proclamaram um jejum e deram a Nabot o
primeiro lugar na assembléia. Chegaram também os dois cafajestes e se sentaram
na frente dele. Os dois cafajestes acusaram a Nabot na presença do povo, nestes
termos: Nabot amaldiçoou a Deus e ao rei! Em seguida o conduziram para fora da
cidade e o apedrejaram até morrer. Então avisaram a Jezabel: Nabot foi
apedrejado emorreu . Ao saber que Nabot tinha sido apedrejado e estava morto,
Jezabel disse a Acab: Levanta-te e toma posse da vinha que Nabot de Jezrael não
te quis vender, pois Nabot não está mais vivo; ele morreu . Quando Acab soube
que Nabot estava morto, levantou-se para descer até a vinha de Nabot de Jezrael
e dela tomar posse. As ameaças de Elias. Então a palavra do Senhor foi dirigida
ao tesbita Eliasnestestermos: Levanta-te, desce ao encontro de Acab, rei de
Israel, que reside em Samaria. Olha, ele está na vinha de Nabot, aonde desceu
para dela tomar posse. Fala-lhe neste teor: Assim fala o Senhor: Tu és um
assassino e por cima ladrão! E lhe falarás nestes termos: Assim fala o Senhor:
No mesmo lugar onde os cães lamberam o sangue de Nabot, lamberão também o teu
próprio sangue! Acab respondeu a Elias: Quer dizer que me surpreendeste, meu
inimigo? Ele respondeu: Sim, surpreendi! Porque te prestaste para praticar o
que desagrada ao Senhor, eisque vou trazer para ti desgraças. Vou varrer-te,
exterminando em Israel todas as pessoas do sexo masculino da família de Acab,
escravos e livres. Tratarei tua família como as famílias de Jeroboão filho de
Nabat, e de Baasa filho de Aías, porque me causaste irritação e seduziste Israel
ao pecado . Também a respeito de Jezabel o Senhor falou assim: Os cachorros
devorarão a Jezabel na propriedade de Jezrael. Os membros da família de Acab
que morrerem na cidade, serão devorados pelos cachorros, e os que morrerem na
campanha, serão comidospelasavesdo céu . I Reis 21, 1-23 465) Que nos proíbe o
décimo Mandamento: não cobiçar as coisas alheias? O décimo Mandamento: não
cobiçar as coisas alheias, proíbe o desejo de privar o próximo dos seus bens, e
o desejo de adquirir bens por meios injustos. 466) Por que Deus proíbe o desejo
dos bens alheios? Deus proíbe-nos o desejo dos bens alheios, porque Ele quer
que nós, até interiormente, sejamos justos, e nos conservemos cada vez mais
afastados das ações injustas. Catecismo de São Pio X 91 467) Que nos ordena o
décimo Mandamento? O décimo Mandamento ordena-nos que nos contentemos com o
estado em que Deus nos colocou, e que soframos com paciência a pobreza, quando
Deus nos queira neste estado. 468) Como pode o cristão estar contente na
pobreza? O cristão pode estar contente mesmo na pobreza, considerando que o
maior de todos os bens é a consciência pura e tranqüila, que a nossa verdadeira
pátria é o céu, e que Jesus Cristo se fez pobre por amor de nós, e prometeu um
prêmio especial a todos aqueles que suportam com paciência a pobreza. CAPÍTULO
IV Dos preceitos da Igreja Se teu irmão pecar, vai e censura-o pessoalmente. Se
ele te ouvir, terás ganho teu irmão. Se não te ouvir, leva contigo uma ou duas
pessoas a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou três
testemunhas. Se não as ouvir, vai dizê-lo à igreja. E, se não escutar a igreja,
seja para ti como um pagão e pecador público. Eu vos garanto: Tudo que ligardes
na terra, será ligado no céu; e tudo que desligardes na terra, será desligado
no céu. Digo-vos ainda: Se doisde vósse unirem na terra para pedir qualquer
coisa, hão de conseguilo do meu Pai que está nos céusl Porque onde dois ou três
estiverem reunidos em meu nome, eu estarei ali no meio deles . Mt 18, 15-20
Então os apóstolos e presbíteros, de acordo com toda a Igreja, resolveram
escolher alguns homens e enviá-los a Antioquia com Paulo e Barnabé; escolheram
Judas, chamado Barsabás, eSilas, homens influentes entre os irmãos. Por seu
intermédio enviaram a seguinte carta: Os irmãos, os apóstolos e presbíteros
saúdam os irmãos de Antioquia, Síria e Cilícia, convertidos dentre os pagãos.
Chegou ao nosso conhecimento que alguns dos nossos vos têm perturbado com
palavras, confundindo vossas mentes, sem nenhuma autorização de nossa parte. Por
isso resolvemos, de comum acordo, enviar-vos alguns homens escolhidos, em
companhia de nossos amadosBarnabé ePaulo, que expuseram suas vidas pelo nome de
Nosso Senhor Jesus Cristo. Estamos enviando Judas e Silas para vos comunicar de
viva voz as mesmas coisas. Pareceu Catecismo de São Pio X 92 bem ao Espírito
Santo e a nós não vos impor nenhuma outra exigência além das necessárias: que
vos abstenhais das carnes imoladas aos ídolos, do sangue, das carnes sufocadas
e da prostituição. Procedereis bem evitando estas coisas. Passai bem . Atos 15,
22-29 § 1o - Dos preceitos da Igreja em geral 469) Além dos Mandamentos da Lei
de Deus, que mais coisas somos nós obrigados a observar? Além dos Mandamentos
da Lei de Deus, somos obrigados a observar os mandamentos ou preceitos da
Igreja. 47O) Somos obrigados a obedecer à Igreja? Sem dúvida, somos obrigados a
obedecer à Igreja, porque o próprio Jesus Cristo no-lo ordena, e porque os
preceitos da Igreja facilitam a observância dos Mandamentos de Deus. 471)
Quando começa a obrigação de observar os preceitos da Igreja? A obrigação de
observar os preceitos da Igreja começa geralmente com o uso da razão. 472) É
pecado transgredir um preceito da Igreja? Transgredir com advertência um
preceito da Igreja em matéria grave é pecado grave. 473) Quem pode dispensar de
um preceito da Igreja? De um preceito da Igreja só pode dispensar o Papa ou
quem dele receber as competentes faculdades. 474) Quantos e quais são os
preceitos da Igreja? Os preceitos da Igreja são cinco: 1 o Ouvir Missa inteira
nos domingos e festas de guarda. 2 o Confessar-se ao menos uma vez cada ano. 3
o Comungar ao menos pela Páscoa da Ressurreição. 4 o Jejuar e abster-se de
carne quando manda a Santa Madre Igreja. 5 o Pagar dízimos segando o costume.
Catecismo de São Pio X 93 § 2o - Do primeiro preceito da Igreja 475) Que nos
manda o primeiro preceito ou manda mento da Igreja: ouvir Missa inteira nos
domingos e festas de guarda? O primeiro preceito da Igreja: ouvir Missa inteira
nos domingos e festas de guarda, manda-nos assistir com devoção à Santa Missa
nos domingos e nas outras festas de preceito. 476) Qual é a Missa à qual a
Igreja deseja que se assista nos domingos e nas outras festas de preceito? A
Missa à qual a Igreja deseja que, sendo possível, se assista nos domingos e nas
outras festas de guarda, é a Missa paroquial. 477) Por que recomenda a Igreja
aos fiéis que assistam à Missa paroquial? A Igreja recomenda aos fiéis que
assistam à Missa paroquial: 1 o a fim de que aqueles que pertencem à mesma
paróquia se unam a orar, juntamente com o pároco, que é seu chefe espiritual; 2
o a fim de que os paroquianos participem mais do Santo Sacrifício, que é
aplicado principalmente por eles; 3 o a fim de que ouçam as verdades do
Evangelho que os párocos têm obrigação de expor à Santa Missa; 4 º a fim de que
conheçam as prescrições e avisos que se dão à estação da referida Missa. 478)
Que quer dizer domingo? Domingo quer dizer dia do Senhor, isto é, dia
especialmente consagrado ao serviço de Deus. 479) Por que no primeiro mandamento
da Igreja se faz menção especial do domingo? No primeiro mandamento da Igreja
faz-se menção especial do domingo, porque é ele o principal dia (le festa entre
os cristãos, como entre os judeus o principal dia de festa era o sábado, por
instituição do próprio Deus. 48O. Que outras festas instituiu a Igreja? A
Igreja instituiu também as festas de Nosso Senhor, da Santíssima Virgem, dos
Anjos e dos Santos. 481) Por que instituiu a Igreja outras festas de Nosso
Senhor? A Igreja instituiu outras festas de Nosso Senhor memória dos seus
divinos misté- rios. Catecismo de São Pio X 94 482) Por que foram instituídas
as festas da Santíssima Virgem, dos Anjos e dos Santos? As festas da Santíssima
Virgem, dos Anjos e dos Santos foram instituídas: 1 o em memória das graças que
Deus lhes fez e para as agradecer à bondade divina; 2 o a fim de que os
honremos, imitemos os seus exemplos e alcancemos o auxílio de suas orações. §
3o - Do segundo preceito da Igreja 483) Que nos manda a Igreja com as palavras
do segundo preceito: confessar-se ao menos uma vez cada ano? Com as palavras do
segundo preceito: confessar-se ao menos uma vez cada ano, a Igreja obriga todos
os cristãos que chegaram ao uso da razão, a receber, uma vez ao menos em cada
ano, o Sacramento da Penitência. 484) Qual é o tempo mais próprio para cumprir
o preceito da confissão anual? O tempo mais próprio para cumprir o preceito da
confissão anual é a Quaresma, segundo o uso introduzido e aprovado ein toda a
Igreja. 485) Por que diz a Igreja que nos confessemos ao menos uma vez cada
ano? A Igreja diz ao menos, para dar a conhecer o seu desejo de que nos
aproximemos deste Sacramento com mais freqüência. 486) É pois útil
confessar-nos com freqüência? É muito útil confessar-nos com freqüência,
sobretudo porque é difícil que se confesse bem e se conserve isento de pecado
mortal, quem se confessa raras vezes. 487) Satisfaz-se a este segundo preceito
com uma confissão sacrílega? Quem fizer uma confissão sacrílega, não satisfaz
ao segundo preceito da Igreja, porque a intenção da Igreja é que se receba este
Sacramento para nossa santificação. § 4o - Do terceiro preceito da Igreja 488)
Que nos manda a Igreja com as palavras do terceiro preceito: comungar ao menos
pela Páscoa da Ressurreição? Com as palavras do terceiro preceito: comungar ao
menos pela Páscoa da Ressurreição, a Igreja obriga todos os cristãos que
chegarem à idade da discrição a receber todos os anos a Santíssima Eucaristia,
durante o tempo pascal; e é bom que seja na própria paróquia. Catecismo de São Pio
X 95 489) Qual o tempo útil para satisfazer, no Brasil, o preceito da Comunhão
Pascal? No Brasil, o tempo útil para satisfazer o preceito da Comunhão Pascal
vai do dia 2 de fevereiro, festa da Purificação de Nossa Senhora e da
Apresentação do Menino Jesus no Templo, até o dia 16 de julho, comemoração de
Nossa Senhora do Carmo. 49O) Somos obrigados a comungar em alguma outra
ocasião, fora do tempo pascal? Sim, somos obrigados também a comungar em perigo
de morte. 491) Por que se diz que devemos comungar ao menos pela Páscoa? Porque
a Igreja deseja vivamente que não somente na Páscoa, mas com muita freqüência,
nos aproximemos da Sagrada Comunhão, que é o alimento divino das nossas almas.
492) Satisfaz-se a este preceito com uma Comunhão sacrílega? Quem fizer uma
Comunhão sacrílega não satisfaz ao terceiro preceito da Igreja; porque a
intenção da Igreja é que se receba esteSacramento para o fim para que foi
instituído, isto é, para nossa santificação. § 5o - Do quarto preceito da
Igreja 493) Que nos manda o quarto preceito da Igreja com as palavras jejuar e
abster-se de carne quando manda a Santa Madre Igreja? O quarto preceito da
Igreja: jejuar e abster-se de carne quando manda a Santa Madre Igreja,
manda-nos que jejuemos e nos abstenhamos de carne na Quarta-Feira de Cinzas e
na Sexta-Feira Santa; e que nos abstenhamos de carne em todas as sextas-feiras
do ano. Esta abstinência pode ser comutada por outra obra pia, a juízo do Bispo
Diocesano. 494) Em que consiste o jejum? O jejum consiste em tomar uma só refeição,
durante o dia, e em não comer coisas proibidas. 495) Nos dias de jejum, além da
única refeição, é proibido tomar qualquer outro alimento? Nos diasde jejum, a
Igreja permite uma pequena parva pela manhã, e uma ligeira refeição à noite,
ou, então, cerca do meio-dia, quando se deixa para a tarde a refeição maior.
496) Para que serve o jejum? Catecismo de São Pio X 96 O jejum serve para nos
dispor melhor para a oração, para fazer penitência dos pecados cometidos, e
para nos preservar de cometer outros novos. 497) Quem é obrigado a jejuar? São
obrigados a jejuar todos os cristãos, desde os vinte e um anos completos até
aos sessenta começados, se não estão dispensados ou escusados por legitimo
impedimento. A abstinência começa a obrigar aos catorze anos. 498) Estão também
dispensados de toda a mortificação os que não estão obrigados a jejuar? Os que
não estão obrigados a jejuar, nem por isso estão dispensados de toda a
mortificação, porque todos temos obrigação de fazer penitência. 499) Para que
fim foi instituída a Quaresma? A Quaresma foi instituída a fim de imitarmos, de
algum modo, o rigoroso jejum de quarenta dias que Jesus Cristo observou no
deserto, e a fim de nos prepararmos, por meio da penitência, para celebrar
santamente a festa da Páscoa. 500) Qual o fim do jejum do Advento? O jejum do
Advento foi instituído para nos dispor a celebrar santamente a festa do Natal
501) Para que foi instituído o jejum das Quatro Têmporas? O jejum das Quatro
Têmporas foi instituído para consagrar cada uma das quatro estações do ano com
a penitência de alguns dias; para pedir a Deus a conservação dos frutos da
terra; para Lhe dar graças pelos frutos já concedidos, e para Lhe pedir que dê
à sua Igreja santos ministros, que são ordenados nos sábados das Quatro
Têmporas. 502) Para que foi instituído o jejum das vigílias? O jejum das
vigílias foi instituído a fim de nos prepararmos para celebrar santamente as
festas principais. 503) Que nos proíbe a Santa Igreja nos dias de jejum e
abstinência? Quando a pessoa não está legitimamente dispensada, deve no dia de
jejum e abstinência tornar uma só refeição plena, podendo fazer duas outras
pequenas, uma pela manhã e outra à tarde, que evite grave dano, como, por
exemplo, uma forte dor de cabeça. Nos dias de abstinência, proíbe o uso da
carne e do caldo de carne. 504) Por que a Igreja quer que nos abstenhamos de
comer carne a sexta-feira? A fim de que façamos penitência todas as semanas, e
sobretudo à sexta-feira, em honra da Paixão de Jesus Cristo. Catecismo de São
Pio X 97 § 6o - Do quinto preceito da Igreja 505) Como se observa o quinto
preceito da Igreja: pagar dízimos segundo o costume? Observa-se o quinto
preceito: pagar dízimos segundo o costume, pagando aquelas ofertas ou
contribuições, que foram estabelecidas, para reconhecer o supremo domínio que
Deus tem sobre todas as coisas, e para sustentar os ministros do altar.
CAPÍTULO V Dos deveres particulares do próprio estado e dos conselhos
evangélicos § 1o - Dos deveres do próprio estado 506) Que vêm a ser os deveres
do próprio estado? Por deveres do próprio estado entendem-se aquelas obrigações
particulares que cada um tem por causa do seu estado, da sua condição e da
situação em que se acha. 507) Quem impôs aos diversos estados os seus deveres
particulares? Foi o mesmo Deus que impôs aos diversos estados os deveres
particulares, porque estes derivam dos seus divinos Mandamentos. 508)
Explicai-me com algum exemplo como os deveres particulares derivam dos Dez
Mandamentos No quarto Mandamento, sob o nome de pai e mãe, entendem-se também
todos osnossos superiores; assim deste Mandamento derivam todos os deveres de
obediência, de amor e de respeito dos inferiores para com os seus superiores e
todososdeveresde vigilância que têm os superiores sobre os seus inferiores.
509) De que Mandamentos derivam os deveres dos operários, dos comerciantes, dos
administradores de bens alheios e outros semelhantes? Os deveres de fidelidade,
de sinceridade, de justiça, de eqüidade, que eles têm, derivam do sétimo, do
oitavo e do décimo Mandamento, que proíbem toda a fraude, injustiça,
negligência e duplicidade. Catecismo de São Pio X 98 510) De que Mandamento
derivam os deveres das pessoas consagradas a Deus? Os deveres das pessoas
consagradas a Deus derivam do segundo Mandamento, que manda cumprir os votos e
as promessas feitas a Deus; visto como essas pessoas se obrigaram por esta
forma à observância de todos ou de alguns conselhos evangélicos. § 2o - Dos
conselhos evangélicos 511) Que são os conselhos evangélicos? Os conselhos
evangélicos são alguns meios sugeridos por Jesus Cristo no santo Evangelho,
para chegar à perfeição cristã. 512) Quais são os conselhos evangélicos? Os
conselhos evangélicos são: pobreza voluntária, castidade perpétua e obediência
inteira, ein tudo o que não seja pecado. 513) Para que servem os conselhos
evangélicos? Os conselhos evangélicos servem para facilitar a observância dos
Mandamentos e para assegurar melhor a salvação eterna. 514) Por que os
conselhos evangélicos facilitam a observância dos Mandamentos? Os conselhos
evangélicos facilitam a observância dos Mandamentos, porque nos ajudam a
desapegar o coração do amor dos bens terrenos, dos prazeres e das honras, e
assim nos afastam do pecado. Catecismo de São Pio
Quarta Parte Dos Sacramentos CAPÍTULO I Dos Sacramentos em geral §
1o - Natureza dos Sacramentos 515) De que trata a quarta parte da Doutrina
Cristã? A quarta parte da Doutrina Cristã trata dos Sacramentos. 516) Que se
entende pela palavra Sacramento ? Pela palavra Sacramento entende-se um sinal
sensível e eficaz da graça, instituído por Jesus Cristo, para santificar as
nossas almas. 517) Por que chamais aos Sacramentos sinais sensíveis e eficazes
da graça? Chamo aos Sacramentos sinais sensíveis e eficazes da graça, porque
todos os Sacramentos significam, por meio de coisas sensíveis, a graça divina
que eles produzem na nossa alma. 518) Explicai com um exemplo como os
Sacramentos são sinais sensíveis e eficazes da graça. No Batismo, o ato de
derramar a água sobre cabeça da pessoa, e aspalavras: Eu te batizo, isto é, eu
te lavo, em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo, são um sinal sensível
do que o Batismo opera na alma; porque assim como a água lava o corpo, assim a
graça, dada pelo Batismo, purifica a alma, do pecado. 519) Quantos e quais são
os Sacramentos? Os Sacramentos são sete, a saber: Batismo, Confirmação,
Eucaristia, Penitência, Extrema-Unção, Ordem e Matrimônio. 520) Quantas coisas
se requerem para fazer um Sacramento? Para fazer um Sacramento requerem-se a
matéria, a forma, e o ministro, que tenha intenção de fazer o que faz a Igreja.
Catecismo de São Pio X 100 521) Que é a matéria dos Sacramentos? A matéria
dosSacramentos é a coisa sensível que se emprega para os fazer; como, por
exemplo, a água natural no Batismo, o óleo e o bálsamo na Confirmação. 522) Que
é a forma dos Sacramentos? A forma dos Sacramentos são as palavras que se
proferem para os fazer. 523) Quem é o ministro dos Sacramentos? O ministro dos
Sacramentos é a pessoa que faz ou confere os Sacramentos. § 2o - Do efeito
principal dos Sacramentos, que é a graça 524) Que é a graça? A graça de Deus é
um dom interior, sobrenatural, que nos é dado sem merecimento algum da nossa
parte, mas pelos merecimentos de Jesus Cristo, ein ordem à vida eterna. 525)
Como se divide a graça? Divide-se a graça em: graça santificante, que se chama
também habitual; e graça atual. 526) Que é a graça santificante? A graça
santificante é um dom sobrenatural, inerente à nossa alma, que nos faz justos,
filhos adotivos de Deus e herdeiros do Paraíso. 527) Quantas espécies há de
graça santificante? Há duas espécies de graça santificante: graça primeira, e
graça segunda. 528) Que é a graça primeira? A graça primeira é aquela pela qual
o homem passa do estado de pecado rnortal ao estado de justiça, de amizade com
Deus. 529) E que é a graça segunda? A graça segunda é um aumento da graça
primeira. 530) Que é a graça atual? A graça atual é um dom sobrenatural que
ilumina nossa inteligência, move e fortalece a nossa vontade, a fim de que
pratiquemos o bem e evitemos o mal. Catecismo de São Pio X 101 531) Podemos nós
resistir à graça de Deus? Sim, podemos resistir à graça de Deus, porque ela não
destroi o nosso livre arbí- trio. 532) Com as nossas forças, podemos nós fazer
alguma coisa que nos seja útil para a vida eterna? Sem o auxílio da graça de
Deus, só com as nossas forças, não podemos fazer nada que nos seja útil para a
vida eterna. 533) Como nos comunica Deus a graça? Deus nos comunica a graça
principalmente por meio dos santos Sacramentos. 534) Além da graça
santificante, conferem-nos os Sacramentos mais outra graça? Os Sacramentos,
além da graça santificante, conferem também a graça sacramental. 535) Que é a
graça sacramental? A graça sacramental consiste no direito que se adquire,
recebendo qualquer Sacramento, de ter ein tempo oportuno as graças atuais
necessárias, para cumprir as obrigações que derivam do Sacramento recebido.
Assim, quando fomos batizados, recebemos o direi to a ter as graças necessárias
as para vi vermos cristãmente. 536) Dão sempre os Sacramentos a graça a quem os
recebe? Os Sacramentos dão sempre a graça, contanto que se recebam com as
disposições necessárias. 537) Quem deu aos Sacramentos a virtude de conferir a
graça? Foi Jesus Cristo que, por sua Paixão e Morte, deu aos Sacramentos a
virtude de conferir a graça. 538) Quais são os Sacramentos que conferem a
primeira graça santificante? Os Sacramentos que conferem a primeira graça
santificante, que nos faz amigos de Deus, são dois: Batismo e Penitência. 539)
Como se chamam, por este motivo, estes dois Sacramentos? Estes doisSacramentos,
isto é, o Batismo e a Penitência, chamam-se por este motivo Sacramentos de
mortos, porque são instituídos principalmente para restituir a vida da graça às
almas mortas pelo pecado. Catecismo de São Pio X 102 540) Quais são os Sacramentos
que aumentam a graça em quem a possui? Os Sacramentos que aumentam a graça em
quem a possui, são os outros cinco, isto é, a Confirmação, a Eucaristia, a
Extrema-Unção, a Ordem e o Matrimônio, os quais conferem a graça segunda. 541)
Como se chamam, por esse motivo, estes cinco Sacramentos? Estes cinco
Sacramentos, isto é, a Confirmação, a Eucaristia, a Extrema-Unção, a Ordem e o
Matrimônio, chamam-se Sacramentos de vivos, porque aqueles que os recebem,
devem estar isentos de pecado mortal, quer dizer, já vivos pela graça
santificante. 542) Que pecado comete quem recebe um Sacramento de vivos,
sabendo que não está em estado de graça? Quem recebe um Sacramento de vivos,
sabendo que não está em estado de graça, comete um grave sacrilégio. 543) Quais
são os Sacramentos mais necessários para nossa salvação? Os Sacramentos mais
necessários para nossa salvação, são dois: o Batismo e a Penitência; o Batismo
é necessário absolutamente para todos, e a Penitência é necessária para todos
aqueles que pecaram mortalmente depois do Batismo. 544) Qual é o maior de todos
os Sacramentos? O maior de todos os Sacramentos é o Sacramento da Eucaristia,
porque contém não só a graça, mas também ao mesmo Jesus Cristo, autor da graça
e dos Sacramentos. § 3o - Do caráter que imprimem alguns Sacramentos 545) Quais
são os Sacramentos que se podem receber uma só vez? OsSacramentosque se podem
receber uma só vez, são três: Batismo, Confirmação e Ordem. 546) Por que os
trêsSacramentos, Batismo, Confirmação e Ordem só se podem receber uma vez? Os
três Sacramentos, Batismo, Confirmação e Ordem, podem-se receber uma só vez,
porque imprimem caráter. 547) Que é o caráter que cada um destes três
Sacramentos imprime na alma? O caráter impresso na alma em cada um destes três
Sacramentos, é um sinal espiritual que nunca se apaga. Catecismo de São Pio X
103 548) Para que serve o caráter que estes três Sacramentos imprimem na alma?
O caráter que estes três Sacramentos imprimem na alma, serve para nos
distinguir, no Batismo como membros de Jesus Cristo, na Confirmação como seus
soldados, na Ordem como seus ministros. CAPÍTULO II Do Batismo § 1o - Natureza
e efeitos do Batismo 549) Que é o Sacramento do Batismo? O Batismo é o
Sacramento pelo qual renascemos para a graça de Deus, e nos tornamos cristãos.
550) Quais são os efeitos do Sacramento do Batismo? O Sacramento do Batismo
confere a primeira graça santificante, que apaga o pecado original e também o
atual, se o há; perdoa toda a pena por eles devida; imprime o caráter de
cristão; faz-nos filhos de Deus, membros da Igreja e herdeiros do Paraíso, e
torna-nos capazes de receber os outros Sacramentos. 551) Qual é a matéria do
Batismo? A matéria do Batismo é a água natural, que se derrama sobre a cabeça
do que é batizado, de maneira que escorra. 552) Qual é a forma do Batismo? A
forma do Batismo é esta: Eu te batizo em nome do Padre e do Filho e do Espí-
rito Santo. § 2 o - Ministro do Batismo 553) A quem compete batizar? Batizar
compete por direito aosBispose aospárocos; mas, em caso de necessidade,
qualquer pessoa pode batizar, seja homem ou seja mulher, e até um herege ou um
infiel, contanto que realize o rito do Batismo e tenha intenção de fazer o que
faz a Igreja. Catecismo de São Pio X 104 554) Se houver necessidade de batizar
uma pessoa que está em perigo de morte, e estiverem muitas pessoas presentes,
quem é que deverá batizar? Se houver necessidade de batizar alguém em perigo de
morte, e estiverem muitas pessoas presentes, deverá batizá-lo o Sacerdote, se
lá estiver; na sua falta, um eclesiástico de ordem inferior, e na falta deste,
o leigo homem de preferência à mulher, a não ser que a perícia maior da mulher
ou a decência exijam o contrário. 555) Que intenção deve ter quem batiza? Quem
batiza deve ter a intenção de fazer o que faz a Santa Igreja ao batizar. § 3o -
Rito do Batismo e disposições de quem o recebe já adulto 556) Como se batiza?
Batiza-se derramando água sobre a cabeça do batizando, ou, não podendo ser
sobre a cabeça, sobre qualquer outra parte principal do corpo, e dizendo ao mesmo
tempo: Eu te batizo em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo. 557) Se
alguém derramasse a água e outro proferisse as palavras, a pessoa ficaria
batizada? Se alguém derramasse a água, e outro proferisse as palavras, a pessoa
não ficaria batizada; é necessário que seja a mesma pessoa que derrame a água e
pronuncie as palavras. 558) Quando se duvida se a pessoa está morta, deve-se
deixar de batizá-la? Quando se duvida se a pessoa está morta, deve-se batizá-la
sob condição, dizendo: Se estás vivo, eu te batizo em nome do Padre e do Filho
e do Espírito Santo. 559) Quando se devem levar à Igreja as crianças para serem
batizadas? As crianças devem ser levadas à Igreja para serem batizadas, o mais
cedo possível. 560) Por que se deve ter tanta solicitude em levar as crianças
ao Batismo? Deve-se ter suma solicitude em levar a batizar as crianças, porque
elas pela sua tenra idade estão expostas a muitos perigos de morrer, e não
podem salvar-se sem o Batismo. 561) Pecam então os pais e as mães que, pela sua
negligência, deixam morrer os filhos sem Batismo ou simplesmente demoram em
fazê-lo? Sim, os pais e as mães, que pela sua negligência deixam morrer os
filhos sem Batismo, pecam gravemente, porque os privam da vida eterna; e pecam
também gravemen- Catecismo de São Pio X 105 te, demorando muito tempo o
Batismo, porque os expõem ao perigo de morrer sem o terem recebido. 562) Quando
o que se batiza é adulto, que disposições deve ter? O adulto que se batiza deve
ter, além da fé, a dor, pelo menos imperfeita, dos pecados mortais que tivesse
cometido. 563) Se um adulto se batizasse em pecado mortal, sem esta dor, que
receberia? Se um adulto se batizasse em pecado mortal, sem esta dor, receberia
o caráter do Batismo, mas não a remissão dos pecados, nem a graça santificante;
e estes efeitos ficariam suspensos, enquanto não fosse removido o impedimento
pela dor perfeita dos pecados ou pelo Sacramento da Penitência. § 4o -
Necessidade do Batismo e deveres dos batizados 564) É o Batismo necessário para
a salvação? O Batismo é absolutamente necessário para a salvação, porque o
Senhor disse expressamente: Quem não renascer na água e no Espírito Santo, não
poderá entrar no reino dos céus. 565) Pode suprir-se de algum modo a falta do
Batismo? A falta do Batismo pode supri-la o martírio, que se chama Batismo de
sangue, ou um ato de amor perfeito de Deus, ou de contrição, junto com o
desejo, ao menos implícito, do Batismo, e este ato chama-se Batismo de desejo.
566) A que fica obrigado quem recebe o Batismo? Quem recebe o Batismo, fica
obrigado a professar sempre a fé e a observar a lei de Jesus Cristo e da sua
Igreja. 567) A que se renuncia ao receber o santo Batismo? Ao receber o santo
Batismo renuncia-se para sempre ao demônio, às suas obras e às suas pompas.
568) Que se entende por obras e pompas do demônio? Por obras e pompas do
demônio, entendem-se os pecados e as máximas do mundo, contrárias às máximas do
Santo Evangelho. Catecismo de São Pio X 106 § 5o - Nome e padrinhos 569) Por
que se impõe o nome de um Santo ao que se batiza? Ao que se batiza, impõe-se o
nome de um Santo, para o pôr sob a especial prote- ção de um padroeiro celeste,
e para o animar a imitar-lhe os exemplos. 570) O que são os padrinhos e as
madrinhas do Batismo? Ospadrinhose asmadrinhasdo Batismo são aquelaspessoasque
por disposição da Igreja seguram as crianças junto à pia batismal, respondem
por elas, e ficam responsáveis, diante de Deus, pela educação cristã das
mesmas, especialmente se vierem a faltar os pais. 571) Somos nós obrigados a
cumprir as promessas e renúncias que por nós fizeram nossos padrinhos? Sim,
somos obrigados, sem dúvida, a cumprir as promessas e renúncias que por nós
fizeram os nossos padrinhos, porque Deus, só mediante estas condições, nos
recebeu na sua graça. 572) Que pessoas se devem escolher para padrinhos e
madrinhas? Devem escolher-se para padrinhos e madrinhas pessoas católicas e de
bons costumes, e observantes das leis da Igreja. 573) Quais são as obrigações
dos padrinhos e das madrinhas? Os padrinhos e as madrinhas são obrigados a
cuidar que os seus filhos espirituais sejam instruídos nas verdades da fé, e
vivam como bons cristãos, edificando-os com o bom exemplo. 574) Que vínculo
contraem os padrinhos do Batismo? Os padrinhos contraem um parentesco
espiritual com o batizado, e este parentesco origina impedimento de matrimônio
com o mesmo. CAPÍTULO III Da Confirmação ou Crisma 575) Que é o Sacramento da
Confirmação? A Confirmação, ou Crisma, é um Sacramento que nos dá o Espírito
Santo, imprime na nossa alma o caráter de soldados de Cristo, e nos faz
perfeitos cristãos. Catecismo de São Pio X 107 576) De que maneira o Sacramento
da Confirmação nos faz perfeitos cristãos? A Confirmação faz-nosperfeitos
cristãos, confirmando-nosna fé, e aperfeiçoando em nós as outras virtudes e os
dons recebidos no santo Batismo; e é por isso que se chama Confirmação. 577)
Quais são os dons do Espírito Santo que se recebem na Confirmação? Os dons do
Espírito Santo, que se recebem na Confirmação, são sete: 1 º Sabedoria, 2 º
Entendimento; 3 º Conselho; 4 º Fortaleza; 5 º Ciência; 6 º Piedade; 7 º Temor
de Deus. 578) Qual é a matéria deste Sacramento? A matéria deste Sacramento,
além da imposição das mãos do Bispo, é a unção feita na fronte da pessoa
batizada, com o santo Crisma; por isso, este Sacramento se chama também Crisma,
que significa Unção. 579) Que é o santo Crisma? O santo Crisma é óleo de
oliveira misturado com bálsamo, e consagrado pelo Bispo na Quinta-Feira Santa.
580) Que significam o óleo e o bálsamo neste Sacramento? Neste Sacramento, o óleo,
que se derrama e fortalece, significa a abundância da graça que se difunde na
alma do cristão para o confirmar na fé; e o bálsamo, que é aromático e preserva
da corrupção, significa que o cristão fortificado por esta graça é capaz de
difundir o bom aroma das virtudes cristãs, e de preservar-se da corrupção dos
vícios. 581) Qual é a forma do Sacramento da Confirmação? A forma atual do
Sacramento da Confirmação é esta: Recebe o sinal do dom do Espírito Santo, que
substituiu a antiga: Eu te assinalo com o sinal da Cruz, e te confirmo com o
Crisma da salvação, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Assim seja.
582) Quem é o ministro do Sacramento da Confirmação? O ministro ordinário do
Sacramento da Confirmação e só o Bispo. 583) Com que cerimônias administra o
Bispo a Confirmação? O Bispo, para administrar o Sacramento da Confirmação,
primeiro estende as mãos sobre os que estão para se crismar, invocando sobre
eleso Espírito Santo; em segui- Catecismo de São Pio X 108 da faz uma unção em
forma de cruz com o santo Crisma na fronte de cada um, dizendo aspalavrasda
forma; depois, com a mão direita, dá uma leve bofetada na face do crismado,
dizendo: A paz seja contigo; e no fim abençoa solenemente todos os crismados.
584) Por que se faz a unção na fronte? Faz-se a unção na fronte, onde aparecem
os sinais do temor e da vergonha, a fim de que o crismado entenda que não deve
envergonhar-se do nome e da profissão de cristão, nem ter medo dos inimigos da
fé. 585) Por que se dá uma leve bofetada na face do crismado? Dá-se uma leve
bofetada na face do crismado para que saiba que deve estar pronto a sofrer
todas as afrontas e todas as penas pela fé e amor de Jesus Cristo. 586) Devem
todos procurar receber o Sacramento da Confirmação? Sim, todos devem procurar
receber o Sacramento da Confirmação e fazer que os seus subordinados o recebam.
587) Em que idade é conveniente receber o Sacramento da Confirmação? A idade em
que é conveniente receber o Sacramento da Confirmação é a de sete anos, pouco
mais ou menos, porque então costumam começar as tentações e já se pode conhecer
bastante a graça deste Sacramento, e conservar-se a lembrança de tê-lo
recebido. 588) Que disposições se requerem para receber o Sacramento da
Confirmação? Para receber dignamente o Sacramento da Confirmação é necessário
estar em estado de graça, saber os mistérios principais da nossa santa Fé, e
aproximar-se deste Sacramento com reverência e devoção. 589) Cometeria pecado
quem recebesse a Confirmação segunda vez? Cometeria um sacrilégio, porque a Confirmação
é um daqueles Sacramentos que imprimem caráter na alma e que portanto só se
podem receber uma vez. 590) Que deve fazer o cristão para conservar a graça da
Confirmação? Para conservar a graça da Confirmação, o cristão deve orar
freqüentemente, fazer boas obras, e viver segundo a lei de Jesus Cristo, sem
respeito humano. 591) Por que também na Confirmação há padrinhos e madrinhas?
Para que estes, com as palavrase com osexemplos, orientem o crismado no caminho
da salvação e o auxiliem nos combates espirituais. Catecismo de São Pio X 109
592) Que condições se requerem no padrinho? O padrinho deve ser de idade
conveniente, católico, crismado, instruído nas coisas mais necessárias da
religião e de bons costumes; e deve ser do mesmo sexo que o crismado. 593)
Contrai algum parentesco com o crismado o padrinho de Crisma? Sim, o padrinho
de Crisma contrai parentesco espiritual com o crismado; mas este parentesco não
é impedimento para o matrimônio. CAPÍTULO IV Da Santíssima Eucaristia §1o - Da
natureza da Santíssima Eucaristia e da presença real de Jesus Cristo neste
Sacramento 594) Que é o Sacramento da Eucaristia? A Eucaristia é um Sacramento
que, pela admirável conversão de toda a substância do pão no Corpo de
JesusCristo, e de toda a substância do vinho no seu precioso Sangue, contém
verdadeira, real e substancialmente o Corpo, Sangue, Alma e Divindade do mesmo
Jesus Cristo Nosso Senhor, debaixo das espécies de pão e de vinho, para ser
nosso alimento, espiritual. 595) Está na Eucaristia o mesmo Jesus Cristo que
está no Céu e que nasceu, na terra, da Santíssima Virgem? Sim, na Eucaristia
está verdadeiramente o mesmo Jesus Cristo que está no Céu e que nasceu, na
terra, da Santíssima Virgem Maria. 596) Por que acreditais que no Sacramento da
Eucaristia está verdadeiramente Jesus Cristo? Eu acredito que no Sacramento da
Eucaristia está verdadeiramente presente Jesus Cristo, porque Ele mesmo o
disse, e assim no-lo ensina a Santa Igreja. 597) Qual é a matéria do Sacramento
da Eucaristia? A matéria do Sacramento da Eucaristia é a que foi empregada por
Jesus Cristo. a saber: o pão de trigo e o vinho de uva. Catecismo de São Pio X
110 598) Qual é a forma do Sacramento da Eucaristia? A forma do Sacramento da
Eucaristia são as palavras usadas por Jesus Cristo: Isto é o meu Corpo: este é
o meu Sangue. 599) Que é a hóstia antes da consagração? A hóstia antes da
consagração é pão de trigo. 600) Depois da consagração, que é a hóstia? Depois
da consagração, a hóstia é o verdadeiro Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo,
debaixo das espécies de pão. 601) Que está no cálice antes da consagração? No
cálice, antes da consagração, está vinho com algumas gotas de água. 602) Depois
da consagração, que há no cálice? Depois da consagração, há no cálice o
verdadeiro Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, debaixo das espécies de vinho.
603) Quando se faz a mudança do pão no Corpo, e do vinho no Sangue de Jesus
Cristo? A conversão do pão no Corpo, e do vinho no Sangue de JesusCristo,
faz-se precisamente no ato em que o sacerdote, na santa Missa, pronuncia as
palavras da consagra- ção. 604) Que é a consagração? A consagração é a
renovação, por meio do sacerdote, do milagre operado por Jesus Cristo na última
Ceia, quando mudou o pão e o vinho no seu Corpo e no seu Sangue adorável, por
estas palavras: Isto é o meu Corpo; este é o meu Sangue. 605) Como é chamada
pela Igreja a miraculosa conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de
Jesus Cristo? A miraculosa conversão, que todos os dias se opera sobre os
nossos altares. é chamada pela Igreja transubstanciação. 606) Quem deu tanta
virtude às palavras da consagração? Foi o mesmo Jesus Cristo Nosso Senhor, Deus
onipotente, que deu tanta virtude às palavras da consagração. 607) Depois da
consagração não fica ainda alguma coisa do pão e do vinho? Depois da
consagração ficam só as espécies do pão e do vinho. Catecismo de São Pio X 111
608) Que são as espécies do pão e do vinho? Dizem-se espécies a quantidade e as
qualidades sensíveis do pão e do vinho, como a figura, a cor, o sabor. 609) De
que maneira podem ficar as espécies do pão e do vinho sem a sua substância? As
espécies do pão e do vinho ficam maravilhosamente sem a sua substância por
virtude de Deus Onipotente. 610) Debaixo das espéciesde pão está só o Corpo de
JesusCristo, e debaixo dasespécies de vinho está só o seu Sangue? Tanto debaixo
dasespéciesde pão, corno debaixo dasespéciesde vinho, está Jesus Cristo vivo e
todo inteiro com seu Corpo, Sangue. Alma e Divindade. 611) Podereis dizer-me
por que tanto na hóstia como no cálice está Jesus Cristo todo inteiro? Tanto na
hóstia como no cálice está Jesus Cristo todo inteiro, porque Ele está na
Eucaristia vivo e imortal como no céu; por isso onde está o seu Corpo, está
também o seu Sangue, sua Alma e sua Divindade; e onde está seu Sangue está
também seu Corpo, sua Alma e sua Divindade, pois tudo isto é inseparável em
Jesus Cristo. 612) Quando Jesus está na hóstia, deixa de estar no Céu? Quando
Jesus está na hóstia, não deixa de estar no Céu, mas encontra-se ao mesmo tempo
no Céu e no Santíssimo Sacramento. 613) Jesus Cristo está presente em todas as
hóstias consagradas do mundo? Sim, Jesus está presente ein todas as hóstias
consagradas. 614) Como é possível que Jesus Cristo esteja em todas as hóstias
consagradas? Jesus Cristo está em todas as hóstias consagradas, por efeito da
onipotência de Deus, a quem nada é impossível. 615) Quando se parte a hóstia,
parte-se também o Corpo de Jesus Cristo? Quando se parte a hóstia, não se parte
o Corpo de Jesus Cristo, mas partem-se somente as espécies do pão. 616) Em que
parte da hóstia fica o Corpo de Jesus Cristo? O Corpo de Jesus Cristo fica
inteiro em todas e em cada uma das partes em que a hóstia foi dividida. 617)
Está Jesus Cristo tanto numa hóstia grande como na partícula de uma hóstia?
Tanto numa hóstia grande, como na partícula de uma hóstia, está sempre o mesmo
Jesus Cristo. Catecismo de São Pio X 112 618) Por que motivo se conserva nas
igrejas a Santíssima Eucaristia? Conserva-se nas igrejas a Santíssima
Eucaristia, a fim de ser adorada pelos fiéis, e levada aos enfermos, quando for
necessário. 619) Deve-se adorar a Eucaristia? A Eucaristia deve ser adorada por
todos, porque Ela contém verdadeira, real e substancialmente o mesmo Jesus
Cristo Nosso Senhor. § 2o - Da instituição e dos efeitos do Sacramento da Eucaristia
620) Quando instituiu Jesus Cristo o Sacramento da Eucaristia? JesusCristo
instituiu o Sacramento da Eucaristia na última ceia que celebrou com seus
discípulos, na noite que precedeu sua Paixão. 621) Por que instituiu Jesus
Cristo a Santíssima Eucaristia? Jesus Cristo instituiu a Santíssima Eucaristia,
por três razões principais: 1 º para ser o sacrifício da nova lei; 2 º para ser
alimento da nossa alma; 3 º para ser um memorial perpétuo da sua Paixão e
Morte, e um penhor precioso do seu amor para conosco e da vida eterna. 622) Por
que Jesus Cristo instituiu este Sacramento debaixo das espécies de pão e de
vinho? Jesus Cristo instituiu este Sacramento debaixo das espécies de pão e de
vinho, porque a Eucaristia devia ser nosso alimento espiritual, e era por isso
conveniente que nos fosse dada em forma de comida e de bebida. 623) Que efeitos
produz em nós a Santíssima Eucaristia? Os principais efeitos que a Santíssima
Eucaristia produz em quem a recebe dignamente são estes: 1 º conserva e aumenta
a vida da alma, que é a graça, como o alimento material sustenta e aumenta a
vida do corpo; 2 º perdoa os pecados veniais e preserva dos mortais; produz
consolação espiritual. 624) Não produz em nós a Santíssima Eucaristia outros
efeitos? Sim. A Santíssima Eucaristia produz em nós outros três efeitos, a
saber: 1 º enfraquece as nossas paixões, e em especial amortece em nós o fogo
da concupiscência; Catecismo de São Pio X 113 2º aumenta em nós o fervor e
ajuda-nos a proceder em conformidade com os desejos de Jesus Cristo; 3 º dá-nos
um penhor da glória futura e da ressurreição do nosso corpo. § 3.o - Das
disposições necessárias para bem comungar 625) Produz o Sacramento da
Eucaristia sempre em nós os seus maravilhosos efeitos? O Sacramento da
Eucaristia produz em nós os seus maravilhosos efeitos, quando o recebemos com
as devidas disposições. 626) Quantas coisas são necessárias para fazer uma
comunhão bem feita? Para fazer uma comunhão bem feita, são necessárias três
coisas: 1 º estar em estado de graça; 2 º estar em jejum desde uma hora antes
da comunhão; 3 º saber o que se vai receber e aproximar-se da sagrada Comunhão
com devoção. 627) Que quer dizer: estar em estado de graça? Estar em estado de
graça quer dizer: ter a consciência limpa de todo o pecado mortal. 628) Que
deve fazer antes de comungar quem sabe que está em pecado mortal? Quem sabe que
está em pecado mortal, deve fazer uma boa confissão antes de comungar; porque
para quem está em pecado mortal, não basta o ato de contrição perfeita, sem a
confissão, para fazer uma comunhão bem feita, 629) Por que não basta o ato de
contrição perfeita, a quem sabe que está em pecado mortal, para poder comungar?
Porque a Igreja ordenou, em sinal de respeito a este Sacramento, que quem é
culpado de pecado mortal, não ouse receber a Comunhão, sem primeiro se
confessar. 630) Quem comungasse em pecado mortal, receberia a Jesus Cristo?
Quem comungasse em pecado mortal, receberia a JesusCristo, mas não a sua gra-
ça; pelo contrário, cometeria sacrilégio e incorreria na sentença de
condenação. 631) Em que consiste o jejum eucarístico? O jejum eucarístico
consiste em abster-se de qualquer espécie de comida ou bebida, exceto a água
natural, que, na atual disciplina eucarística, não quebra o jejum. Catecismo de
São Pio X 114 632) Pode comungar quem engoliu restos de comida presos aos
dentes? Quem engoliu restos de comida presos aos dentes, pode comungar, porque
já não são tomados como alimentos ou perderam tal condição. 633) Quem não está
em jejum, pode comungar alguma vez? Comungar sem estar em jejum é permitido aos
doentes que estão em perigo de morte, e aos que obti prolongada. A comunhão
feita pelos doentes em perigo de morte chama-se Viático, porque os sustenta na
viagem que eles fazem desta vida à eternidade. 634) Que querem dizer as
palavras: saber o que se vai receber? Saber o que se vai receber quer dizer:
conhecer o que ensina com respeito a este Sacramento a Doutrina Cristã e
acreditá-lo firmemente. 635) Que quer dizer: comungar com devoção? Comungar com
devoção quer dizer: aproximar-se da sagrada Comunhão com humildade e modéstia,
tanto na própria pessoa como no vestir, e fazer a preparação antes e a ação de
graças depois da Comunhão. 636) Em que consiste a preparação antes da Comunhão?
A preparação antes da Comunhão consiste em nos entretermos algum tempo a
considerar quem é Aquele que vamos receber e quem somosnós; e em fazer atosde
fé, de esperança, de caridade, de contrição, de adoração, de humildade e de
desejo de receber a Jesus Cristo. 637) Em que consiste a ação de graças depois
da Comunhão? A ação de graças depois da Comunhão consiste em nos conservarmos
recolhidos a honrar a presença do Senhor dentro de nósmesmos, renovando os
atosde fé, de esperan- ça, de caridade, de adoração, de agradecimento, de
oferecimento e de súplica, pedindo sobretudo aquelas graças que são mais
necessárias para nós e para aqueles por quem somos obrigados a orar. sobretudo
licença especial em razão de moléstia 638) Que se deve fazer no dia da
Comunhão? No dia da Comunhão deve-se manter, o mais possível, o recolhimento,
ocupar-se em obras de piedade, bem como cumprir com grande esmero os deveres de
estado. 639) Depois da sagrada Comunhão, quanto tempo permanece Jesus Cristo em
nós? Depois da sagrada Comunhão, Jesus Cristo permanece em nós com a sua graça
enquanto se não peca mortalmente; e com a sua presença real permanece em nós
enquanto se não consomem as espécies sacramentais. Catecismo de São Pio X 115 §
4.o - Da maneira de comungar 640) Como devemos apresentar-nos no ato de receber
a sagrada Comunhão? No ato de receber a sagrada Comunhão devemos estar de
joelhos, com a cabeça medianamente levantada, com os olhos modestos e voltados
para a sagrada Hóstia, com a boca suficientemente aberta e com a língua um
pouco estendida sobre o lábio inferior. Senhoras e meninas devem estar com a
cabeça coberta. 641) Como se deve segurar a toalha ou a patena da Comunhão? A
toalha ou a patena da Comunhão deve-se segurar de maneira que recolha a sagrada
Hóstia, caso ela viesse a cair. 642) Quando se deve engolir a sagrada Hóstia?
Devemos procurar engolir a sagrada Hóstia o mais depressa possível, e convém
abster-nos de cuspir algum tempo. 643) Se a sagrada Hóstia se pegar ao céu da
boca, que se deve fazer? Se a sagrada Hóstia se pegar ao céu da boca, é preciso
despegá-la com a língua, nunca porém com os dedos. § 5.o - Do preceito da
comunhão 644) Quando há obrigação de comungar? Há obrigação de comungar todos
os anos pelei Páscoa, na própria paróquia, e além disso em perigo de morte.
645) Em que idade começa a obrigar o preceito da Comunhão pascal? O preceito da
Comunhão pascal começa a obrigar na idade em que a criança é capaz de recebê-la
com as devidas disposições. 646) Pecam aqueles que têm idade capaz para serem
admitidos à Comunhão e não comungam? Aqueles que, tendo a idade capaz para
serem admitidos à Comunhão, não comungam, ou porque não querem, ou porque não
estão instruídos por sua culpa, pecam Catecismo de São Pio X 116 sem dúvida.
Pecam outrossim os seus pais, ou quem lhes faz as vezes, se o adiamento da
Comunhão se dá por sua culpa, e hão de dar por isso severas contas a Deus. 647)
É coisa boa e útil comungar freqüentemente? É coisa ótima comungar
freqüentemente e até todos os dias, contanto que se faça com as devidas
disposições. 648) Qual a freqüência com que se deve comungar? Pode-se comungar
tão freqüentemente quanto o permita o conselho de um confessor piedoso e douto.
CAPÍTULO V Do Santo Sacrifício da Missa § 1.o - Da essência, da instituição e
dos fins do Santo Sacrifício da Missa 649) Deve considerar-se a Eucaristia só
como Sacramento? A Eucaristia não é somente um Sacramento; é também o
sacrifício permanente da Nova Lei, que Jesus Cristo deixou à Igreja, para ser
oferecido a Deus pelas mãos dos seus sacerdotes. 650) Em que consiste em geral
o sacrifício? O sacrifício, em geral, consiste em oferecer a Deus uma coisa
sensível, e destruí-la de alguma maneira, para reconhecer o supremo domínio que
Ele tem sobre nós e sobre todas as coisas. 651) Como se chama este sacrifício
da Nova Lei? Este sacrifício da Nova Lei chama-se a santa Missa. 652) Que é
então a santa Missa? A santa Missa é o sacrifício do Corpo e do Sangue de Jesus
Cristo, oferecido sobre os nossos altares, debaixo das espécies de pão e de
vinho, ein memória do sacrifício da Cruz. Catecismo de São Pio X 117 653) É o
Sacrifício da Missa o mesmo que o da Cruz? O Sacrifício da Missa é
substancialmente o mesmo que o da Cruz, porque o mesmo Jesus Cristo, que se
ofereceu sobre a Cruz, é que se oferece pelas mãos dos sacerdotes seus
ministros, sobre os nossos altares, mas quanto ao modo por que é oferecido, o
sacrifício da Missa difere do sacrifício da Cruz, conservando todavia a relação
mais íntima e essencial com ele. 654) Que diferença, pois, e que relação há
entre o Sacrifício da Missa e o da Cruz? Entre o Sacrifício da Missa e o
sacrifício da Cruz há esta diferença e esta relação: que Jesus Cristo sobre se
ofereceu derramando o seu sangue e merecendo para nós; ao passo que sobre os
altares Ele se sacrifica sem derramamento de sangue, e nos aplica os frutos da
sua Paixão e Morte. 655) Que outra relação tem o Sacrifício da Missa com o da
Cruz? Outra relação do Sacrifício da Missa com o da Cruz é que o Sacrifício da
Missa representa de modo sensível o derramamento do Sangue de Jesus Cristo na
Cruz; porque em virtude das palavras da consagração só o Corpo de nosso
Salvador se torna presente debaixo das espécies de pão, e debaixo das espécies
de vinho, só o seu Sangue; entretanto, pela concomitância natural e pela união
hipostática, está presente, debaixo de cada uma das espécies, Jesus Cristo todo
inteiro, vivo e verdadeiro. 656) Não é porventura o Sacrifício da Cruz o único
sacrifício da Nova Lei? O Sacrifício da Cruz é o único sacrifício da Nova Lei,
porquanto por ele Nosso Senhor aplacou a Justiça Divina, adquiriu todos os
merecimentos necessários para nos salvar, e assim consumou da sua parte a nossa
redenção. São estes merecimentos que Ele nos aplica pelos meios que instituiu
na sua Igreja, entre os quais está o Santo Sacrifício da Missa. 657) Para que
fins se oferece o Santo Sacrifício da Missa? Oferece-se a Deus o Santo
Sacrifício da Missa para quatro fins: 1 º para honrá-Lo como convém, e sob este
ponto de vista o sacrifício é latrêutico; 2 º para Lhe dar graças pelos seus
benefícios, e sob este ponto de vista o sacrifício é eucarístico; 3 º para
aplacá-Lo, dar-Lhe a devida satisfação pelos nossos pecados, para sufragar as
almas do Purgatório, e sob este ponto de vista o sacrifício é propiciatório; 4
º para alcançar todas as graças que nos são necessárias, e sob este ponto de
vista o sacrifício é impetratório. 658) Quem oferece a Deus o Santo Sacrifício
da Missa? O primeiro e principal oferente do Santo Sacrifício da Missa é Jesus
Cristo, e o sacerdote é o ministro que em nome de Jesus Cristo oferece este
sacrifício ao Eterno Padre. Catecismo de São Pio X 118 659) Quem instituiu o
Santo Sacrifício da Missa? Foi o próprio Jesus Cristo que instituiu o Santo
Sacrifício da Missa, quando instituiu o Sacramento da Eucaristia, e disse que
fosse ele feito em memória da sua Paixão. 660) A quem se oferece o Santo
Sacrifício da Missa? O Santo Sacrifício da Missa oferece-se só a Deus. 661) Se
a santa Missa se oferece só a Deus, por que se celebram tantas Missas em honra
da Santíssima Virgem e dos Santos? A missa celebrada em honra da Santíssima
Virgem e dos Santos é sempre um sacrifício oferecido só a Deus; diz-se, porém,
celebrada em honra da Santíssima Virgem e dos Santos, para louvar a Deus neles
pelos dons que lhes concedeu, e para alcançar, pela intercessão deles, em maior
abundância, as graças de que necessitamos. 662) Quem participa dos frutos da
Missa? Toda a Igreja participa dos frutos da Missa, mas particularmente: 1 º o
sacerdote e os que assistem à Missa, os quais se consideram unidos ao
sacerdote; 2 º aqueles por quem se aplica a Missa, e podem ser tanto vivos como
defuntos. § 2o - Do modo de assistir à Missa 663) Quantas coisas são
necessárias para ouvir bem e com fruto a santa Missa? Para ouvir bem e com
fruto a santa Missa são necessárias duas coisas: 1 º modéstia exterior, 2 º
devoção interior. 664) Em que consiste a modéstia exterior? A modéstia exterior
consiste particularmente em estar modestamente vestido, em observar o silêncio
e o recolhimento, e em estar, quanto possível, de joelhos, excetuando o tempo
dos dois evangelhos, que se ouvem estando de pé. 665) Ao ouvir a santa Missa
qual é o melhor modo de praticar a devoção interior? O melhor modo de praticar
a devoção interior ao ouvir a santa Missa é o seguinte: Unir-se, desde o
começo, a própria intenção à do sacerdote, oferecendo a Deus o Santo Sacrifício
para os fins por que foi instituído; 2 º acompanhar o sacerdote em cada uma das
orações e ações do Sacrifício; 3 º meditar a Paixão e morte de Jesus Cristo e
detestar, de todo o coração, os pecados que Lhe deram causa; 4 º fazer a
comunhão sacramental, ou ao menos a espiritual, ao tempo em que o sacerdote
comunga. Catecismo de São Pio X 119 666) Que é a Comunhão espiritual? A
Comunhão espiritual é um grande desejo de se unir sacramentalmente a Jesus
Cristo, dizendo por exemplo: Meu Senhor JesusCristo, eu desejo de todo o meu
coração unir-me a Vós agora e por toda a eternidade ; e fazendo os mesmos atos
que se fazem antes e depois da Comunhão sacramental. 667) Impede ouvir a Missa
com fruto a recitação do Rosário ou de outras orações durante o Santo
Sacrifício? A recitação destas orações não impede ouvir com fruto a Missa,
desde que haja um esforço possível de seguir as cerimônias do Santo Sacrifício.
668) É coisa boa também rezar pelos outros, quando se assiste à Santa Missa? É
coisa boa rezar também pelos outros, quando se assiste à santa Missa; e até o
tempo da santa Missa é o mais oportuno para rezar pelos vivos e pelos mortos.
669) Terminada a Missa, que se deve fazer? Terminada a Missa, devemos dar
graças a Deus por nos ter concedido a graça de assistir a este grande
sacrifício e pedir-Lhe perdão das faltas cometidas enquanto a assistí- amos.
CAPÍTULO VI Da Penitência § 1o - Da Penitência em geral 670) Que é o Sacramento
da Penitência? A Penitência, chamada também Confissão, é o Sacramento
instituído por Jesus Cristo para perdoar os pecados cometidos depois do
Batismo. 671) Por que se dá a este Sacramento o nome de Penitência? Dá-se a
este Sacramento o nome de Penitência, porque, para obter o perdão dos pecados,
é necessário detestá-los com arrependimento e porque quem cometeu uma falta
deve sujeitar-se à pena que o Sacerdote impõe. 672) Por que este Sacramento se
chama também Confissão? Catecismo de São Pio X 120 Chama-se este Sacramento também
Confissão, porque, para alcançar o perdão dos pecados, não basta i detestá-los,
mas é necessário acusar-se deles ao Sacerdote, isto é, confessá-los. 673)
Quando Jesus Cristo instituiu o Sacramento da Penitência? Jesus Cristo
instituiu o Sacramento da Penitência no dia da sua Ressurreição, quando, depois
de entrar no cenáculo, deu solenemente aos seus Apóstolos o poder de perdoar os
pecados. 674) Como deu Jesus Cristo aos seus Apóstolos o poder de perdoar os
pecados? JesusCristo deu aos seusApóstoloso poder de perdoar ospecados,
soprando sobre eles, e dizendo: Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem
perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem os retiverdes
ser-lhes-ão retidos. 675) Qual é a matéria do Sacramento da Penitência? Distingue-se
a matéria do Sacramento da Penitência em remota e próxima. A remota é
constituída pelos pecados cometidos pelo penitente depois do Batismo, e a maté-
ria próxima são os atos do próprio penitente, isto é, a contrição, a acusação e
a satisfação. 676) Qual é a forma do Sacramento da Penitência? A forma do
Sacramento da Penitência é esta: Eu te absolvo dos teus pecados. 677) Quem é o
ministro do Sacramento da Penitência? O ministro do Sacramento da Penitência é
o Sacerdote aprovado pelo Bispo para ouvir confissões. 678) Por que o Sacerdote
deve ser aprovado pelo Bispo? O Sacerdote deve ser aprovado pelo Bispo para
ouvir confissões, porque, para administrar validamente este Sacramento, não
basta o poder da Ordem, mas é necessário também o poder de jurisdição, isto é,
a faculdade de julgar, que deve ser dada pelo Bispo. 679) Quantas são as partes
do Sacramento da Penitência? As partes do Sacramento da Penitência são: a
contrição, a confissão e a satisfação da parte do pecador, a absolvição da
parte do sacerdote. 680) Que é a contrição ou a dor dos pecados? A contrição ou
a dor dospecados é um desgosto da alma, pelo qual se detestam os pecados
cometidos, e se propõe não os tornar a cometer no futuro. 681) Que quer dizer
esta palavra contrição? A palavra contrição quer dizer fratura ou
despedaçamento, como quando uma pedra é esmagada e reduzida a pó. Catecismo de
São Pio X 121 682) Por que se dá o nome de contrição à dor dos pecados? Dá-se o
nome de contrição à dor dos pecados, para significar que o coração duro do
pecador em certo modo se despedaça pela dor de ter ofendido a Deus. 683) Em que
consiste a confissão dos pecados? A confissão consiste na acusação distinta dos
nossos pecados ao confessor, para dele recebermos a absolvição e a penitência.
684) Por que é que a confissão se chama acusação? Chama-se a confissão
acusação, porque não deve ser uma narração indiferente, mas sim uma verdadeira
e dolorosa manifestação dos próprios pecados. 685) Que é a satisfação ou
penitência? A satisfação ou penitência é a oração ou outra boa obra, que o
confessor impõe ao pecador em expiação dos seus pecados. 686) Que é a
absolvição? A absolvição é a sentença que o Sacerdote pronuncia em nome de
Jesus Cristo, para perdoar os pecados ao pecador. 687) Das partes do Sacramento
da Penitência, qual é a mais necessária? Das partes do Sacramento da
Penitência, a mais necessária é a contrição, porque sem ela nunca se pode obter
o perdão dos pecados, e com ela só, quando é perfeita, pode obter-se o perdão,
contanto que esteja unida com o desejo, ao menos implícito, de confessar-se. §
2 o - Dos efeitos e da necessidade do Sacramento da Penitência e das
disposições para bem recebê-lo 688) Quais são os efeitos do Sacramento da
Penitência? O Sacramento da Penitência confere a graça santificante, com a qual
são perdoados os pecados mortais e também os veniais que se confessaram e de
que haja arrependimento; comuta a pena eterna em temporal, da qual também é
perdoada uma parte maior ou menor, conforme as disposições do penitente; faz
reviver o mereci . mento das boas obras feitas antes de se cometer o pecado
mortal; dá à alma auxílios oportunos para não recair no pecado e restitui a paz
à consciência. 689) É o Sacramento da Penitência necessário a todos para se
salvarem? Catecismo de São Pio X 122 O Sacramento da Penitência é necessário,
para se salvarem, a todos aqueles que, depois do Batismo, cometeram algum
pecado mortal. 690) É bom confessar-se com freqüência? Confessar-se com
freqüência é coisa ótima, porque o Sacramento da Penitência, além de apagar os
pecados, dá as graças necessárias para evitá-los no futuro. 691) Tem o
Sacramento da Penitência virtude de per. doar todos os pecados, por muitos e
grandes que sejam? Sim, o Sacramento da Penitência tem virtude de perdoar todos
os pecados, por muitos e grandes que sejam, contanto que se receba com as
devidas disposições. 692) Quantas coisas são necessárias para fazer uma
confissão bem feita? Para fazer uma boa confissão, são necessárias cinco
coisas: 1 º exame de consciência; 2 º dor de ter ofendido a Deus; 3 º propósito
de nunca mais pecar; 4 º acusação dos próprios pecados; 5 º satisfação ou
penitência. 693) Que devemos fazer, antes de tudo, para bem nos confessarmos?
Para bem nos confessarmos devemos, antes de tudo, pedir de todo o coração ao Senhor
que nos dê luz para conhecer todos os nossos pecados e força para os detestar.
§ 3o - Do exame de consciência 694) Que é o exame de consciência? O exame de
consciência é uma diligente investigação dos pecados que se cometeram, desde a
última confissão bem feita. 695) Como se faz o exame de consciência? Faz-se o
exame de consciência trazendo diligentemente à memória, na presença de Deus,
todos os pecados ainda não confessados, cometidos por pensamentos, palavras,
obras e omissões contra os Mandamentos de Deus e da Igreja, e contra as
obrigações do próprio estado. 696) Sobre que mais coisas devemos examinar-nos?
Devemos examinar-nos também sobre os maus hábitos e sobre as ocasiões de
pecado. Catecismo de São Pio X 123 697) No exame, devemos investigar também o
número dos pecados? No exame devemos investigar também o número dos pecados
mortais. 698) Que é necessário para que um pecado seja mortal? Para que um
pecado seja mortal são necessárias três coisas: matéria grave, plena
advertência e consentimento perfeito da vontade. 699) Quando há matéria grave?
Há matéria grave, quando se trata de uma coisa notavelmente contrária à Lei de
Deus e da Igreja. 700) Quando há plena advertência no pecado? Há plena
advertência no pecado, quando se conhece perfeitamente que se faz um mal grave.
701) Quando, no pecado, há o consentimento perfeito da vontade? Ha. no pecado,
o consentimento perfeito da vontade, quando se quer fazer deliberadamente uma
coisa, embora se reconheça que é culpável. 702) Que diligência se deve usar no
exame de consciência? No exame de consciência deve usar-se aquela diligência
que se usaria em um negócio de grande importância. 703) Quanto tempo se deve
empregar no exame de consciência? Deve empregar-se no exame de consciência mais
ou menos tempo, conforme a necessidade, isto é, conforme o número e a qualidade
dos pecados que sobrecarregam a consciência, e conforme o tempo decorrido desde
a última confissão bem feita. 704) Como se pode facilitar o exame para a
confissão? Facilita-se o exame para a confissão, fazendo todasasnoiteso exame
de consciência sobre as ações do dia. § 4o - Da dor ou arrependimento 705) Que
é a dor dos pecados? A dor dos pecados consiste num desgosto e numa detestação
sincera da ofensa feita a Deus. 706) De quantas espécies é a dor? A dor é de
duas espécies: perfeita ou de contrição; imperfeita ou de atrição. Catecismo de
São Pio X 124 707) Que é a dor perfeita ou de contrição? A dor perfeita é o
desgosto de ter ofendido a Deus, porque Deus é infinitamente bom e digno, por
Si mesmo, de ser amado sobre todas as coisas. 708) Por que se chama perfeita a
dor de contrição? Chama-se perfeita a dor de contrição por duas razões: 1º
porque se refere exclusivamente à bondade de Deus, e não ao nosso proveito ou
prejuízo; 2º porque nos faz alcançar imediatamente o perdão dos pecados,
ficando-nos porém a obrigação de nos confessarmos. 709) Então a dor perfeita
alcança-nos o perdão dos pecados independentemente da confissão? A dor perfeita
não nos alcança o perdão dos pecados independentemente da confissão, porque
sempre inclui a vontade de se confessar. 710) Por que a dor perfeita, ou
contrição, produz este efeito de nos conceder o estado de graça? A dor
perfeita, ou contrição, produz este efeito, porque procede da caridade, que não
pode encontrar-se na alma juntamente com o pecado mortal. 711) Que é a dor
imperfeita ou de atrição? A dor imperfeita ou de atrição é aquela pela qual nos
arrependemosde ter ofendido a Deus como nosso supremo Juiz, isto é, por temor
dos castigos que merecemos e nos esperam nesta ou na outra vida, ou pela
própria fealdade do pecado. 712) Que condições deve ter a dor para ser boa? A
dor, para ser boa, deve ter quatro condições: deve ser interna, sobrenatural,
suma e universal. 713) Que quer dizer: a dor deve ser interna? Quer dizer que
deve estar no coração e na vontade, e não só nas palavras. 714) Por que a dor
deve ser interna? A dor deve ser interna, porque a vontade, que se afastou de
Deus com o pecado, deve voltar para Deus, detestando o pecado cometido. 715)
Que quer dizer: a dor deve ser sobrenatural? Catecismo de São Pio X 125 Quer
dizer que deve ser excitada em nós pela graça do Senhor, e a devemos conceber
levados por motivos que procedem da fé. 716) Por que a dor deve ser
sobrenatural? A dor deve ser sobrenatural, porque é sobrenatural o fim a que se
dirige, isto é, o perdão de Deus, a aquisição da graça santificante e o direito
à glória eterna. 717) Explicai melhor a diferença entre a dor sobrenatural e a
natural. Quem se arrepende por ter ofendido a Deus infinitamente bom e digno
por Si mesmo de ser amado, por ter perdido o Paraíso e merecido o inferno, ou
então pela malí- cia intrínseca do pecado, tem dor sobrenatural, porque estes
são os motivos fornecidos pela fé. Quem, ao contrário, se arrependesse só pela desonra
ou castigo que lhe vem dos homens, ou por algum prejuízo puramente temporal,
teria dor natural, porque se arrependeria só por motivos humanos. 718) Por que
a dor deve ser suma? A dor deve ser suma, porque devemos considerar e odiar o
pecado como o maior de todos os males, visto ser ofensa de Deus, sumo Bem. 719)
Para ter dor dos pecados, é porventura necessário chorar, como às vezes se
chora pelas desgraças desta vida? Não. Não é necessário que materialmente se
chore pela dor dospecados; masbasta que no íntimo do coração se deplore mais o
ter ofendido a Deus, do que qualquer outra desgraça. 720) Que quer dizer que a
dor deve ser universal? Quer dizer que se deve estender a todos os pecados
mortais cometidos. 721) Por que a dor se deve estender a todos os pecados
mortais cometidos? Porque quem se não arrepende, ainda que seja de um só pecado
mortal, continua sendo inimigo de Deus. 722) Que devemos fazer para ter dor dos
nossos pecados? Para ter dor dos nossos pecados, devemos pedi-la de todo o
coração a Deus e excitá-la ein tios com a consideração do grande mal que
fizemos, pecando. 723) Como fareis para vos excitardes a detestar os pecados?
Para me excitar a detestar os pecados considerarei: 1º o rigor da infinita
justiça de Deus, e a deformidade do pecado que enfeiou a minha alma, e me
tornou merecedor das penas eternas do inferno; 2º que perdi a graça, a amizade
e a qualidade de filho de Deus, e a herança do Paraí- so; Catecismo de São Pio
X 126 3º que ofendi o meu Redentor que morreu por mim, e que os meus pecados
foram a causa da sua morte; 4º que desprezei o meti Criador, o meu Deus; que
Lhe voltei as costas, a Ele, meu sumo Bem, digno de ser amado sobre todas as
coisas, e servido fielmente. 724) Devemos ter grande empenho, quando nos vamos
confessar, em ter verdadeira dor dos nossos pecados? Sim, quando nos vamos
confessar, devemos ter muito empenho em ter verdadeira dor dosnossospecados,
porque esta é a coisa mais importante de todas; e, se falta a dor, a confissão
não é válida. 725) Quem se confessa só de pecados veniais, deve ter dor de
todos? Quem se confessa só de pecados veniais, para se confessar validamente,
basta que se arrependa de algum deles; mas, para alcançar o perdão de todos, é
necessário que se arrependa de todos os que reconhece ter cometido. 726) Quem
se confessa só de pecados veniais, e não está arrependido nem sequer de um só,
faz uma boa confissão? Quem se confessa só de pecados veniais, e não está
arrependido nem sequer de um só, faz uma confissão nula; a confissão além disso
é sacrílega, se adverte que lhe falta a dor. 727) Que convém fazer para tornar
mais segura a confissão só de pecados veniais? Para tornar mais segura a
confissão só de pecados veniais, é prudente acusar, com verdadeira dor, também
algum pecado mais grave da vida passada, ainda que já confessado outras vezes.
728) É bom fazer com freqüência o ato de contrição? É coisa boa e muito útil
fazer, com freqüência, o ato de contrição, principalmente antes de se deitar, e
quando se tem certeza ou se duvida de ter caído em pecado mortal, para
recuperar mais depressa a graça de Deus; é útil, sobretudo, para alcançar mais
facilmente de Deus a graça de fazer semelhante ato na ocasião de maior
necessidade, isto é, em perigo de morte. § 5º - Do propósito 729) Em que
consiste o propósito? O propósito consiste em uma vontade determinada de nunca
mais cometer o pecado, e de empregar todos os meios necessários para o evitar.
730) Que condições deve ter esta resolução, para ser um bom propósito?
Catecismo de São Pio X 127 Para ser um bom propósito, esta resolução deve ter
principalmente três condições: deve ser absoluta, universal e eficaz. 731) Que
quer dizer: o bom propósito deve ser absoluto? Quer dizer que o propósito deve
ser sem condição alguma de tempo, de lugar ou de pessoa. 732) Que quer dizer: o
bom propósito deve ser universal? O bom propósito deve ser universal, quer
dizer que devemos ter a vontade de evitar todos os pecados mortais, tanto os
que já tenhamos cometido no passado, como os que poderíamos cometer ainda. 733)
Que quer dizer: o bom propósito deve ser eficaz? O bom propósito deve ser
eficaz, quer dizer que é necessário termos uma vontade decidida de perder todas
as coisas antes que cometer um novo pecado, de fugir das ocasi- ões perigosas
de pecar, de destruir os maus hábitos, e de satisfazer a todas as obrigações
lícitas contraídas em conseqüência dos nossos pecados. 734) Que é que se
entende por mau hábito? Por mau hábito entende-se a disposição adquirida para
cair com facilidade naqueles pecados aos quais nos acostumamos. 735) Que
devemos fazer para corrigir os maus hábitos? Para corrigir osmaushábitos,
devemos vigiar sobre nós mesmos, fazer muita ora- ção, confessar-nos com
freqüência, ter um bom diretor sem mudá-lo, e pôr em prática os conselhos e os
remédios que ele nos propõe. 736) Que se entende por ocasiões perigosas de
pecar? Por ocasiões perigosas de pecar entendem-se todas aquelas circunstâncias
de tempo, de lugar, de pessoas ou de coisas, que, pela sua própria natureza, ou
pela nossa fragilidade, nos induzem a cometer o pecado. 737) Somos gravemente
obrigados a evitar todas as ocasiões perigosas? Somos gravemente obrigados a
evitar as ocasiões perigosas que de ordinário nos levam a cometer o pecado
mortal, e que se chamam ocasiões próximas de pecado. 738) Que deve fazer quem
não pode evitar alguma ocasião de pecado? Quem não pode evitar alguma ocasião
de pecado diga-o ao confessor, e siga os conselhos dele. 739) Que considerações
nos auxiliam a fazer o propósito? Catecismo de São Pio X 128 Para fazer o propósito
auxiliam-nosasmesmas considerações que servem para excitar a dor, isto é, a
consideração dos motivos que temos para temer a justiça de Deus, e para amar a
sua infinita bondade. § 6º - Da acusação dos pecados ao confessor 740) Depoisde
vos terdesdisposto bem para a confissão com o exame, com a dor e com o
propósito, que haveis de fazer? Depois de me ter disposto bem com o exame, com
a dor e com o propósito, irei fazer ao confessor a acusação dos meus pecados,
para receber a absolvição. 741) De que pecados somos obrigados a confessar-nos?
Somos obrigados a confessar-nos de todos os pecados mortais; é bom, porém,
confessar também os veniais, 742) Quais são as qualidades que deve ter a
acusação dos pecados, ou confissão? As qualidades principais que deve ter a
acusação dos pecados são cinco: deve ser humilde, íntegra, sincera, prudente e
breve, 743) Que querem dizer as palavras: a acusação deve ser humilde? A
acusação deve ser humilde, quer dizer que o penitente deve acusar-se diante do
seu confessor sem altivez de ânimo ou de palavras, mas com sentimentos de um
réu que reconhece a sua culpa, e comparece diante do juiz. 744) Que quer dizer:
a acusação deve ser íntegra? A acusação deve ser íntegra, quer dizer que se
devem confessar, com as suas circunstâncias e no seu número, todos os pecados
mortais cometidos desde a última confissão bem feita, e dos quais se tem
consciência. 745) Quais são as circunstâncias que se devem dizer para que a
acusação seja íntegra? Para que a acusação seja íntegra, devem acusar-se as
circunstâncias que mudam a espécie do pecado. 746) Quais são as circunstâncias
que mudam a espécie do pecado? As circunstâncias que mudam a espécie do pecado
são: 1º aquelas pelas quais uma ação pecaminosa de venial se torna mortal; 2º
aquelas pelas quais uma ação pecaminosa contém a malícia de dois ou mais
pecados mortais. Catecismo de São Pio X 129 747) Dai-me um exemplo de uma
circunstância que faça tornar mortal um pecado venial? Quem, para se desculpar,
dissesse uma mentira da qual resultasse dano grave para o próximo, deveria
manifestar esta circunstância, que muda a mentira, de oficiosa em gravemente
nociva. 748) Dai-me agora exemplo de uma circunstância pela qual uma e a mesma
ação pecaminosa contém a malícia de dois ou mais pecados? Quem tivesse roubado
uma coisa sagrada, deveria acusar esta circunstância, que acrescenta ao furto a
malícia do sacrilégio. 749) Se uma pessoa não tiver a certeza de ter come tido
um pecado, deve confessá- lo? Se uma pessoa não tiver a certeza de ter cometido
um pecado, não é obrigada a confessá-lo; se porém o quiser acusar, deverá
acrescentar que não tem a certeza de o ter cometido. 750) Quem não se lembra
exatamente do número dos seus pecados, que deve fazer? Quem não se lembra
exatamente do número dos seus pecados, deve acusar o nú- mero aproximado. 751)
Quem deixou de confessar por esquecimento um pecado mortal, ou uma
circunstância necessária, fez uma boa confissão? Quem deixou de confessar por
esquecimento um pecado mortal, ou uma circunstância necessária, fez uma boa
confissão, contanto que tenha empregado a devida diligência no exame de
consciência. 752) Se um pecado mortal esquecido na confissão volta depois à
lembrança, somos obrigados a acusá-lo noutra confissão? Se um pecado mortal
esquecido na confissão volta depois à lembrança, somos obrigados, sem dúvida, a
acusá-lo na primeira vez que de novo nos confessarmos. 753) Quem por vergonha,
ou por outro motivo culpável, cala voluntariamente na confissão algum pecado
mortal, que comete? Quem, por vergonha, ou por qualquer outro motivo culpável,
cala voluntariamente algum pecado 'mortal na confissão, profana o Sacramento e
por isso torna-se réu de gravíssimo mo sacrilégio. 754) Quem ocultou
voluntariamente algum pecado mortal na confissão, como há de conciliar a própria
consciência? Catecismo de São Pio X 130 Quem ocultou culpavelmente algum pecado
mortal na confissão, deve expor ao confessor o pecado ocultado, dizer em
quantas confissões o ocultou, e repetir todas as confissões, desde a última bem
feita. 755) Que deve considerar quem se vir tentado a calar algum pecado na
confissão? Quem se vir tentado a calar um pecado grave na confissão, deve
considerar: 1º que não teve vergonha de pecar na presença de Deus, que vê tudo;
2º que é melhor manifestar os próprios pecados ao confessor em segredo, do que
viver inquieto no pecado, ter uma morte infeliz, e ser por isso envergonhado no
dia do Juízo universal, em face do mundo inteiro; 3º que o confessor é obrigado
ao sigilo sacramental, sob pecado gravíssimo, e com a ameaça de severíssimas
penas temporais e eternas. 756) Que significam estas palavras: a acusação deve
ser sincera? A acusação deve ser sincera, significa que é necessário declarar
os pecados como eles são, sem os desculpar, sem os diminuir e sem os aumentar.
757) Que significam estas palavras: a confissão deve ser prudente? A confissão
deve ser prudente, significa que, ao confessar os pecados, devemos
servir-nosdos termosmaismodestos, e que devemosguardar-nosde descobrir
ospecados alheios. 758) Que significam estas palavras: a confissão deve ser
breve? A confissão deve ser breve, significa que não. devemos ir falar de
coisas inúteis ao confessor. 759) Mas o dever de confessar a outro homem os
próprios pecados, não será muito custoso, sobretudo se são muito vergonhosos?
Ainda que confessar a outro homem os próprios pecados possa ser penoso, é
necessário fazê-lo, porque é de preceito divino; e de outro modo não se pode
obter o perdão dos pecados cometidos; além disso, a dificuldade de se confessar
é compensada por muitas vantagens e grandes consolações. § 7º - Do modo de se
confessar 760) Como vos apresentareis ao confessor? Ponho-me de joelhos aos pés
do confessor, e digo: Abençoai-me, Padre, porque pequei. Catecismo de São Pio X
131 761) Que fareis enquanto o confessor vos der a bênção? Inclino-me
humildemente para receber a bênção, e faço o sinal da Cruz. 762) Depois de
feito o sinal da Cruz, que direis? Depois de feito o sinal da Cruz, direi: Eu
me confesso a Deus todo-poderoso, à bem-aventurada sempre Virgem Maria, a todos
os Santos, e a vós, Padre, porque pequei. 763) E depois, que direis? Depois
direi: Confessei-me em tal tempo; por graça de Deus recebi a absolvição, cumpri
a penitência, e fui à Comunhão. Em seguida faz-se a acusação dos pecados. 764)
Terminada a acusação dos pecados, que direis? Direi: Acuso-me ainda de todos os
pecados da vida passada, especialmente contra tal ou tal virtude, por exemplo,
contra a pureza, contra o quarto Mandamento, etc. 765) Depois desta acusação,
que direis ainda? Direi: De todos estes pecados e de todos aqueles de que não
me lembro, peço perdão a Deus de todo o meu coração; e a vós, Padre, peço a
penitência e a absolvição. 766) Concluída assim a acusação dos pecados, que
mais resta a fazer Concluída a acusação dos pecados, é necessário ouvir com
respeito o que disser o confessor; aceitar a penitência com sincera vontade de
cumpri-la; e, enquanto ele dá a absolvição, renovar o ato de contrição. 767)
Depois de recebida a absolvição, que há ainda a fazer? Depois de recebida a absolvição,
é preciso agradecer a Nosso Senhor, cumprir quanto antes a penitência, e pôr em
prática os avisos do confessor. § 8º - Da absolvição 768) Devem os confessores
dar sempre a absolvição àqueles que se confessam? Os confessores devem dar a
absolvição somente àqueles que julgam bem dispostos a recebê-la. 769) Podem os
confessores diferir ou negar alguma vez a absolvição? Os confessores não só
podem, mas devem diferir ou negar a absolvição em certos casos, para não
profanar o Sacramento. 770) Quais são os penitentes que se devem considerar mal
dispostos, e aos quais se deve ordinariamente diferir ou negar a absolvição?
Catecismo de São Pio X 132 Os penitentes que se devem considerar mal dispostos
são principalmente: 1º aqueles que não sabem os mistérios principais da fé, ou
não se importam de aprender os pontos da Doutrina Cristã, que são obrigados a
saber, conforme o seu estado; 2º aqueles que são gravemente negligentes em
fazer o exame de consciência ou não dão sinais de dor e arrependimento; 3º
aquelesque não querem restituir, podendo, as coisasalheiasou a reputação
roubada; 4º aqueles que não perdoam de coração aos seus inimigos; 5º aqueles
que não querem empregar os meios para se corrigir dos seus maus hábitos; 6º
aqueles que não querem fugir das ocasiões próximas de pecado. 771) Não há
excessivo rigor da parte do confessor em diferir a absolvição ao penitente que
ele não julga ainda bem disposto? Não. Não há excesso de rigor no confessor que
difere a absolvição do penitente, porque não o julga ainda bem disposto; há
antes caridade, pois procede como um bom médico, que tenta todosos remédios,
ainda os desagradáveise penosos, para salvar a vida ao doente. 772) Deverá
desesperar ou afastar-se inteiramente da confissão o pecador a quem se difere
ou se nega a absolvição? O pecador a quem se difere ou se nega a absolvição não
deve desesperar ou afastar- se inteiramente da confissão; mas deve humilhar-se,
reconhecer o seu estado deplorável, aproveitar osbons conselhos que o confessor
lhe dá, e assim pôr-se quanto antes em estado de merecer a absolvição. 773) Que
deve fazer o penitente quanto à escolha do confessor? O verdadeiro penitente
deve encomendar-se muito a Deus para escolher um confessor piedoso, douto e
prudente, e deve depois entregar-se às suas mãos, e submeter-se a ele como a
seu juiz e médico. § 9º - Da satisfação ou penitência 774) Que é a satisfação?
A satisfação, que também se chama penitência sacramental, é um dos atos do
penitente, com o qual ele dá uma certa reparação à justiça divina pelos pecados
cometidos pondo em prática aquelas obras que o confessor lhe impõe. 775) É
obrigado o penitente a aceitar a penitência que o confessor lhe impõe?
Catecismo de São Pio X 133 O penitente é obrigado a aceitar a penitência que o
confessor lhe impõe, se a pode cumprir, e, se não a pode cumprir, deve dizê-lo
humildemente ao mesmo confessor, e pedir-lhe outra. 776) Quando se deve cumprir
a penitência? Se o confessor não marcou tempo, a penitência deve cumprir-se
quanto antes, e deve fazer-se a diligência por cumpri-la em estado de graça.
777) Como se deve cumprir a penitência? A penitência deve cumprir-se na sua
integridade e com devoção. 778) Porque na confissão se impõe uma penitência?
Impõe-se uma penitência porque de ordinário, depois da absolvição sacramental
que perdoa a culpa e a pena eterna, resta uma pena temporal a pagar neste mundo
ou no Purgatório. 779) Por que razão quis Nosso Senhor perdoar no Sacramento do
Batismo toda a pena devida aos pecados, e não no Sacramento da penitência?
Nosso Senhor quis perdoar no Sacramento do Batismo toda a pena devida aos
pecados, e não no Sacramento da Penitência, porque os pecados depois do Batismo
são muito mais graves, visto serem cometidos com maior conhecimento e
ingratidão aos benefí- cios de Deus, e também para que a obrigação de
satisfazer por eles sirva de freio para não se recair no pecado. 780) Podemos
nós, com as nossas forças, dar satisfação a Deus? Não; com nossas forças, não
podemos dar satisfação a Deus; mas nós o podemos unindo-nos a Jesus Cristo que,
com os merecimentos da sua Paixão e morte, dá valor às nossas ações. 781) É
sempre bastante a penitência dada pelo confessor para pagar a pena que ainda
resta, devida aos pecados? A penitência que dá o confessor, de ordinário não é
bastante para pagar a pena devida pelos pecados; por isso deve-se fazer a
diligência por suprir com outras penitências voluntárias. 782) Quais são as
obras de penitência? As obras de penitência podem reduzir-se a três espécies: à
oração, ao jejum, à esmola. 783) Que se entende por oração? Por oração
entende-se toda a espécie de exercícios de piedade. Catecismo de São Pio X 134
784) Que se entende por jejum? Por jejum entende-se toda a espécie de
mortificação. 785) Que se entende por esmola? Por esmola entende-se toda e
qualquer obra de misericórdia espiritual e corporal. 786) Qual é a penitência
mais meritória: a que dá o confessor, ou a que nós fazemos por nossa escolha? Á
penitência que nos dá o confessor é mais meritória, porque, sendo parte do
Sacramento, recebe maior virtude dos merecimentos da Paixão de Jesus Cristo.
787) Vão logo para o Céu os que morrem depois de ter recebido a absolvição, mas
antes de terem satisfeito plenamente à justiça de Deus? Não; eles vão para o
Purgatório, para ali satisfazerem à justiça de Deuse se purificarem
inteiramente. 788) Podem as almas que estão no Purgatório ser aliviadas por nós
nas suas penas? Sim, as almas que estão no Purgatório podem ser aliviadas com
orações, com esmolas, com todas as demais obras boas e com as indulgências, mas
sobretudo com o Santo Sacrifício da Missa. 789) Além da penitência, que mais
deve fazer o penitente depois da confissão? O penitente, depoisda confissão,
além de cumprir a penitência, se danificou injustamente o próximo nos bens ou
na honra, ou se lhe deu escândalo, deve, o mais breve e na medida em que for
possível, restituir-lhe os bens, reparar-lhe a honra e remediar o escândalo.
790) Como se pode reparar o escândalo que se causou? Pode-se reparar o
escândalo que se causou fazendo cessar a ocasião dele, e edificando com as
palavras e com o bom exemplo aqueles que se tenha escandalizado. 791) De que
maneira devemos satisfazer o próximo quando o tivermos ofendido? Devemos
satisfazer o próximo quando o tivermos ofendido, pedindo-lhe perdão ou
dando-lhe alguma outra reparação conveniente. 792) Que frutos produz em nós uma
boa confissão? Uma boa confissão: 1º perdoa-nos os pecados cometidos, e dá-nos
a graça de Deus; 2 o restitui-nos a paz e o sossego de consciência; 3º
reabre-nos as portas do Paraíso, e comuta a pena eterna do inferno em pena
temporal; 4º preserva-nos das recaídas, e torna-nos capazes de ganhar
indulgências. Catecismo de São Pio X 135 § 10º - Das indulgências 793) Que é a
indulgência? A indulgência é a remissão da pena temporal devida pelos pecados já
perdoados quanto à culpa, remissão que a Igreja concede fora do Sacramento da
Penitência. 794) De quem recebeu a Igreja o poder de conceder indulgências? Foi
de Jesus Cristo que a Igreja recebeu o poder de conceder indulgências. 795) De
que maneira nos perdoa a Igreja a pena temporal por meio das indulgências? A
Igreja perdoa a pena temporal por meio das indulgências, aplicando-nos as
satisfações superabundantes de Jesus Cristo, da Santíssima Virgem e dos Santos,
as quais formam o que se chama o tesouro da Igreja. 796) Quem tem o poder de
conceder indulgências? O poder de conceder indulgências pertence ao Papa em
toda a Igreja, e ao Bispo, na sua diocese, na medida em que lhe é concedido
pelo Papa. 797) Quantas espécies há de indulgências? Há duas espécies de
indulgências: a indulgência plenária e a indulgência parcial. 798) Que é a
indulgência plenária? A indulgência plenária é a que perdoa toda a pena
temporal devida pelos nossos pecados. Por isso, se alguém morresse depois de
ter recebido esta indulgência, iria logo para o céu, inteiramente isento das
penas do Purgatório. 799) Que é a indulgência parcial? A indulgência parcial é
a que perdoa só uma parte da pena temporal, devida pelos nossos pecados. 800)
Qual é a intenção da Igreja ao conceder as indulgências? A intenção da Igreja
ao conceder as indulgências é auxiliar a nossa incapacidade de expiar neste
mundo toda a pena temporal, fazendo-nos conseguir por meio de obras de piedade
e de caridade cristã aquilo que nos primeiros séculosEla obtinha com o rigor
dos cânones penitenciais. 801) Em que apreço devemos ter as indulgências?
Devemos ter as indulgências em muito grande apreço, porque com elas se satisfaz
a justiça de Deus e mais depressa e mais facilmente se alcança a posse do céu.
Catecismo de São Pio X 136 802) Quais são as condições requeridas para se
ganharem as indulgências? As condições para se ganharem as indulgências são: 1º
o estado de graça, pelo menos ao cumprir a última obra, e o desapego mesmo das
culpas veniais cuja a pena se quer apagar; 2º o cumprimento das obras que a
Igreja prescreve para se ganhar a indulgência; 3º a intenção de ganhá-las. 803)
Podem as indulgências aplicar-se também às almas do Purgatório? Sim, as
indulgências podem aplicar-se também às almas do Purgatório quando quem as
concede declara que se lhes podem aplicar. 804) Que é o Jubileu? O Jubileu, que
ordinariamente se concede todos os vinte e cinco anos, é uma indulgência
plenária, à qual estão anexos muitos privilégios e concessões particulares,
como o poder de obter-se a absolvição de alguns pecados reservados e de
censuras, e a comuta- ção de alguns votos. CAPÍTULO VII Da Extrema-Unção 805)
Que é o Sacramento da Extrema-Unção? A Extrema-Unção é o Sacramento instituído
para alívio espiritual e também temporal dos enfermos em perigo de vida. 806)
Que efeitos produz o Sacramento da Extrema-Unção? O Sacramento da Extrema-Unção
produz os seguintes efeitos: 1º aumenta a graça santificante; 2º apaga os
pecados veniais e também os mortais que o enfermo arrependido já não possa
confessar; 3º tira a fraqueza e languidez para o bem, que fica, ainda depois de
se ter alcançado o perdão dos pecados; 4º dá força para suportar pacientemente
o mal, para resistir às tentações, e para morrer santamente; 5º ajuda a
recuperar a saúde do corpo, se isso for útil à salvação da alma. Catecismo de
São Pio X 137 807) Em que tempo se deve receber a Extrema-Unção? A
Extrema-Unção deve receber-se quando a doença é grave, e, se puder ser, depois
de o enfermo ter recebido osSacramentos da Penitência e da Eucaristia; e deve
procurar-se que o enfermo a receba quando está ainda com plena consciência e
com alguma esperança de vida. 808) Por que é bom que o enfermo receba a
Extrema-Unção quando está em plena consciência e com alguma esperança de vida?
É bom receber a Extrema-Unção quando o enfermo está ainda com plena consci-
ência e com alguma esperança de vida, porque recebendo-a com melhores
disposições poderá obter maior proveito; e além disso, como este Sacramento dá
a saúde do corpo, se convém à alma auxiliando as forças da natureza, não se
deve estar à espera de que se desespere da cura. 809) Com que disposições se
deve receber a Extrema-Unção? As principais disposições para receber a
Extrema-Unção são: estar em estado de graça, confiar na eficácia do Sacramento
e na misericórdia divina e resignar-se à vontade de Deus. 810) Que sentimento
deve experimentar o enfermo à vista do Sacerdote? À vista do Sacerdote, o
enfermo deve experimentar sentimentos de gratidão para com Deus, por lho ter
enviado, deve recebê-lo de boa vontade e pedir, se puder, por si mesmo, os
confortos da Religião. CAPÍTULO VIII Da Ordem 811) Que é o Sacramento da Ordem?
Catecismo de São Pio X 138 A Ordem é o Sacramento que dá o poder de exercitar
os ministérios sagrados que se referem ao culto de Deus e à salvação das almas,
e que imprime na alma de quem o recebe o caráter de ministro de Deus. 812) Por
que se chama Ordem? Chama-se Ordem porque consiste em vários graus, uns
subordinados aos outros, dos quais resulta a sagrada Hierarquia. 813) Quais são
estes graus? Supremo entre eles é o Episcopado, que contém a plenitude do
Sacerdócio; em seguida o Presbiterado ou Sacerdócio simples; depois o Diaconado
e as Ordens que se chamam menores. 814) Quando Jesus Cristo instituiu a Ordem
Sacerdotal? Jesus Cristo instituiu a Ordem Sacerdotal na Última Ceia, quando
conferiu aos Apóstolos e aos seus sucessores o poder de consagrar a Santíssima
Eucaristia. E no dia da sua ressurreição conferiu aos mesmos o poder de perdoar
e de reter os pecados, constituindoos assim os primeiros Sacerdotes da Nova Lei
em toda a plenitude do seu poder. 815) Quem é o ministro deste Sacramento? O
ministro deste Sacramento é só o Bispo. 816) É então grande a dignidade do
Sacerdócio cristão? A dignidade do Sacerdócio cristão é muito grande, pelo
duplo poder que lhe conferiu Jesus Cristo sobre o seu Corpo real e sobre o seu
Corpo místico, que é a Igreja, e pela divina missão, confiada aos Sacerdotes,
de conduzir todos os homens à vida eterna. 817) É necessário o Sacerdócio católico
na Igreja? O Sacerdócio católico é necessário na Igreja, porque sem ele os
fiéis estariam privados do Santo Sacrifício da Missa e da maior parte dos
Sacramentos; não teriam quem os instruísse na fé, e ficariam como ovelhas sem
pastor à mercê dos lobos; em suma, não existiria a Igreja como Cristo a
instituiu. 818) Então não acabará nunca o Sacerdócio católico sobre a terra? O
Sacerdócio católico, não obstante a guerra que contra ele move o Inferno, há de
durar até o fim dos séculos, porque Jesus Cristo prometeu que as potências do
Inferno não prevaleceriam jamais contra a sua Igreja. 819) Será pecado
desprezar os Sacerdotes? É pecado gravíssimo, porque o desprezo e as injúrias
que se dirigem contra osSacerdotes recaem sobre o próprio Jesus Cristo, que disse
aos seus Apóstolos: Quem a vós despreza, a Mim despreza. Catecismo de São Pio X
139 820) Qual deve ser o fim de quem abraça o estado eclesiástico? O fim de
quem abraça o estado eclesiástico deve ser unicamente a glória de Deus e a
salvação das almas. 821) Que é necessário para entrar no estado eclesiástico?
Para entrar no estado eclesiástico é necessário, antes de tudo, a vocação
divina. 822) Que deve fazer o cristão para conhecer se Deus o chama ao estado
eclesiástico? Para conhecer se Deus o chama ao estado eclesiástico, o cristão
deve: 1º pedir fervorosamente a Nosso Senhor que lhe manifeste qual é a sua
vontade; 2º tomar conselho com o próprio Bispo ou com um diretor sábio e
prudente; 3º examinar com diligência se tem a aptidão necessária para os estudos,
para os ministérios e para as obrigações desse estado. 823) Quem entrasse para
o estado eclesiástico, sem vocação divina, faria mal? Quem entrasse para o
estado eclesiástico, sem ser chamado por Deus, faria um mal muito grave e
colocar-se-ia em risco de se perder. 824) Fazem mal os pais que, por motivos
temporais, induzem os filhos a abraçar o estado eclesiástico sem vocação? Os
pais que, por motivos temporais, induzem os filhos a abraçar o estado
eclesiástico sem vocação, cometem também culpa gravíssima, porque com isto
usurpam o direito que Deus reservou exclusivamente para Si de escolher os seus
ministros, e porque põem os filhos em risco de condenação eterna. 825) Quais
são os deveres dos fiéis para com aqueles que são chamados às ordens sacras? Os
fiéis devem: 1º deixar aos seus filhos e subordinados plena liberdade de seguir
a vocação divina; 2º pedir a Deus que se digne conceder à sua Igreja
bonsPastores e ministros zelosos; e até foram instituídos para este fim os
jejuns das Quatro Têmporas; 3º ter um respeito singular a todos aqueles que,
por meio das Ordens, são consagrados ao serviço de Deus. CAPÍTULO IX Do
Matrimônio Catecismo de São Pio X 140 § 1º - Natureza do Sacramento do
Matrimônio 826) Que é o Sacramento do Matrimônio? O Matrimônio é um Sacramento
instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, que estabelece uma união santa e
indissolúvel entre o homem e a mulher, e lhes dá a graça de se amarem um ao
outro santamente, e de educarem cristãmente seus filhos. 827) Por quem foi
instituído o Matrimônio? O Matrimônio foi instituído pelo próprio Deus no
Paraíso terrestre; e no Novo Testamento foi elevado por Jesus Cristo à
dignidade de Sacramento. 828) Tem o Sacramento do Matrimônio alguma
significação especial? O Sacramento do Matrimônio significa a união
indissolúvel de Jesus Cristo com a Santa Igreja, sua esposa e nossa Mãe
amantíssima. 829) Por que se diz que o vínculo do Matrimônio é indissolúvel?
Diz-se que o vínculo do Matrimônio é indissolúvel, isto é, que não se pode
quebrar senão pela morte de um dos cônjuges, porque assim o estabeleceu Deus
desde o começo, e assim o proclamou solenemente Jesus Cristo, Senhor Nosso.
830) No Matrimônio cristão, poder-se-ia separar o contrato do Sacramento? Não.
No Matrimônio entre cristãos o contrato não se pode separar do Sacramento,
porque para eles o Matrimônio não é outra coisa senão o mesmo contrato natural,
elevado por Jesus Cristo à dignidade de Sacramento. 831) Então, entre os
cristãos não pode haver verdadeiro Matrimônio que não seja Sacramento? Entre os
cristãos não pode haver verdadeiro Matrimônio que não seja Sacramento. 832) Que
efeitos produz o Sacramento do Matrimônio? O Sacramento do Matrimônio: 1º dá um
aumento da graça santificante; 2º confere a graça especial para se cumprirem
fielmente todos os deveres matrimoniais. § 2º - Ministros, cerimônias e
disposições para o Matrimônio 833) Quem são os ministros do Sacramento do
Matriônio? Catecismo de São Pio X 141 Os ministros deste Sacramento são os
mesmos esposos, que reciprocamente conferem e recebem o Sacramento. 834) De que
maneira se administra este Sacramento? Este Sacramento, porque conserva a
natureza de contrato, é administrado pelos mesmos contraentes, declarando na
presença do próprio pároco, ou de outro Sacerdote devidamente autorizado, e de
duas testemunhas, que se unem em matrimônio. 835) Para que serve então a bênção
que o pároco dá aos esposos? A bênção que o pároco dá aos esposos não é
necessária para constituir o Sacramento, mas é dada para sancionar em nome da
Igreja a sua união, e para atrair sempre mais sobre eles as bênçãos de Deus.
836) Que intenção deve ter quem contrai Matrimônio? Quem contrai Matrimônio
deve ter intenção: 1º de fazer a vontade de Deus, que o chama a tal estado; 2º
de procurar nele a salvação da própria alma;" 3º de educar cristãmente os
filhos, se Deus lhos der. 837) De que maneira se devem dispor os esposos para
receber com fruto o Sacramento do Matrimônio? Os esposos, para receber com
fruto o Sacramento do Matrimônio, devem: 1º encomendar-se de todo o coração a
Deus, para conhecer a sua vontade e para alcançar dEle as graças que são
necessárias em tal estado; 2º consultar os própriospais, antesde chegar ao
noivado, como o exige a obediência e o respeito devido aos mesmos; 3º
preparar-se com uma boa confissão, até mesmo geral, se for necessário, de toda
a vida; 4º evitar toda a familiaridade perigosa de trato e de palavras, ao
conversarem mutuamente. antes de receberem este Sacramento. 838) Quais são as
principais obrigações das pessoas unidas em Matrimônio? As pessoas unidas em
Matrimônio devem: 1º guardar inviolada a fidelidade conjugal, e proceder sempre
cristãmente ein tudo; 2º amar-se mutuamente, suportando-se um ao outro com
paciência, e viver em paz e harmonia; 3º se têm filhos, cuidar seriamente de
prover às suas necessidades, dar-lhes educação cristã, e deixar-lhes a
liberdade de escolher o estado de vida a que Deus os chamar. § 3º - Condições e
impedimentos do Matrimônio Catecismo de São Pio X 142 839) Que é necessário
para contrair validamente o Matrimônio cristão? Para contrair validamente o
Matrimônio cristão é necessário estar livre de qualquer impedimento matrimonial
dirimente, e dar livremente o próprio consentimento ao contrato do Matrimônio
na presença do próprio pároco ou de um Sacerdote devidamente autorizado, e de
duas testemunhas. 840) Que é necessário para contrair licitamente o Matrimônio
cristão? Para contrair licitamente o Matrimônio cristão, é necessário estar
livre dos impedimentos matrimoniais impedientes, estar instruído nas verdades principais
da religião, e estar em estado de graça. Não estando em estado de graça,
cometer-se-ia um sacrilégio. 841) Que são os impedimentos matrimoniais? Os
impedimentos matrimoniais são certas circunstâncias que tornam o matrimô- nio
ou inválido ou ilícito. No primeiro caso chamam-se impedimentos dirimentes, no
segundo impedimentos impedientes. 842) Dai-me alguns exemplos de impedimentos
dirimentes. Impedimentos dirimentes são, por exemplo, a consangüinidade até ao
terceiro grau, o parentesco espiritual, o voto solene de castidade, a
diversidade de culto entre batizados e não batizados etc. 843) Dai-me algum
exemplo de impedimento impediente. Impedimento impediente é, por exemplo, o
voto simples de castidade etc. 844) São os fiéis obrigados a manifestar à autoridade
eclesiástica os impedimentos matrimoniais que conhecem? Os fiéis são obrigados
a manifestar à autoridade eclesiástica os impedimentos matrimoniaisque
conhecem; e é por isso que ospárocos fazem aspublicações, isto é, lêem os
pregões dos que se vão casar. 845) Quem tem o poder de estabelecer impedimentos
matrimoniais, de dispensar deles, e de julgar da validade do Matrimônio
cristão? Só a Igreja tem o poder de estabelecer impedimentos e de julgar da
validade do Matrimônio entre os cristãos, como só a Igreja pode dispensar
daqueles impedimentos que Ela estabeleceu. 846) Por que só a Igreja tem o poder
de estabelecer impedimentos e de julgar da validade do Matrimônio? Só a Igreja
tem o poder de estabelecer impedimentos, de julgar da validade do Matrimônio e
de dispensar dos impedimentos que Ela própria estabeleceu, porque não se
podendo separar no matrimônio cristão * contrato do Sacramento, também o
contrato Catecismo de São Pio X 143 cai sob * alçada da Igreja, porque só a Ela
conferiu Jesus Cristo * direito de promulgar leis e decisões acerca das coisas
sagradas. 847) Pode a autoridade civil dissolver, com o divórcio, o vínculo do
Matrimônio cristão? Não. O vínculo do Matrimônio cristão não pode ser
dissolvido pela autoridade civil, porque esta não pode ingerir-se em matéria de
Sacramentos, nem separar o que Deus uniu. 848) Que é o matrimônio ou casamento
civil? O casamento civil não é mais que uma formalidade prescrita pela lei para
os cidadãos, a fim de dar e de assegurar os efeitos civis aos casados e aos
seus filhos. 849) Pode um cristão celebrar somente o casamento ou contrato
civil? Um cristão não pode celebrar somente o contrato civil, porque este não é
Sacramento, e portanto não é um verdadeiro matrimônio. 850) Em que condições se
encontrariam os esposos que convivessem juntos, unidos somente pelo casamento
civil? Os esposos que convivessem juntos, unidos somente pelo casamento civil,
estariam em estado habitual de pecado mortal, e a sua união seria sempre
ilegítima diante de Deus e da Igreja. 851) Deve fazer-se também o contrato
civil? Deve fazer-se também o contrato civil, porque, embora não seja ele
Sacramento, serve, no entanto, para garantir aos casados e a seus filhos os
efeitos civis da sociedade conjugal; eisporque, como regra geral, a autoridade
eclesiástica não permite o casamento religioso, quando não se cumprem as
formalidades prescritas pela autoridade civil. Quinta Parte Das virtudes
principais e de outras coisas que o cristão deve saber CAPÍTULO I Catecismo de
São Pio X 144 Das virtudes principais § 1º - Das virtudes teologais 852) Que é
a virtude sobrenatural? A virtude sobrenatural é uma qualidade que Deus infunde
na alma, pela qual se tem propensão, facilidade e prontidão para conhecer e
praticar o bem, em ordem da vida eterna. 853) Quantas são as principais
virtudes sobrenaturais? As principais virtudes sobrenaturais são sete, a saber,
três teologais e quatro cardeais. 854) Quais são as virtudes teologais? As
virtudes teologais são: a Fé, a Esperança e a Caridade. 855) Por que a Fé, a
Esperança e a Caridade se chamam virtudes teologais? Chamam-se a Fé, a
Esperança e a Caridade virtudes teologais, porque têm a Deus por objeto
imediato e principal e nos são infundidas por Ele. 856) De que modo têm as
virtudes teologais a Deus por objeto imediato? As virtudes teologais têm a Deus
por objeto imediato, porque pela Fé nós cremos em Deus, e cremos tudo o queEle
revelou; pela Esperança esperamospossuir a Deus; pela Caridade amamos a Deus e
nEle amamos a nós mesmos e ao próximo. 857) Quando nos infunde Deus na alma as
virtudes, teologais? Deus, pela sua bondade, infunde-nos no alma a, virtudes
teologais, quando nos adorna com a graça santificante; e por isso, quando
recebemos o Batismo, fomos enriquecidos com estas virtudes, e juntamente com os
dons do Espírito Santo. 858) Basta, para o cristão se salvar, o Batismo as
virtudes teologais? Para quem tem o uso da razão, não basta o ter recebido no
Batismo as virtudes teologais; mas é necessário fazer freqüentemente atos
destas virtudes. 859) Quando somos obrigados a fazer atos de Fé, de Esperança e
de Caridade? Somos obrigados a fazer atos de Fé, de Esperança e de Caridade: L'
quando chegamos ao uso da razão; 2 o freqüentes vezes no decurso da vida.- 3 o
em perigo de morte. Catecismo de São Pio X 145 § 2º - Da Fé 860) Que é a Fé? A
Fé e uma virtude sobrenatural, infundida por Deus em nossa alma, pela qual nós,
apoiados na autoridade do mesmo Deus, acreditamos que é verdade tudo o que Ele
revelou e por meio da Santa Igreja nos propõe para crer. 861) Como conhecemos
as verdades reveladas por Deus? Conhecemos as verdades reveladas por Deus, por
meio da Santa Igreja que é infalível, isto é, por meio do Papa, sucessor deSão
Pedro, e por meio dosBisposque, em uni- ão com o Papa, são sucessores dos Apóstolos,
os quais foram instruídos pelo próprio Jesus Cristo. 862) Temos nós a certeza
de que são verdadeiras as doutrinas que a Santa Igreja nos ensina? Sim, temos a
certeza absoluta de que são verdadeiras as doutrinas que a Santa Igreja nos
ensina, porque Jesus Cristo empenhou a sua palavra, que a Igreja nunca se
enganaria. 863) Com que pecado se perde a Fé? A Fé perde-se negando ou
duvidando voluntariamente, ainda que seja de um só artigo que nos é proposto
para crer. 864) Como recuperamos a Fé? Recuperamos a Fé perdida,
arrependendo-nos do pecado cometido e crendo de novo tudo o que crê a Santa
Igreja. § 3º - Dos mistérios 865) Podemos compreender todas as verdades da Fé?
Não; não podemos compreender todas as verdades da Fé, porque algumas destas
verdades são mistérios. 866) Que são os mistérios? Os mistérios são verdades
superioresà razão, as quaisdevemos crer, ainda que não as possamos compreender.
Catecismo de São Pio X 146 867) Por que devemos crer os mistérios? Devemos crer
os mistérios, porque os revelou Deus, que, sendo Verdade e Bondade infinitas,
não pode engarnar-Se, nem enganar-nos. 868) São porventura os mistérios
contrários à razão? Os mistérios são superiores, porém não contrários à razão;
e até a própria razão nos persuade a admiti-los. 869) Por que os mistérios não
podem ser contrários à razão? Os mistérios não podem ser contrários à razão,
porque é o mesmo Deus quem nos deu a luz da razão, e quem revelou OS mistérios,
e Ele não pode contradizer-Se a Si mesmo. § 4º - Da Sagrada Escritura 870) Onde
se acham as verdades que Deus revelou? As verdades que Deus revelou acham-se na
Sagrada Escritura e na Tradição. 871) Que é a Sagrada Escritura? A Sagrada
Escritura é a coleção dos livrosescritospelosProjetase pelosHagiógrafos, pelos
Apóstolos pelos Evangelistas, por inspiração do Espírito Santo, recebidas pela
Igreja como inspirados. 872) Em quantas partes se divide a Sagrada Escritura? A
Sagrada Escritura se divide em duas partes: Antigo e Novo Testamento. 873) Que
contém o Antigo Testamento? O Antigo Testamento contém os livros
inspiradosescritos antes da vinda de Jesus Cristo. 874) Que contém o Novo
Testamento? O Novo Testamento contém os livros inspirados escritos depois da
vinda de Jesus Cristo. 875) Que nome se dá comumente à Sagrada Escritura? À Sagrada
Escritura dá-se comumente o nome de Bíblia Sagrada. 876) Que quer dizer a
palavra Bíblia? A palavra Bíblia quer dizer coleção dos livros santos, o livro
por excelência, o livro dos livros, o livro inspirado por Deus. Catecismo de
São Pio X 147 877) Por que é a Sagrada Escritura chamada o livro por
excelência? A Sagrada Escritura é chamada o livro por excelência, por causa da
excelência da matéria de que trata e do Autor que a inspirou. 878) Não pode
haver erro na Sagrada Escritura? Na Sagrada Escritura não pode haver erro
algum, porque, sendo toda inspirada, o Autor de todas as suas partes é o
próprio Deus. Isto não obsta a que nas cópias as e traduções da mesma se tenha
dado algum engano ou dos copistas ou dos tradutores. Porém, nas edições
revistas e aprovadas pela Igreja Católica não pode haver erro no que respeita à
fé ou à moral. 879) ]É necessária a todos os cristãos a leitura da Bíblia? A
leitura da Bíblia não é necessária a todosos cristãos, sendo, como são,
instruídos pela Igreja; mas é contudo útil e recomendada a todos. 880) Pode-se
ler qualquer tradução em língua vulgar da Bíblia? Podem ler-se as traduções em
língua vulgar da Bíblia desde que sejam reconhecidas como fiéis pela Igreja
Católica, e venham acompanhadas de explicações ou notas aprovadas pela mesma
Igreja. 881) Por que só se podem ler as traduções da Bíblia que são aprovadas
pela Igreja? Só se podem ler as traduçõesda Bíblia que são aprovadaspela Igreja
porque só Ela é legítima depositária e guarda da Bíblia. 882) Por quem podemos
nós conhecer o verdadeiro sem tido das Sagradas Escrituras? O verdadeiro
sentido das Sagradas Escrituras podemos conhecê-lo só por meio o da Igreja,
porque só a Igreja é que não pode errar ao interpretá-las. 883) Que deveria
fazer um cristão, se lhe fosse oferecida a Bíblia por um protestante ou por
algum emissário dos protestantes? Um cristão a quem fosse oferecida a Bíblia
por um protestante, ou por algum emissário dos protestantes, deveria rejeitá-la
com horror, por ser proibida pela Igreja. E, se a tivesse aceitado sem reparar,
deveria logo lançá-la ao fogo ou entregá-la ao próprio pároco. 884) Por que
proíbe a Igreja as Bíblias protestantes? A Igreja proíbe as Bíblias
protestantes, porque ou estão alteradas e contêm erros, ou então, faltando-lhes
a sua aprovação e as notas explicativas das passagens obscuras, podem causar
dano à Fé. Por isso a Igreja proíbe também as traduções da Sagrada Escritura já
aprovadas por Ela, mas reimpressas sem as explicações que a mesma Igreja
aprovou. Catecismo de São Pio X 148 § 5º - Da Tradição 885) Dizei-me: o que é a
Tradição? A Tradição é a palavra de Deus não escrita, mas comunicada de viva
voz por Jesus Cristo e pelos Apóstolos, e que chegou sem alteração, de século
ein século, por meio da Igreja, até nós. 886) Onde se acham os ensinamentos da
Tradição? Os ensinamentos da Tradição acham-se principalmente nos decretos dos
Concí- lios, nos escritos dos Santos Padres, nos atos da Santa Sé, nas palavras
e nus usos da Sagrada Liturgia. 887) Em que consideração se deve ter a Tradição?
A Tradição deve ter-se na mesma consideração em que se tem a palavra de Deus
contida na Sagrada Escritura. § 6º - Da Esperança 888) Que é a Esperança? A
Esperança é uma virtude sobrenatural, infundida por Deus na nossa alma, pela
qual desejamos e esperamos a vida eterna que Deus prometeu aos seus servos, e
os auxí- lios necessários para alcançá-la. 889) Por que motivo devemos esperar
de Deus o Paraíso e os auxílios necessários para alcançá-lo? Devemos esperar de
Deus o Paraíso e os auxílios necessários para alcançá-lo, porque Deus
misericordiosíssimo, pelos merecimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo, o
prometeu a quem o serve de todo o coração; e, sendo fidelíssimo e onipotente,
cumpre sempre a sua promessa. 890) Quais são as condições necessárias para
alcançar o Paraíso? As condiçõesnecessáriaspara alcançar o Paraíso são: a graça
de Deus, a prática das boas obras e a perseverança no seu santo amor até à
morte. 891) Como se perde a Esperança? Perde-se a Esperança todas as vezes que
se perde a Fé; perde-se também pelo pecado de desespero ou de presunção.
Catecismo de São Pio X 149 892) Como recuperamos a Esperança? Recuperamosa
Esperança perdida, arrependendo-nosdo pecado cometido, e excitando-nos de novo
à confiança na bondade divina. § 7o - Da Caridade 893) Que é a Caridade? A
Caridade é uma virtude sobrenatural, infundida por Deus em nossa alma, pela
qual amamos a Deus por Si mesmo sobre todas as coisas, e amamos o próximo como
a nós mesmos, por amor de Deus. 894) Por que motivos devemos amar a Deus? Devemos
amar a Deus, porque Ele é o sumo Bem, infinitamente bom e perfeito, e além
disso por que Ele o manda, e pelos inumeráveis benefícios que dEle recebemos.
895) Como se deve amar a Deus? Devemos amar a Deus sobre todas as coisas, com
todo o nosso coração, com toda a nossa mente, com toda a nossa alma, e com
todas as nossas forças. 896) Que quer dizer: amar a Deus sobre todas as coisas?
Amar a Deus sobre todas as coisas quer dizer: preferi-Lo a todas as criaturas
mais caras e mais perfeitas, e estar disposto a perder tudo antes que ofendê-Lo
ou deixar de amá-Lo. 897) Que quer dizer: amar a Deus com todo o nosso coração?
Amar a Deus com todo o nosso coração quer dizer: consagrar-Lhe todos os nossos
afetos. 898) Que quer dizer: amar a Deus com toda a nossa mente? Amar a Deus
com toda a nossa mente quer dizer: dirigir para Ele todos os nossos
pensamentos. 899) Que quer dizer: amar a Deus com toda a nossa alma? Amar a
Deus com toda a nossa alma quer dizer: consagrar-Lhe o uso de todas as
potências da nossa alma. 900) Que quer dizer: amar a Deus com todas as nossas
forças? Catecismo de São Pio X 150 Amar a Deus com todas as nossas forças quer
dizer: esforçar-se por crescer cada vez maisno amor dEle, e proceder de maneira
que todas asnossasações tenham por motivo e por fim o seu amor e o desejo de
Lhe agradar. 901) Por que devemos amar o próximo? Devemos amar o próximo por
amor de Deus porque Ele o manda, e porque todo o homem é imagem de Deus. 902)
Somos obrigados a amar também os inimigos? Sim, somos obrigados a amar também
os inimigos, porque também eles são nossos próximos, e porque Jesus Cristo o
mandou expressamente. 903) Que quer dizer: amar o próximo como a nos mesmos?
Amar o próximo como a nós mesmos quer dizer: desejar-lhe e fazer-lhe, tanto
quanto pudermos, todo o bem que devemos desejar para nós mesmos, e não lhe
desejar nem fazer mal algum. 904) Quando amamos a nós mesmos retamente? Amamos
retamente a nós mesmos quando procuramos servi r a Deus e pôr nEle toda a nossa
felicidade. 905) Como se perde a Caridade? Perde-se a Caridade com qualquer
pecado rnortal. 906) Como recuperamos a Caridade? Recuperamosa Caridade,
fazendo atosde amor de Deus, arrependendo-nose confessando-nos bem. § 8º - Das
virtudes cardeais 907) Quais são as virtudes cardeais? As virtudes cardeais
são: a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e a Temperança. 908) Por que se chamam
virtudes cardeais a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e a Temperança? Chamam-se
virtudes cardeais a Prudência, a Justiça, a Fortaleza e a Temperança, porque
são a base e o fundamento das virtudes morais. (*) O nome de cardeais vêm-lhes
da palavra latina cardo, que significa a dobradiça, os gonzos da porta, e
mostra como todas as virtudes giram em torno destas (N. do T.) Catecismo de São
Pio X 151 909) Que é a Prudência? A Prudência é a virtude que dirige toda ação
ao devido fim, e por isso procura os meios convenientes para que a ação seja em
tudo bem feita, e portanto aceita ao Senhor. 910) Que é a Justiça? A Justiça é
a virtude pela qual damos a cada um o que lhe pertence. 911) Que é a Fortaleza?
A Fortaleza é a virtude que nos dá coragem parti não temer perigo algum, nem a
própria morte, no serviço de Deus. 912) Que é a Temperança? A Temperança é a
virtude pela qual refreamos os desejos desordenados de prazeres sensuais, e
usamos com moderação dos bens temporais. CAPÍTULO II Dos dons do Espírito Santo
913) Quantos e quais são os dons do Espírito Santo? Os dons do Espírito Santo
são sete: 1º Sabedoria; 2º Entendimento; 3º Conselho; 4º Fortaleza: 5º Ciência;
6º Piedade; 7º Temor de Deus. 914) Para que servem os dons do Espírito Santo?
Os dons do Espírito Santo servem para nos confirmar na Fé, na Esperança e na
Caridade, e para nos tornar solícitospara osatosdas virtudesnecessáriaspara
conseguir a perfeição da vida cristã. 915) Que é a Sabedoria? Catecismo de São
Pio X 152 A Sabedoria é um dom pelo qual nós, elevando o espírito acima das
coisas terrenas e frágeis, contemplamos as eternas, isto é, a Verdade, que é
Deus, no qual pomos nossa complacência, amando-O como nosso Sumo bem. 916) Que
é o Entendimento? O Entendimento é um dom pelo qual nos é facilitada, quanto é
possível a um homem mortal, a inteligência das verdades da Fé e dos divinos
mistérios, os quais não podemos conhecer com as luzes naturais da nossa razão. 917)
Que é o Conselho? O Conselho é um dom pelo qual, nas dúvidas e incertezas da
vida humana, conhecemos o que mais convém à glória de Deus, à nossa salvação e
à do próximo. 918) Que é a Fortaleza? A Fortaleza é um dom que nos incute
energia e coragem para observar fielmente a santa Lei de Deus e da Igreja,
vencendo todos os obstáculos, e os assaltos dos nossos inimigos. 919) Que é a
Ciência? A Ciência é um dom pelo qual julgamos retamente das coisas criadas, e
conhecemos o modo de bem usar delas e de as dirigir ao último fim, que é Deus.
920) Que é a Piedade? Á Piedade é um dom pelo qual veneramos e amamos a Deus e
aos Santos, e conservamos ânimo bondoso e benévolo para com o próximo, por amor
de Deus. 921) Que é o Temor de Deus? O Temor de Deus é um dom que nos faz
reverenciar a Deus, e ter receio de ofender a sua Divina Majestade, e que nos
afasta do mal, incitando-nos ao bem. CAPÍTULO III Das Bem-aventuranças
evangélicas 922) Quantas e quais são as Bem-aventuranças evangélicas? As
Bem-aventuranças evangélicas são oito: 1 a Bem-aventurados os pobres de
espírito, porque deles é o reino do Céu; Catecismo de São Pio X 153 2 a
Bem-aventurados os mansos, porque eles possuirão a terra; 3 a Bem-aventurados
os que choram, porque serão consolados; 4 a Bem-aventurados os que têm fome e
sede de justiça, porque serão saciados; 5 a Bem-aventurados os que usam de
misericórdia, porque alcançarão misericórdia; 6ª Bem-aventurados os puros de
coração, porque verão a Deus; 7ª Bem-aventurados os pacíficos, porque serão
chamados filhos de Deus; 8ª Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor
da justiça, porque deles é o reino do Céu. 923) Por que Jesus Cristo nos propôs
as Bem-aventuranças? Jesus Cristo propôs-nos as Bem-aventuranças para os fazer
detestar as máximas do mundo, e para nos convidar a amar e praticar as máximas
do seu Evangelho. 924) Quem são aqueles que o mundo chama bem-aventurados? O
inundo chama bem-aventurados aqueles que desfrutam abundância de riquezas e de
honras, que vi vem ein delícias e que não têm nada que os faça sofrer. 925)
Quem são os pobres de espírito, que Jesus Cristo chama bem-aventurados? Os
pobres de espírito, segundo o Evangelho, são aqueles que têm o coração
desapegado das riquezas; fazem bom uso delas, se as possuem; não as procuram com
solicitude, se não as têm; e sofrem com resignação a perda delas se lhes são
tiradas. 926) Quem são os mansos? Os mansos são aqueles que tratam o próximo
com brandura, e lhe sofrem com paciência os defeitos e as ofensas que dele
recebem, sem alteração, ressentimentos ou vingança. 927) Quem são os que
choram, e todavia são chamados bem-aventurados? Os que choram, e todavia são
chamados bem-aventurados, são aqueles que sofrem com resignação as tribulações,
e que se afligem pelos pecados cometidos, pelos males e pelos escândalos que se
vêem no mundo, pela ausência do céu, e pelo perigo de o perder. 928) Quem são
os que têm fome e sede de justiça? Os que têm fome e sede de justiça são
aqueles, que desejam ardentemente crescer cada vez mais na graça de Deus e na
prática das obras boas e virtuosas. 929) Quem são os que usam de misericórdia?
Os que usam de misericórdia são aqueles que amam, em Deus e por amor de Deus, o
seu próximo, se compadecem das suasmisérias, assim corporais como espirituais,
e procuram socorrê-lo conforme as suas forças e o seu estado. Catecismo de São
Pio X 154 930) Quem são os puros de coração? Os puros de coração são aqueles
que não têm nenhum afeto ao pecado, sempre se afastam dele, e evitam sobretudo
toda a espécie de impureza. 931) Quem são os pacíficos? Os pacíficos são
aqueles que vivem ein paz com o próximo e consigo mesmos, e procuram
estabelecer a paz entre aqueles que estão em discórdia. 932) Quem são os que
sofrem perseguição por amor da justiça? Os que sofrem perseguição por amor da
justiça são aqueles que suportam com paciência os escárnios, as censuras, as
perseguições por causa da Fé e da Lei de Jesus Cristo. 933) Que significam os
diversos prêmios prometidos por Jesus Cristo nas Bem- aventuranças? Os diversos
prêmios prometidos por Jesus Cristo nas Bem-aventuranças significam todos, sob
diversos nomes, a glória eterna do Céu. 934) Alcançam-nos as Bem-aventuranças
só a glória eterna do Paraíso? As Bem-aventuranças não nos alcançam só a glória
eterna do Paraíso; são também meios de tornar nossa vida feliz, tanto quanto é
possivel, neste mundo. 935) Recebem já alguma recompensa nesta vida os que
seguem as Bem-aventuranças? Sim, certamente, os que seguem as Bem-aventuranças
recebem já alguma recompensa nesta vida, porque já gozam de uma paz e de um
contentamento íntimos que são princípio, embora imperfeito, da felicidade
eterna. 936) Poderão dizer-se felizes os que seguem as máximas do mundo? Não.
Osque seguem asmáximasdo mundo não são felizes, porque não têm a verdadeira paz
da alma e estão em risco de se condenar. CAPÍTULO IV Das obras de misericórdia
937) Quais são as boas obras de que se nos pedirá conta particular no dia do
Juízo? As boas obras de que se tios pedirá conta particular no dia do Juízo são
as obras de misericórdia. Catecismo de São Pio X 155 938) Que se entende por
obra de misericórdia? Obra de misericórdia é aquela com que se socorre o nosso
próximo nas suas necessidades corporais ou espirituais. 939) Quantas são as
obras de misericórdia? As obras de misericórdia são catorze: sete corporais e
sete espirituais, conforme são corporais ou espirituais as necessidades que se
socorrem, 940) Quais são as obras de misericórdia corporais? As obras de
misericórdia corporais são: 1ª Dar de comer a quem tem fome; 2ª Dar de beber a
quem tem sede; 3ª Vestir os nus; 4ª Dar pousada aos peregrinos; 5ª Assistir aos
enfermos; 6ª Visitar os presos; 7ª Enterrar os mortos. 941) Quais são as obras
de misericórdia espirituais? As obras de misericórdia espirituais são: 1ª Dar
bom conselho; 2º Ensinar os ignorantes; 3ª Corrigir os que erram; 4ª Consolar
os aflitos; 5ª Perdoar as injúrias; 6ª Sofrer com paciência as fraquezas do
nosso próximo; 7ª Rogar a Deus por vivos e defuntos. CAPÍTULO V Dos pecados e
das suas espécies principais 942) Quantas espécies há de pecado? Há duas
espécies de pecado: o pecado original e o pecado atual. Catecismo de São Pio X
156 943) Que é o pecado original? O pecado original é aquele com o qual todos
nascemos, exceto a Santíssima Virgem Maria, e que contraímos pela desobediência
do nosso primeiro pai Adão. 944) Que males nos causa o pecado de Adão? Osmales
causadospelo pecado deAdão são: a privação da graça, a perda do Paraí- so, a
ignorância, a inclinação para o mal, a morte e todas as demais misérias. 945)
Como se apaga o pecado original? O pecado original apaga-se com o santo
Batismo. 946) Que é o pecado atual? O pecado atual é aquele que o homem,
chegado ao uso da razão, comete por sua livre vontade. 947) Quantas espécies há
de pecado atual? Há duas espécies de pecado atual: o mortal e o venial. 948)
Que é o pecado mortal? O pecado mortal é uma transgressão da lei divina, pela
qual se falta gravemente aos deveres para com Deus, para com o próximo, ou para
com nós mesmos. 949) Por que se chama mortal? Chama-se mortal porque dá a morte
à alma, fazendo-a perder a graça santificante, que é a vida da alma como a alma
é a vida do corpo. 950) Que males causa à alma o pecado mortal? O pecado
mortal: 1º priva a alma da graça e da amizade de Deus; 2º fá-la perder o Céu;
3º priva-a dos merecimentos adquiridos e torna-a incapaz de adquirir novos; 4º
torna a alma escrava do demônio; 5º fá-la merecer o Inferno e também os
castigos desta vida. 951) Além da gravidade da matéria, que mais se requer para
haver um pecado mortal? Além da gravidade da matéria, para haver um pecado
mortal requer-se a plena advertência desta gravidade, e a vontade deliberada de
cometer o pecado. 952) Que é o pecado venial? O pecado venial é uma leve
transgressão da lei divina, pela qual se falta levemente a algum dever para com
Deus, para com o próximo, ou para com nós mesmos. Catecismo de São Pio X 157
953) Por que se chama venial? Porque é leve em comparação com o pecado mortal;
porque não nos faz perder a graça divina; e porque Deus facilmente o perdoa. 954)
Então não se deve fazer grande caso do pecado venial? Isto seria um erro
enorme, porque o pecado venial contém sempre uma ofensa a Deus, e causa
prejuízos não pequenos à alma. 955) Que prejuízos causa o pecado venial? O
pecado venial: 1º enfraquece e esfria em nós a caridade; 2º dispõe-nos para o
pecado mortal; 3º faz-nos merecedores de grandes penas temporais, neste mundo
ou no outro. Catecismo de São Pio X 158 CAPÍTULO VI Dos pecados ou vícios
capitais e de outros pecados mais graves 956) Que é o vício? O vício é uma
disposição má da alma que leva-a a fugir do bem e a fazer o mal, causada pela
freqüente repetição dos atos maus. 957) Que diferença há entre pecado e vício?
Entre pecado e vício há esta diferença: que o pecado é um ato que passa,
enquanto o vício é o mau hábito contraído de cair em algum pecado. 958) Quais
são os vícios que se chamam capitais? Os vícios que se chamam capitais são
sete: 1º soberba; 2º avareza; 3º luxúria; 4º ira; 5º gula; 6º inveja; 7º
preguiça. 959) Como se vencem os vícios ou pecados capitais? Os vícios ou
pecados capitais vencem-se com a prática das virtudes opostas. Assim, a soberba
vence-se com a humildade; a avareza, com a liberalidade; a luxúria, com a
castidade; a ira, com a paciência; a gula, com a temperança; a inveja, com a
caridade; a preguiça, com a diligência e fervor no serviço de Deus. 960) Por
que se chamam capitais estes vícios? Chamam-se capitais estes vícios, porque
são a fonte e a causa de muitos outros ví- cios e pecados. 961) Quantos são os
pecados contra o Espírito Santo? Os pecados contra o Espírito Santo são seis:
1º desesperar da salvação; 2º Presunção de se salvar sem merecimentos; 3º
combater a verdade conhecida; 4º ter inveja das graças que Deus dá a outrem;
Catecismo de São Pio X 159 5º obstinar-se no pecado; 6º morrer na impenitência
final. 962) Por que se chamam estes pecados particularmente pecados contra o
Espírito Santo? Chamam-se estes pecados particularmente pecados contra o
Espírito Santo, porque se cometem por pura malícia, o que é contrário à bondade
que se atribui ao Espírito Santo. 963) Quais são os pecados que bradam ao Céu e
pedem vingança a Deus? Os pecados que bradam ao Céu e pedem vingança a Deus são
quatro: 1º homicídio voluntário; 2º pecado impuro contra a natureza; 3º
opressão dos pobres, principalmente órfãos e viúvas; 4º não pagar o salário a
quem trabalha. 964) Por que se diz que estes pecados pedem vingança a Deus?
Diz-se que estes pecados pedem vingança a Deus, porque o diz o Espírito Santo,
e porque a sua malícia é tão grave e manifesta, que provoca o mesmo Deus a
puni-los com os mais severos castigos. CAPÍTULO VII Dos Novíssimos e de outros
meios principais para evitar o pecado 965) Que se entende por Novíssimos?
Novíssimos são chamados nos Livros Santos as últimas coisas que hão de
acontecer ao homem. 966) Quantos são os Novíssimos? Os Novíssimos, ou últimas
coisas do homem, são quatro: Morte, Juízo, Inferno e Paraíso. Catecismo de São
Pio X 160 967) Por que é que esses Novíssimos se chamam últimas coisas que
acontecerão ao homem? Os Novíssimos chamam-se últimas coisas que acontecerão ao
homem, porque a Morte é a última coisa que nos acontece neste mundo; o Juízo de
Deus é o último entre os juízos que temos a passar; o Inferno é último mal que
hão de sofrer os maus; e o Paraí- so é sumo bem que hão de receber os bons.
968) Quando devemos pensar nos Novíssimos? É bom pensar nosNovíssimos
todososdias, e principalmente ao fazer a oração da manha, apenas acordados, à
noite antes do deitar, e todas as vezes que somos tentados a fazer algum mal,
porque este pensamento é eficacíssimo para nos fazer evitar o pecado, CAPÍTULO
VIII Dos exercícios piedosos que se aconselham ao cristão para cada dia 969)
Que deve fazer um bom cristão, pela manhã, apenas acorda? Um bom cristão, pela
manhã, apenas acorda, deve fazer o sinal da Cruz, e oferecer o coração a Deus,
dizendo estas ou outras palavras semelhantes: Meu Deus, eu vos dou o meu
coração e a minha alma. 970) Em que deveríamos pensar ao levantar da cama e
enquanto nos vestimos? Ao levantar da cama e enquanto nos vestimos, deveríamos
pensar que Deus está presente, que aquele dia pode ser o último da nossa vida;
e entretanto levantar-nose vestir-nos com toda a modéstia possível. 971) Depois
de se levantar e de se vestir, que deve fazer um bom cristão? Um bom cristão,
apenas se tenha levantado vestido, convém pôr-se na presença de Deuse ajoelhar,
se pode, diante de alguma devota imagem, dizendo com devoção: "Eu Vos
adoro, meu Deus, e Vos amo de todo o coração; dou-Vos graças por me terdes criado,
feito cristão e conservado nesta noite; ofereço-Vos todas as minhas ações, e
peço-Vos que neste dia me preserveis do pecado, e me livreis de todo o mal.
Assim seja". Reza de- Catecismo de São Pio X 161 pois o Padre-Nosso, a
Ave-Maria, o Credo, e os atos de Fé, de Esperança e de Caridade,
acompanhando-os com um vivo afeto do coração. 972) Que práticas de piedade
deveria fazer todos os dias o cristão? O cristão, podendo, deveria todos os
dias: 1 o assistir com devoção à santa Missa; 2º fazer uma visita, por breve
que fosse, ao Santíssimo Sacramento; 3º rezar o terço do santo Rosário. 973)
Que se deve fazer antes do trabalho? Antes do trabalho, convém oferecê-lo a
Deus, dizendo do coração: "Senhor, eu Vos ofereço este trabalho, dai-me a
vossa bênção", 974) Para que fim se deve trabalhar? Deve-se trabalhar para
glória de Deus e para fazer a sua vontade. 975) Que convém fazer antes da
refeição? Antesda refeição convém fazer o sinal da Cruz, estando de pé, e
depoisdizer com devoção: "Senhor, abençoai-nos a nós e ao alimento que
vamos tomar, para nos conservarmos no vosso santo serviço". 976) Depois da
refeição, que convém fazer? Depois da refeição, convém fazer o sinal da Cruz, e
dizer: "Senhor, eu Vos dou graças pelo alimento que me destes; fazei-me
digno de participar da mesa celeste". 977) Quando nos vemos atormentados
por alguma tentação, que devemos fazer? Quando nos vemosatormentadospor alguma
tentação, devemos invocar com fé o Santíssimo Nome de Jesus ou de Maria, ou
recitar fervorosamente alguma oração jaculatória, como, por exemplo:
"Dai-me a graça, Senhor, que eu nunca Vos ofenda"; ou então fazer o
sinal da Cruz, evitando porém que asoutraspessoas, pelos sinaisexternos,
suspeitem da tentação. 978) Quando uma pessoa reconhece ou duvida que cometeu
algum pecado, que deve fazer? Quando uma pessoa reconhece, ou duvida que
cometeu algum pecado, convém fazer imediatamente um ato de contrição, e
procurar confessar-se quanto antes. 979) Quando fora da Igreja se ouve o sinal
de elevação da hóstia na Missa solene, ou da bênção do Santíssimo Sacramento,
que se deve fazer? É bom fazer, ao menos com o coração, um ato de adoração,
dizendo, por exemplo: "Graças e louvores se dêem a todo o momento ao
Santíssimo e diviníssimo Sacramento". Catecismo de São Pio X 162 980) Que
se deve fazer quando tocam às Ave-Marias, pela manhã, ao meio-dia e à noite? Ao
toque das Ave-Marias, o bom cristão recita o Anjo do Senhor com três Ave-
Marias. 981) A noite, antes de deitar, que devemos fazer? À noite, antesde
deitar, convém pôr-nos, como pela manhã, na presença de Deus, recitar
devotamente as mesmas orações, fazer um breve exame de consciência, e pedir
perdão a Deus dos pecados cometidos durante o dia. 982) Que haveis de fazer
antes de adormecer? Antesde adormecer, farei o sinal da Cruz, pensarei que
posso morrer naquela noite, e oferecerei o coração a Deus, dizendo: "Meu
Senhor e meu Deus, eu Vos dou todo o meu coração. Trindade Santíssima,
concedei-me a graça de bem viver e de bem morrer. Jesus, Maria e José eu Vos
encomendo a minha alma". 983) Além das orações da manhã e da noite, por
que outra forma se pode recorrer a Deus no decurso do dia? No decurso do dia
pode-se invocar a Deus freqüentemente com outras orações breves, que se chamam
jaculatórias. 984) Dizei algumas jaculatórias. Senhor, valei-me; - Senhor, seja
feita a vossa santíssima vontade; - Meu Jesus, eu quero ser todo vosso; - Meu
Jesus, misericórdia; - Doce Coração de Jesus, que tanto nos amais, fazei que eu
Vos ame cada vez mais; - Doce Coração de Maria sede minha salvação. 985) É útil
recitar, durante o dia, muitas jaculatórias? É muito útil recitar, durante o
dia, muitas jaculatórias, e podem recitar-se também com o coração, sem proferir
palavras, caminhando, trabalhando, etc. 986) Além das orações jaculatórias, em
que outra coisa deveria exercitar-se com freqüência o cristão? Além das orações
jaculatórias, o cristão deveria exercitar-se na mortificação cristã. 987) Que
quer dizer mortificar-se? Mortificar-se quer dizer privar-se, por amor de Deus,
daquilo que agrada, e aceitar o que desagrada aos sentidos ou ao amor próprio.
988) Quando é o Santíssimo Sacramento levado a um enfermo, que se deve fazer?
Quando é o Santíssimo Sacramento levado a algum enfermo, devemos, sendo
possível, acompanhá-Lo com modéstia e recolhimento; e, se não é possível
acompanhá-Lo, Catecismo de São Pio X 163 fazer um ato de adoração em qualquer
lugar que nos encontremos, e dizer: "Consolai, Senhor, este enfermo, e
concedei-lhe a graça de se conformar com a vossa santíssima vontade. e de
conseguir a sua salvação", 989) Ouvindo tocar o sino pela agonia de algum
moribundo, que haveis de fazer? Ouvindo tocar o sino pela agonia de algum
moribundo, irei, se puder, à igreja orar por ele; e, não podendo, encomendarei
a Nosso Senhor a sua alma, pensando que dentro em breve tempo hei de
encontrar-me também eu naquele estado 990) Ao ouvir sinais pela morte de
alguém, que haveis de fazer? Ao ouvir sinais pela morte de alguém, procurarei
rezar um De profundis ou um Réquiem, ou um Padre-Nosso e uma Ave-Maria, pela alma
daquele defunto, e renovarei o pensamento da morte. (*) Esta pergunta alude ao
uso que se conserva em algumas terras, de dar um sinal no sino, quando um
enfermo entra em agonia.
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